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O que achamos de “Nobody is Listening”, novo álbum do Zayn Malik
Ele voltou! Dois anos depois do seu último lançamento, Zayn está de volta com seu terceiro álbum de estúdio: “Nobody is Listening”. Menos experimental do que o “Icarus Falls” e ainda mais romântico e sensual que “Mind of Mind” – álbum de lançamento da carreira solo do artista –, “Nobody is Listening” passa a sensação da tentativa de equilíbrio entre a introspecção musical e conceitual do artista com uma produção mais comercial do que estamos acostumados. Uma evidência da tentativa de comercialidade do disco é o fato dele ser o mais curto da carreira de Zayn até agora: apenas 11 faixas – contraste nítido com as 27 do álbum passado, “Icarus Falls”.
Mesmo essa nova fase do cantor surpreendendo em alguns aspectos, uma coisa permanece a mesma: nenhuma melodia é desperdiçada. Todo o arranjo musical de “Nobody is Listening” remete à uma construção musical que é fiel a identidade que Zayn vem construindo desde sua saída do One Direction, há 6 anos. É através de ritmos sobrepostos, uma mistura plausível entre o pop conceitual e R&B característica do cantor, e instrumentais acústicos – outra boa e marcante surpresa – que Zayn cria um ambiente sonoro coerente para os altos de baixos das suas letras românticas, sensuais, reflexivas e pessoais em seu terceiro álbum.
Faixa a faixa!
Típico Zayn, o álbum começa com “Calamity”, uma faixa de introdução que apresenta o cantor numa versão jamais vista antes: através de um rap em que o artista de 28 anos desabafa sobre frustrações e vulnerabilidades de como este enxerga o mundo e uma melodia sutil que recorda “Roses”, faixa de 2005 do Kanye West. É a primeira vez que Zayn apresenta um prelúdio musical em que a letra recebe mais atenção do que a melodia, deixando de lado, portanto, as faixas de intervalo sinestésicas e lúdicas que experienciamos em seus trabalhos anteriores. Também deixando um pouco do seu lado enigmático, é no primeiro single “Better” que Zayn compartilha seu lado romântico. Perdeu o clipe? Vem ver aqui, ó:
Cheio de agudos que poucos como Zayn entregam, “Outside” revela mais uma face da relação amorosa do cantor em que este implora por uma decisão que parece estar exausto demais para tomar – tal sentimento que a música traduz com êxito. Aos fãs fofoqueiros de plantão, tirem suas próprias conclusões sobre o possível momento da vida de Zayn que a música se baseia… E que vença a melhor teoria! Já em “Vibes”, faixa que também é o segundo single dessa nova era, Zayn harmoniza com sua própria voz e compartilha mais uma vez o tipo de música que gosta e sabe fazer tão bem. “When Love’s Around” introduz o primeiro featuring do álbum com SYD, cantora-compositora americana conhecida pela sua participação no coletivo criativo Odd Future, liderado por ninguém menos do que Tyler The Creator.“Connections”, a sexta faixa do álbum, traz uma versão mais acústica do cantor que surpreende com uma simplicidade melódica que complementa a letra da música em que canta sobre intimidade e paixão.
“Sweat” é talvez a melhor faixa por ser a mais inovadora e corajosa do álbum. A sutil melodia new wave dos anos 80 e seu contexto nos remete a algo que o The Weeknd faria de olhos fechados. Imagina esse feat?! “Sweat” poderia facilmente consolidar essa parceria, mas acho que isso seria desconfortável demais para as Hadids, então é… Fica para uma próxima (ou não)! Ui ui ui! “Unfuckwitable” dá abertura a um Zayn confiante que ilustra, através de uma harmonia descontraída, todo o seu perfil descolado e popular – tal narrativa que é sempre refrescante de ouvir o cantor compartilhar!
Post Malone, é você? “Windowsill” é uma faixa que parece que foi feita para ou pelo Post Malone, mas que o Zayn decidiu pegar pra ele, porque olha… A faixa sensual também introduz o segundo e último featuring do álbum com o rapper londrino Devilin. “Tightrope” é o momento em que Zayn nos permite embarcar ainda mais na sua narrativa introspectiva – tanto no sentido romântico, quanto no pessoal –, e em que o minimalismo sonoro que o violão nos situa, facilita ainda mais a viagem pelo universo que o cantor cria e nos permite acesso. Zayn também aproveita a faixa para cantar em urdu, língua que o cantor também é fluente além do inglês.
O álbum chega ao seu fim com a faixa “River Road”, em que, mais uma vez, o som de uma guitarra situa a melodia e explora através dela um minimalismo que nos permite uma visão cada vez mais descomplicada e não característica do Zayn até agora. A última faixa do álbum não parece apresentar uma conclusão, mas sim, um começo a uma fase da vida que o cantor está prestes a viver, gerando um sentimento de esperança e se expande através da sonoridade e letra – algo que, como fã, me deixa ainda mais ansiosa para o que Zayn pode apresentar no futuro como artista, porque potencial sabemos que ali tem de sobra!
“Nobody is Listening” pode ser curto demais para o que estamos acostumados do Zayn, o que talvez nos faz sentir falta de uma construção narrativa que era mais presente e consolidada em seus álbuns prévios, mas tal opinião não é o suficiente para nos impedir de ouvir incansavelmente o que Zayn tem pra cantar! Aliás, tudo o que o cantor divulga é lucro, já que seu estilo de vida mega privado e tímido nos força a agarrar a qualquer pedaço de conteúdo possível para saciar a falta que o Zayn faz, mas que ao mesmo tempo, é tão icônico a ele. Então até a próxima, Zayn! Enquanto isso, estarei assim…
Ouça “Nobody Is Listening” nas plataformas:
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