O trio Big Up e Os Gilsons lançaram, nesta sexta-feira (05), a suave e amorosa “Deixa Fluir”. Com distribuição da Universal Music Brasil, a faixa chega com um belo registro audiovisual.
“Deixa Fluir” foi um trabalho de seis cabeças. Todos os integrantes dos dois grupos se envolveram na composição. Os versos são inspirados em uma história real, de um amigo de Gabriel Pierro, que estava em um começo de relacionamento e não sabia muito bem como defini-lo.
Descontraído e minimalista, o clipe mostra os dois grupos entoando a canção em uma ambientação serena e harmoniosa somado a performances delicadas de dançarinos. Assista:
A Big Up é formada por três amigos, que se conheceram em Interlagos, zona sul de São Paulo. Juntos, decidiram formar um coletivo musical.“Uni-Versos” é o primeiro álbum da banda, lançado em 2017.
Na tarde hoje, conversamos um pouco com Lucas Pierro e Gabriel Geraissati sobre a composição da música, gravação do clipe, influências artísticas do trio, pandemia e futuros trabalhos.
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Papelpop: Primeiro de tudo, quero que nos contem o que define a Big Up.
(Lucas) Big Up é família, eu definiria assim. Uma união de pessoas em prol de um objetivo, que é fazer música e passar uma mensagem positiva. Seja a galera que trabalha com a gente, seja quem recebe a mensagem. A família do som.
Papelpop: Para o grupo, o que significa o lançamento do single “Deixa Fluir” com os Gilsons? Lançamento de um novo single é sempre um momento especial, né?
(Lucas) Significa um novo momento, novas páginas a serem escritas. A gente lançou nosso trabalho anterior em junho do ano passado e tinha uma estética diferente. Em “Deixa Fluir”, apontamos para um lugar mais moderno da música, sabe? Um lugar diferente. Com Os Gilsons, sem palavras. São os caras que a gente adora, ama muito, tem muita admiração e carinho pelo trabalho. Esse lançamento significa isso, um novo momento.
Papelpop: Como a música parte de uma nova fase, quais são os próximos passos do Big Up? Teremos um novo álbum, singles e parcerias?
(Gabriel) Faz parte da nova era, dos próximos passos. A gente vê que de uns tempos pra cá a união está fazendo a diferença mesmo. Todos os artistas estão pensando em conjunto e estão surgindo parcerias. É a era dos feats.
Sempre gostamos disso, mas a primeira participação em nosso trabalho foi com o Seu Jorge, porque antes queríamos encontrar o conceito da banda, encontrar o caminho, preservar isso. Depois que entendemos o que era a Big Up, nos permitimos fazer isso. E sim, vem mais coisa pela frente. Vamos lançar um EP nos próximos tempos com algumas participações.
(Lucas) “Deixa Fluir” foi o primeiro som desse novo EP, é para onde vamos apontar.
(Gabriel) Nesse primeiro semestre deve ser lançado. Ainda não temos a data, pois faltam algumas coisas, mas já está pronto. Deve chegar entre abril e maio, algo assim.
Papelpop: Como foi a gravação do clipe, escolha estética e direção?
(Gabriel) Como estamos vindo com essa nova estética sonora, essa coisa mais moderna e crua, também quisemos expressar isso no visual. O Fran, que é d’Os Gilsons, ajudou. A gente sempre gostou do apelo estético dele, das coisas que faz no grupo e no trabalho solo, então pedimos auxílio.
Queriamos gravar aqui no Rio e como ele é daqui e nós não, ele conhecia uma galera que podia imprimir isso. Então, devemos muito ao Fran nesse clipe, ele contribuiu bastante com a questão estética.
Apesar disso, a participação desde a composição até todas as decisões finais foram feitas pelas duas bandas. Tentamos expressar isso no clipe. A música é meio lo-fi, tipo música de butique.
