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O pop não vive sem remixes! Toma aqui clássicos pra você incluir na sua playlist
Ainda estamos nos recuperando do baile que Pabllo Vittar armou com o “111 DELUXE”, seu mais recente álbum de remixes. O lançamento ocorreu no dia 26 de novembro e trouxe duas faixas inéditas. Veio recheado de incríveis novas interpretações, sempre realizadas com artistas super criativos! Mas sabe o que é mais legal? Alinhada com os sons dançantes desde o início da carreira, a diva já colocou pra tocar na night versões remixadas de todos os seus álbuns.
Essa é só a cereja do bolo, até porque 2020 foi o ano em que essa arte de se apropriar e transformar criações alheias voltou com tudo. Dua Lipa, The Weeknd, Doja Cat, Megan Thee Stallion, Alanis Morissette, Adriana Calcanhotto… além de queridinhos das paradas de sucesso, estes são alguns dos artistas que se dedicaram a projetos do gênero. Quem saca de música sabe que esse não é um costume novo no mundinho pop. Nesta lista, reunimos dicas de batidões essenciais para você conhecer, incluir na playlist e, claro, se jogar.
“It’s Not Right But It’s Okay”, Whitney Houston (Thunderpuss Remix)
Em junho de 1999, Whitney Houston apareceu de surpresa na festa do orgulho queer de Nova York e apresentou dois singles remixados, inéditos. A apresentação é lendária e “It’s Not Right But It’s Okay”, em versão retrabalhada pelo coletivo de DJs Thunderpuss, nunca mais saiu da nossa cabeça. Um batidão pra ninguém botar defeito, a faixa se tornou clássico da noite e da cultura drag ao aliar a letra intensa sobre uma traição com a dance music dramática típica do fim do milênio.
“Fantasy” (Remix feat. O.D.B.), Mariah Carey
Não tem pra ninguém. Poucas musas do pop se dedicaram tanto às reinterpretações quanto Mariah Carey. Nos anos 1990, quando as fronteiras entre o pop, o hip hop e o R&B eram muito claras, ela comandou parcerias incríveis com rappers e DJs de música eletrônica, diminuindo a distância entre os gêneros e estimulando a experimentação. Essas aventuras ecoam até hoje e deram origem, em 2002, a um disco inteiramente voltado pros mixes.
Nessas, além de regravar vocais para as novas versões e colaborar com gente nova, Mimi reimaginou também seus videoclipes. É o caso de “Fantasy”, em parceria com o célebre rapper Ol ‘Dirty Bastard, que se tornou um dos maiores clássicos da carreira.
“Frozen” (Victor Calderone Remix), Madonna
Se hoje “Club Future Nostalgia” pode se encaminhar rumo à pista de dança, é graças a Madonna, que correu bastante lá atrás hahahaha Em 1998, a rainha decidiu mergulhar de vez na música eletrônica, até então um gênero marginalizado. Dessa fusão intrínseca e no mínimo curiosa surgiu o premiado “Ray of Light”, álbum produzido em parceria com o produtor William Orbit (é dele também a assinatura do disco “MDNA”!).
O projeto é tão viajandão por si próprio e tem tantas camadas sonoras que, cá entre nós, nem precisaria da ajuda de mix nenhum pra tocar nas baladas. Mas a verdade é que com a pipoca fervendo mundo afora e Madonna assumindo o posto de embaixadora do eletro, choveram versões alternativas de faixas como “Ray of Light” e “Nothing Really Matters”. Nada comparado, claro, à balada “Frozen”, totalmente desconstruída pelas mãos de Victor Calderone. Um dos mais célebres DJs da história, o rapaz deu novos contornos à canção transformando-a em um verdadeiro convite pra dançar.
