A gringa do pop: aprenda termos que todo mundo fala e você nem imagina o que significam

O showrunner da produção afirmou que, na verdade, a obra se trata de um reboot, e não um remake do terceiro filme da franquia original. O plot será o mesmo, mas o casting será inteiramente renovado. Essa introdução te confundiu? Deixa que a gente explica!

Você, provavelmente, já leu alguma matéria relacionada às editorias de cinema, TV ou mesmo música em que, apesar de o texto vir estar escrito em português, havia também uma infinidade de termos estrangeiros, como os que estão listados acima.

É claro que, mesmo sendo um(a) consumidor(a) voraz de conteúdos ligados à cultura pop, nem sempre se vai a fundo no significado de palavras ou expressões que, com o passar dos anos, acabam se tornando corriqueiras na indústria do entretenimento. Quer entender melhor? Prepare papel e caneta, pegue os marcadores e embarque nessa!

Showrunner

Shonda Rhimes ficou tão famosa que o universo de suas séries ganhou o apelido de “ShondaLand” (Reprodução/Youtube)

Vamos começar pelos bastidores: enquanto nos filmes quem assume a função de comandar todo o set é o diretor, em produções mais extensas, televisivas, o responsável é o showrunner. Além de dirigir, ele pode acumular as funções de criador, roteirista e produtor executivo em uma só obra. Shonda Rhymes com “Grey’s Anatomy”; Roberto Aguirre-Sacasa, com “O Mundo Sombrio de Sabrina”; e Ryan Murphy, que tem no currículo várias temporadas de “American Horror Story”, são ótimos exemplos de ocupantes do cargo.

Spin-off

O spin-off “Better Call Saul” apresenta o personagem Jimmy McGill antes de se tornar o infame Saul Goodman de “Breaking Bad” (Reprodução)

Vale resgatar outro termo super popular: spin-off. A expressão, em tradução literal, significa “derivado”. Costuma ser beeeem comum no universo dos super-heróis, em HQs, mas isso não exclui a possibilidade de levar o projeto pras telas. Quando isso acontece? Digamos que um filme ou uma série atinge grande sucesso. Logo, é comum que os produtores queiram investir no universo criado.

Em geral, realiza-se isso através de uma nova obra que terá como base um recorte da trama original. “Better Call Saul”, da Netflix, é um spin-off de “Breaking Bad”, por exemplo. Já “The Walking Dead” originou quatro outras séries: “Fear The Walking Dead”, “Cold Storage”, “Torn Apart” e “Um Novo Universo”.

No Brasil temos dois exemplos recentes. “As Five” Lembra de “Malhação: Viva a Diferença”, temporada da tradicional série brasileira vencedora do Emmy Internacional? Pois bem. Em 2020, as amigas Benê, Keyla, Tina, Lica e Ellen se reuniram, seis anos após se formarem no ensino médio. O objetivo foi reconectar o vínculo que se enfraqueceu com o passar do tempo. Sabe como é, do terceirão pra vida hahaha

Também disponível na Globoplay está “Totalmente Sem Noção Demais”, derivada da novela “Totalmente Demais”, protagonizada por Marina Rui Barbosa e Felipe Simas em 2017. A narrativa se passava um ano antes das histórias que foram ao ar na novela das 19h, servindo como uma espécie de pré-sequência. Em inglês, “prequel“.

Remake e Reboot

À esquerda, o ator Berry Nelson interpreta James Bond, na série de 1954. Em 2006, coube a Daniel Crieg reviver o personagem.

Volta e meia rola a maior confusão quando se fala em remake e reboot. Vamos acabar com isso de uma vez por todas? Fazer um reboot significa fazer uma retomada, um recomeço. Isso acontece, principalmente, quando o filme ou série são refeitas do zero algum tempo depois do lançamento original, o que ocasiona alterações na trama. O filme “007 – Cassino Royale”, lançado em 2016, é um reboot da série televisiva lançada em 1954.