Papelpop: A música foi inspirada na história de um amigo do Gabriel, certo? Ela o ajudou a “deixar fluir” o relacionamento?
Na verdade, acho que ele estava no começo de algo e eu imaginei mais do que realmente estava acontecendo. Por fim, eles não namoraram e eu acabei ficando com essa menina por um tempo (risos). Somos bem livres, está tudo bem. Todo mundo se conhece. Serviu mais para mim do que para ele, no final das contas.
Papelpop: Como o grupo viveu e vive este período de isolamento? Está sendo um momento criativo ou foi uma pausa mais introspectiva?
(Gabriel) Na verdade estamos em cidades diferentes. O Grilo e o Pierro estão em São Paulo e eu estou no Rio. Ficamos afastados. Só no período de gravação, que foi durante a pandemia, estivemos mais junto.
Foi um momento bem introspectivo, de olhar para a carreira e entender o que queríamos fazer e ter mais objetividade. Acho que Big Up funcionou muito como um coletivo, uma coisa despretensiosa até o começo da pandemia.
No começo da pandemia, assinamos com a Universal e decidimos trabalhar com mais foco, mais disciplina e ter mais planejamento. Passamos esse tempo observando a nossa carreira e agora queremos traçar os próximos passos com expertise, ser mais calculista.
Papelpop: E vocês estão bem, está tudo certo?
(Ambos) Sim, estamos bem e saudáveis. Graças a Deus!
(Gabriel) É inacreditável isso que estamos vivendo. Nunca imaginei na minha vida que viveríamos uma pandemia. Parece a era medieval, é inacreditável. Todo dia uma surpresa, é algo desesperador. A gente precisa se manter muito firme neste momento e ter muita fé porque realmente parece o apocalipse. Isso tem que mudar.
Papelpop: Liniker, Xenia França, Luedji Luna, Daniel Caesar são alguns dos artistas da playlist de “esquenta” para o lançamento de “Deixa Fluir”. Eles tem influência apenas no lançamento ou são referências para demais trabalhos?
(Gabriel) São inspirações mais gerais. O último disco que ouvi da Luedji Luna é inacreditável, genial. Admiramos muito o trabalho e o senso estético da Xenia em todos os aspectos, não encontramos ela desde antes da pandemia. Gostamos muito das músicas do nosso amigo Pipo também. No geral, admiramos muito esses artistas. Gostamos das coisas gringas, mas costumamos dar mais valor a produção nacional.
Também temos consumido muitas músicas africanas. Tem vindo muita coisa foda da Nigéria. O que eles estão fazendo lá são Sempre costumo pensar que a NPC, uma bateria eletrônica de mão, surgiu nos Estados Unidos. Lá, eles utilizam no rap e no trap. Já no Brasil, a gente usa no funk, já é swinga muito mais, tem mais a ver com ancestralidade. Quando isso chegou na África, eles fizeram coisas geniais criando beats muito a frente do que qualquer outro na Terra. Conectaram com algo ancestral.
Posso indicar alguns artistas: Burna Boy, Wizkid, Davido e Koffe.
Papelpop: Se pudessem definir “Deixa Fluir” como uma experiência, qual seria?
(Gabriel) Se fosse definir como uma experiência seria como um orgasmo simultâneo entre duas pessoas apaixonadas.
(Lucas) Concordo 100%. Como é Big Up e Gilsons, então não são só duas pessoas, no caso seriam seis (risos).
Papelpop: Assim que for possível, na primeira vez que pisarem em um palco com uma bela plateia. Qual será a primeira música que desejam tocar e por que? Existem conversas sobre essa volta em um futuro, esperamos, que breve?
(Gabriel) A “Deixa Fluir” com certeza, mas a gente também quer muito tocar “Terra”, música que lançamos com o Seu Jorge.
(Lucas) Tocamos uma única vez no Drive-In, mas com o público pulando e sentindo a energia da galera ainda não aconteceu.
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Ouça “Deixa Fluir” nas plataformas de música:
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