“Justify My Love” (Orbit 12” Mix), Madonna
E por falar em William Orbit… Em 2012, enquanto produzia o LP “MDNA”, sua segunda parceria com Madonna, ele recebeu a missão extra de montar uma nova versão do single “Justify My Love”. A música seria usada nos meses seguintes como um dos backdrops da turnê do disco. Dessa brincadeira surgiram versões alternativas divulgadas recentemente no streaming em um EP. Basta dar play pra ver que era possível, sim, adicionar à faixa uma aura ainda mais sombria e provocadora. Imagina isso em vinil?
“Standing in the Way of Control” (Soulwax Remix), Gossip
Nos anos 2000, ninguém era mais cool que Beth Ditto, vocalista da banda Gossip. Melhor do que isso só mesmo o jeito como ela usou o alcance da própria voz com responsabilidade. “Standing in the Way of Control” é um berro de oposição à Emenda Federal de Casamento, uma proposta feita por membros conservadores do governo George W. Bush (2001-2009) para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A indignação de Ditto se materializou nas casas noturnas por meio desse remix icônico, um hino de resistência queer.
“I’ll Take Care of You”, Gil Scott-Heron e Jamie xx
O revolucionário poeta e cantor de jazz Gil Scott-Heron passou 16 anos sem gravar nada. Isso até 2010, quando retornou ao estúdio e lançou o excelente “I’m New Here”. Um ano depois, mais um lançamento: o mesmo disco, só que remixado pelo britânico Jamie xx (da banda de indie pop The xx), uma das principais vozes de sua geração. O resultado é uma experiência totalmente nova, cheia de experimentações para ambos os artistas. “I’ll Take of You” é, provavelmente, o maior destaque da empreitada, uma jura de amor com batida pós-dubstep. Deu tão certo que Rihanna e Drake acabaram sampleando o remix em seu hit de 2012, “Take Care”.
“Nem Luxo, Nem Lixo” (Bossa Cuca Nova Samba House Mix), Rita Lee
Rita Lee, além de ser detentora do posto de Mãe do rock brasileiro, é uma mulher dona de seu próprio tempo. Na virada do milênio, em 2000, a artista reuniu uma compilação de remixes no álbum “Rita ReLEEda”. Era moda da época resgatar pérolas do catálogo em versões diferentonas… No caso dela e do parceiro, Roberto de Carvalho, detentores de uma obra monstra, dá pra imaginar o trabalhão de selecionar repertório e distribuir tarefas aos DJs responsáveis pela criação.
O resultado, primoroso, é um disco agitado que traz arrojadas interpretações de clássicos como “Saúde” (1981), “Doce Vampiro” (1979), “On The Rocks” (1983) e “Brasyx Muamba” (1987). Um destaque? “Nem Luxo Nem Lixo”, do disco “Lança Perfume”. Aqui a canção ganha vocais mais limpos e a adição de elementos ainda mais brasileiros.
“Tom’s Diner” (DNA Remix), Suzanne Vega
Uma das vantagens do remix é a possibilidade de o artista atingir outros públicos com a nova versão. Suzanne Vega, cantora de folk rock americana que surgiu na cena alternativa no início dos anos 1980, é prova disso. No original, “Tom’s Diner” versava acapella sobre uma mulher que observa o movimento de uma cafeteria em Nova York. Mas a “atualização” da música, armada pela dupla de produtores britânicos DNA, dá uma roupagem totalmente nova, mais glamourosa e quase disco à faixa. Bombou em todo mundo, alcançando inclusive o #5 na Billboard Hot 100. Clássico!
“Slow” (Chemical Brothers Remix), Kylie Minogue
Um encontro improvável, mas que entrou pra a história. A rainha australiana do pop não poderia ficar de fora dessa lista! Sua parceria com a dupla de música eletrônica The Chemical Brothers, pioneira em ditar tendências do gênero nos anos 1990, é uma escolha certeira. É um dos mixes mais icônicos da discografia de Kylie e um dos mais amados pelos fãs também, visto que a produção, ácida e explosiva, preserva a essência sensual dos vocais sensuais da cantora. Gosta de colecionar? Saiba… Foram produzidos apenas 200 singles em vinil da produção, que se tornou um item raríssimo.