Já o termo remake é usado quando se tem nas mãos uma produção inteiramente refeita. Neste caso, os produtores buscam manter o máximo possível de semelhanças entre os dois conteúdos, preservando, inclusive, a mesma narrativa.casting (que é a seleção de elenco), pode ser inteiramente diferente da original, desde que o plot (o enredo) permaneça o mesmo.

O primeiro filme foi lançado em 1976 e protagonizado por Sissy Spacek. Já o segundo chegou aos cinemas em 2013, trazendo Chloë Grace Moretz no papel de Carrie White (Reprodução)

Pra exemplificar, “Carrie – A Estranha” é um bom caso. A primeira versão do longa foi lançada em 1976, mas ganhou em 2013 uma versão inédita, que abordou de forma mais atual a dita trama.

Revival 

Além de reboot e remake, uma produção específica também pode ganhar um revival, isto é, ter seu enredo “revivido”. Esta é uma proposta um tanto mais triste do que as demais, porque na maioria dos casos não passa de um último sopro antes de acabar de vez. Um bom exemplo é a série “Gilmore Girls”, que foi finalizada em 2007, mas ganhou uma minissérie na Netflix chamada “Um Ano para Recordar”. São quatro episódios novos, mas sem expectativa de ser renovada.

É impossível não lembrar também da icônica série Lizzy Mcguire, protagonizada por Hilary Duff. A produção, um clássico dos estúdios Disney entre os anos de 2001 e 2004, marcou a infância e adolescência de toda uma geração, chegando até mesmo a ganhar um filme. Com a estreia do Disney+, plataforma de streaming da casa do Mickey, a promessa de um novo projeto relacionado, com narrativa atualizada, acendeu uma chama de esperança nos mais saudosos.

Além de duas temporadas, a série também ganhou um filme spin-off, lançado em 2003 (Divulgação)

A atriz Hilary Duff, que também atua como produtora executiva da série, disse em seu perfil do Instagram que o revival iria mostrar a personagem já adulta, com seus trinta e poucos anos e que a nova produção deveria refletir a realidade de uma mulher dessa idade. Masssss… como nem tudo é perfeito, após uma série de divergências criativas quanto ao roteiro, a produção acabou sendo cancelada.

Live-action

Não podemos deixar de falar dos ditos filmes live action, que nada mais são do que produções lançadas a princípio em formato de animação, mas agora reinterpretadas por pessoas reais. A Disney, em especial, tem lançado mão desse gênero em uma tentativa de resgatar a magia filmes clássicos, como é o caso de “A Bela e a Fera”, “Dumbo” e “A Dama e o Vagabundo”.

Diz aí, funciona pra você?

Cliffhanger

Diferentão mesmo é o cliffhanger, mas só no nome, viu? O famoso gancho significa estar “à beira do abismo”. É um artifício muito utilizado por roteiristas a fim de manter fixa a atenção do espectador. Desta forma, uma mudança repentina, uma surpresa ou um acontecimento chocante podem ser inseridos no roteiro para provocar um suspense, antecedendo o próximo capítulo.

Sabe quando a gente já está sentado na pontinha do sofá, esperando aqueeeeele desfecho, aquela descoberta, e o personagem congela? Os créditos sobem?! Pois bem. Esse recurso é muito usado em novelas e em séries com várias temporadas, não apenas com o objetivo de prender a audiência à espera de respostas, como também de criar um ambiente de curiosidade.

“Avenida Brasil” exemplifica direitinho. Sabe quando os personagens eram congelados e a expectativa pro próximo capítulo batia lá nas alturas? Abaixo, embora menos prático, outro exemplo gringo que ficou muito famoso: o personagem Ross, de “Friends”, chamou a própria noiva, Emily, de Rachel, a ex, bem no meio do casamento. O episódio terminou sem resolução e a série só voltou quatro meses depois. Que barra, hein?

