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Entrevista: conheça Carol Bambo, a paraense que cresceu com axé, música pop, tecnobrega e quer trazer isso tudo ao som dela
Nosso radar está sempre ligado para novos nomes da música pop, principalmente nacional, e estamos de olho em Carol Bambo! A paraense lançou na semana passada o terceiro single da carreira dela, “Safada e Fria”, com o Babado Novo e nós conversamos com ela sobre a novidade e como ela chegou na trindade da música pop nacional: Pablo Bispo, Sérgio Santos e Ruxell. Os três assumem a produção das faixas dela e com certeza ela promete para 2021!
Ao longo do papo, Bambo conta que cresceu vendo MTV, ouvindo Gaga e X-Tina, mas que também viveu a música paraense. Então, por que não unir as duas coisas? Conheça “Safada e Fria” e leia nossa entrevista logo em seguida!
PAPELPOP: Parabéns pelo lançamento de “Safada e Fria”! Imagino que você tenha surtado quando soube que o Babado Novo iria entrar na faixa. Eles são uns dos ícones do axé!
CAROL BAMBO: Fiquei desesperada de felicidade! A música paraense não era tão forte na minha infância. Eu sou uma criança nos anos 90, então eu cresci com É o Tchan, comprando todos os discos do Axé Bahia…a minha vida a minha escola foi baseada em axé então a minha maior referência era Babado Novo, Banda Eva, Daniela Mercury, Chiclete com Banana. Depois que a música paraense foi ganhando mais força. Tinha, lógico, música paraense, mas era aquela coisa muito regional que dançava na festa junina do colégio. Na época a gente ouvia a gente ouvia axé, então ter o Babado Novo, que é um nome super forte desde a Claudia Leitte… A Mari tem toda aquela energia que as mulheres baianas têm. Aquele mulherão assim chegou no set e eu pensando “essa mulher é tudo”. Ela chegou como se fosse minha melhor amiga. Me juntei com ela e nós já estávamos falando da nossa vida. Cada pausa que o diretor dava, a gente dava uma fofocada.
Você está chegando agora querendo misturar a música paraense com o pop. Como foi crescer com essa mistura?
Muita gente ainda tem aquela ideia de que se você é do Pará você ouve o tecnobrega o tempo inteiro. Mas eu sei o que a Lady Gaga lançou ontem, nós estamos ligados nos lançamentos do pop. Eu também cresci vendo Disk MTV e fazendo coreografia da Christina Aguilera na frente da televisão. Então é a minha identidade, é o que eu sou. Toda a festa toda a festa na casa da minha avó que tem uma festa que eu faço que se chama Bamboo Fest que faço desde os meus 15 anos essa festa. Ela é mais ou menos o que eu sou. Toca Fruto Sensual, que é uma banda super brega do Pará, e também toca Lady Gaga e Britney. Sempre passando pelo É o Tchan. Então eu sou essa miscelânea musical. Eu quis manter minhas raízes porque eu acho que é também o que me diferencia dos outros artistas.
Você está muito bem acompanhada da trindade da música pop brasileira: Pablo Bispo, Sérgio Santos e Ruxell, responsáveis por muitos hits do pop nacional. Como você começou a trabalhar com eles?
Eu tinha uma carreira em Belém, uma banda já há mais de dez anos, paralelo à minha carreira de jornalista. Como eu já tinha meu emprego que já me dava dinheiro, eu fazia música mais por diversão. E aí de 2016 para 2017, eu comecei a querer mais da minha vida, então me mudei para o Rio de Janeiro. Fui fazer aula de canto com o Diego Timbó, que também é produtor e professor de canto da Luisa Sonza, da Pabllo, da Cléo… Todo mundo cantou, eu fui a última a cantar e o Diego disse que queria trabalhar comigo. “Vou te apresentar uns compositores aí”. Então eu fui no estúdio e conheci o Pablo, o Sérgio e o Ruxell, isso em 2017. Nós fizemos uma música juntos, mas nunca apareceu uma oportunidade ou dinheiro para lançar. Temos outras músicas também nesse período e em 2018 eles me chamaram para entrar no Inbraza. Eles falaram “Bambo, o que falta para você lançar essas músicas?” e eu disse “Cara, falta alguém que acredite e me ajude e invista”. Então eles praticamente abriram as portas da esperança, fiquei nessa espera e aí aconteceu.
“Safada e Fria” é uma dessas músicas que estavam prontas há anos?
“Safada e Fria” chegou em março de 2020. E aí a gente ouviu e tal, veio de uma compositora parceira chamada Kevenny. Ela é trans e mora em Feira de Santana na Bahía. Recebemos essa música, trabalhamos nela eu, Pablo, Sérgio e o Ruxell. Fizemos nossas alterações, Ruxell fez as bases e aí eu esperei. Lançamos “Três Por Um Real” porque naquele momento era o ideal por todos nós estarmos mais em casa e a música ser mais calminha. Ela serviu perfeitamente para a época, muitos disseram “Essa música me tirou de uma crise de ansiedade”, “Essa música me tirou da depressão… cara, que responsabilidade! Eu não tinha noção!
A música veio na época certa mesmo! Porque eu ouço e me lembra aquele clima de praia com alguém tocando a faixa numa caixa de som perto de algum quiosque com peixe e cerveja…
Ela veio no momento certo. É uma música de superação, para aquela pessoa que não aguenta mais aquela fase e quer passar ela pra trás. É bem a vibe do começo do ano. Vida nova, novas oportunidades, larga aquele boy lixo e deixa ele pra trás. É bem isso.
Agora que sua carreira está finalmente acontecendo, dá um friozinho na barriga pensando em tudo o que está acontecendo e o que vem aí?
Dá, Felipe! Dá sim porque eu acho que a cada lançamento a gente quer superar o outro, então “3 por 1 real” foi incrível. Eu amei a repercussão das pessoas, tocou em todas as rádios de Belém. “Safada e Fria” vem superando ainda mais as expectativas. Eu vejo todos da equipe muito engajados e empolgados porque realmente é uma música que vai contagiando sabe. E os próximos lançamentos… Eu estou trabalhando muito com Pablo Bispo ainda para gente organizar o que é que vem por aí. Mas já tenho mais oito músicas, eu acho, semi-prontas pra gente trabalhar. Todas elas tem esse humor que eu quero trazer também. Um dos meus diferenciais é trazer uma música leve e divertida. Eu me considero essa pessoa leve e divertida. Eu sempre quero que as pessoas se divirtam. Acho que a música é o que pode trazer pra gente um pouco de paz, um pouco de momentos de diversão com os amigos… eu acho que a música pode transformar tanto a gente…
Sei que você já tem músicas prontas para serem lançadas. Quem você colocaria para participar de alguma delas?
Eu traria a Pabllo com certeza. Sem nenhuma dúvida. Porque eu acho que ela representa muito do que eu quero ser também. A Pabllo tem toda uma identidade do Norte e Nordeste. Ela morou no Pará, ela morou no Maranhão, então acho que ela tem muito da minha sonoridade também e também viveu muito do que eu vivi. Acho que seria uma parceria incrível. Eu amo. Eu queria muito alguém do Nordeste também, tipo o Safadão, Barões da Pisadinha, porque eu cantei tanto essas coisas na minha vida inteira!
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