Ready or Not – Fugees (Aphrodite Remix)
“Ready or Not” é um dos grandes sucessos da curta carreira do Fugees, trio de rap que lançou Lauryn Hill na cena musical. É a música preferida do ex-presidente Barack Obama e um clássico imperdível do hip hop. Neste remix do DJ Aphrodite, a faixa é inserida no mundinho do trip hop e do drum and bass britânicos, ganhando uma roupagem quase agressiva, tamanha a euforia. É pra dançar como se ninguém estivesse em volta!
Missing – Everything but the Girl (Todd Terry Remix)
Pouca gente deu atenção a “Missing You” quando em seu lançamento original, em agosto de 1994. A letra sobre um amor interrompido pela distância só passou a tocar nas rádios de todo o mundo depois de remixada. Aí sim, explodiu e virou hino das baladas! Uma das curiosidades mais legais sobre essa faixa é que o sucesso da nova versão influenciou o Everything But the Girl a se aventurar mais ainda na música eletrônica, guiando novos trabalhos da dupla, que já tinha dez anos de carreira antes de estourar.
Sinnerman – Nina Simone (Felix Da Housecat’s Heavenly House Mix)
Um hino da religiosidade afro-americana dos Estados Unidos, super tradicional, “Sinnerman” teve sua versão definitiva gravada por Miss Nina Simone, em 1965. Agora corta para 2003, quando o DJ Felix da Housecat, nome badalado da cena house e techno de Chicago, resolveu desconstruir a faixa! Ele transformou essa oração sobre pecado e arrependimento em uma mantra dançante, que você provavelmente já ouviu em algum lugar. É um daqueles hits escondidos, sabe? E ganha ainda mais força se pensarmos que o lançamento aconteceu no mesmo ano em que Nina nos deixou.
Back to Life (However Do You Want Me Mix) – Soul II Soul
“However do you want me… however do you need me”… Se lembra desses versos? Fãs de Little Mix devem se lembrar na hora de “Bounce”, single lançado pelas meninas em 2019. Muito espertas, as misturinhas samplearam esse remix clássico da banda britânica Soul II Soul, que explodiu mundo afora em 1989. É outro exemplo de como os remixes podem nos levar para bem longe: “Back to Life”, no original, era um trabalho apoiado praticamente no emprego de vozes, mas se tornou um hino dançante na nova versão. Chique!
“Alô, Alô, Marciano”, Boss in Drama
Vamos falar de Brasil também? O DJ Boss in Drama é responsável por diversos hits do pop brasileiro, principalmente suas parcerias com a rapper Karol Conká. O que muita gente não sabe é que, há vários anos, ele vem compartilhando remixes incríveis de músicas clássicas da MPB. Um ótimo exemplo é sua versão de “Alô Alô Marciano”, de Elis Regina, responsável por animar as noites mais moderninhas do Brasil, em meados de 2014. Outro destaque é “Conga”, da rainha dos memes Gretchen, que em suas mãos ganha ares tropicais e um batida house. Puro luxo tupiniquim!
“Don’t Bother” – Shakira (Jrsnchz Mix)
Tá que em 1997, Shakira produziu ao lado do DJ brasileiro Memê um álbum com versões alternativas de hits como “Estoy Aquí”, “Dónde Estás Corazón” e “Un Poco de Amor”. Mas foi em 2005, certamente, que a lenda colombiana mandou ver com seu melhor remix. Na estrada pra divulgar o disco “Oral Fixation Vol.2”, antes da febre “Hips Don’t Lie”, a artista focou em “Don’t Bother”, uma canção visceral que ganhou novos ares pelas mãos do premiado Júnior Sánchez. Ao invés de desconstruir sua estrutura, o moço fez questão de adicionar elementos densos, que deixam o discurso da letra ainda mais pungente. Uma pena esse mix, que ganhou até clipe, só ter sido lançado na Europa e na Oceania.
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