Lead single

E quando o assunto é música? Sempre há uma ansiedade em torno do bendito lead single. Trata-se, basicamente, da primeira faixa escolhida para fazer a divulgação de um álbum de estúdio. Foi assim com “Whenever, Wherever”, da Shakira (Laundry Service, 2001), com “All the Lovers”, da Kylie Minogue (“Aphrodite”, 2010)… Um caso recente é “Positions”, de Ariana Grande (“Positions”, 2020). Além de apresentar ao público o novo projeto, a canção em si pode servir como uma prévia da sonoridade e da estética como um todo. 

Debut Single

Essa é fácil! Enquanto o lead serve para dar um gostinho de como será o álbum, o debut single, como o próprio nome indica, é aquela faixa que apresenta o artista pela primeira vez e serve como uma espécie de teste, pra ver qual vai ser a resposta do público à canção ou mesmo ao estilo adotado pelo músico. “Baby One More Time”, da Britney Spears, é um exemplo: a música fez sucesso imediato e levou Britney para os holofotes antes mesmo do seu álbum de estreia ser lançado. “Human Behavior” cumpriu essa função com a Björk. “Everybody”, por sua vez, com a Madonna… Por aí vai.

Comeback

Uma expressão que a gente já se acostumou, mas nem sempre usa certo é o comeback. Um comeback acontece quando um artista, grupo ou banda passa um bom tempo antes dos holofotes. Quando volta à cena, provoca o maior estardalhaço. Ano passado foi definitivamente o momento mais apropriado pra isso acontecer. A quantidade de gente que ressurgiu, não foi brincadeira. Tivemos desde Sandy & Júnior até My Chemical Romance e Spice Girls.

O girlgroup, aliás, marcou o mundo pop nos anos 1990 e já tinha feito uma turnê comemorativa em 2017. No ano passado, embora só tenha circulado pelo Reino Unido e sem a presença da Posh Spice Victoria Beckham, os 13 shows da turnê “Spice World – 2019” arrecadaram mais de US$ 78,2 milhões.

Palavras derivadas (hit, flop…)

Se é para falarmos de expressões gringas a gente não pode deixar de fora aquelas derivadas de palavras inglesas que já viraram parte do vocabulário brasileiro, não é mesmo? Hitar vem da palavra “hit” que, no universo pop, significa “sucesso”. Uma música se torna um hit quando tem muitas vendas, fica no top das paradas músicas ou mesmo na boca do povo. Tome como exemplo “Old Town Road”, de Lil Nas X e Billy Ray Cyrus. O hit foi tamanho que a faixa quebrou um recorde praticamente inalcançável de Mariah Carey na Billboard e ficou no topo da parada Hot 100 por 19 semanas consecutivas.

Flopar… não tem um significado muito doce, por assim dizer. Vem da gíria flop que na linguagem informal significa algo que fracassou, foi um fiasco. Tanto hit como flop podem ser usadas para falar de músicas, clipes, artistas e até filmes. Pode-se dizer, por exemplo, que os filme “X-Men: Fênix Negra” e “Quarteto Fantástico por exemplo, floparam nas bilheterias mundiais. Isso porque ambas as produções tiveram grandes investimentos e pouco retorno financeiro. “Glitter”, da Mariah Carey, também é um exemplo. Vítima de uma infeliz coincidência, o filme foi lançado no dia 11 de setembro de 2001, mesma data do atentado terrorista às Torres Gêmeas, em Nova York.

“Fênix Negra” também é considerada um fracasso cinematográfico. Com orçamento de US$ 200 milhões, o filme recebeu de volta US$ 252,4 milhões em arrecadação. “Quarteto Fantástico”, por sua vez, teve orçamento de US$ 120 milhões e rendeu US$167,9 milhões nas bilheterias. Ou seja… é preciso aclamação em todos os sentidos pra não cair na armadilha!

***

E ai? Já está mais confiante para falar de música e cinema sem medo de errar os termos gringos?

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