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“Tenho colaborações com artistas brasileiros marcadas”, conta o DJ Alesso em conversa com o Papel Pop

Conversamos com o DJ dinamarquês Alesso sobre o seu novo single “The End” que conta com a participação da cantora Charlotte Lawrence. A música, cujo ritmo foge da melodia animada e energética que estamos acostumados do produtor, é uma música sobre um término de relacionamento baseado na experiência pessoal da própria Charlotte, o que, de acordo com Alesso, trouxe ainda mais autenticidade para a faixa. Confira: 

 

Alesso também contou ao Papel Pop como foi se apresentar ao vivo num festival em Taiwan em setembro, onde não havia nenhum caso de Covid-19 registrado há mais de 200 dias. Criatividade, colaborações e claro, o seu amor pelo Brasil – e confia em mim quando eu digo que isso ele tem de sobra –, foram outras pautas abordadas na nossa conversa. 

 

Confira a entrevista na íntegra:

 

PAPEL POP: Parabéns pelo novo single! Conta um pouquinho pra gente sobre o processo de desenvolvimento de “The End”?

ALESSO: Ah, muito obrigado! Que bom que gostou! Então, a Charlotte, com quem eu divido a faixa, é uma daquelas artistas que eu estava de olho e tipo, uau, ela é muito animada, aquela voz, você sabe, que você quer demais numa música. Na verdade, temos amigos em comum e então, nós nos conhecemos por meio de amigos mútuos em Los Angeles. Mas foi só dois anos depois, que foi há seis meses, que começamos a trabalhar em uma música. E ela teve uma ideia chamada The End, e era como uma canção de amor lenda, uma balada, e eu adorei! Mas pensei, e se torcermos e fizermos mais uma vibração otimista dos anos 80? E eu fiz, junto com outro produtor incrível chamado Andrew Wan. Ele tem todo esse sentido analógico que usamos no estúdio que foi incrível de experimentar pela primeira vez, porque geralmente tudo é, você sabe, através do meu laptop e todos os sons. Nós trabalhamos nisso por alguns dias e então estava pronto e ela adorou. Eu amei essa faixa. Todos nós adoramos. Combinamos de lançar a música antes do final deste ano –  o nome da música era meio que adequado porque parece um pouco como se o mundo estivesse indo para o fim. Mas é uma canção de amor, é uma triste música de término que, você sabe, ela [Charlotte] tirou de experiências pessoais e acho que todos que passaram por um rompimento podem se identificar com isso. Respondendo a sua pergunta de uma forma mais técnica, a Charlotte gravou as partes dela da música pelo celular! Mandei a batida e ela gravou, à distância, a partir delas! Acho isso muito legal! 

 

O que você espera de um artista ao colaborar com eles? Porque você fez algumas colaborações incríveis ao longo de sua carreira, né?

Quando terminamos a música e eu toquei para a Charlotte e ela disse “oh meu Deus, eu amei, ficou perfeita” e isso significa tudo pra mim, porque é pra isso que eu faço música! Então, eu sempre procuro um sentimento realmente verdadeiro para a música e uma participação que não é apenas tipo, “vamos colocar este aqui novamente e ver o que acontece”, entende? 

 

Claro! Acho que esse cuidado faz toda a diferença na hora que ouvimos o produto final também. Agora, você é o único artista que eu posso perguntar sobre isso: como foi se apresentar ao vivo num festival em Taiwan recentemente? 

Sim, foi algo incrível! Senti muita falta de me apresentar ao vivo! Acho que já se passaram oito, oito meses desde o meu último show em fevereiro, eu acho. E eu sinto falta da turnê, sinto falta de ver as pessoas e a energia e ouvir música ao vivo também. Estou no meu estúdio agora, então posso tocar música alta aqui, mas é algo diferente quando você ouve algo como um festival e pessoas gritando, e é mais como uma celebração da vida. E em Taiwan foi meio que isso! Não foi registrado um único caso de coronavírus em duzentos dias, e então eu acho que o festival foi uma celebração também, de certa forma. Não esquecerei tão cedo daquela apresentação. Foi incrível.

Acredito que você não tenha outro show ao vivo agendado para acontecer em breve, né [risos]?

Infelizmente não! [risos]

 

E como esse ano te afetou criativamente? 

Então para esse festival em Taiwan, eu tinha algumas músicas como house records que estavam prontas para o show. E quando eu os toquei, eu sabia como eu precisava mudar algumas coisas nas músicas a partir da relação do público! Sinto falta disso porque é como um feedback instantâneo quando você toca uma nova música e depois pode ir ao estúdio para alterá-la. E isso aconteceu com algumas músicas que eu toquei no festival, eu achava que elas estavam ótimas e aí depois de apresentá-las ao público, vi que tinham algumas coisas para melhorar, então apresentar ao vivo me ajuda muito criativamente. Tanto que “The End” é uma música mais lenta comparado ao que eu estou acostumado a fazer, porque eu realmente fiquei um tempão sem tocar em baladas, shows, então fazer uma música mais lenta, fez todo o sentido. Agora eu estou mais inspirado, me sentindo mais criativo depois do show! Estou produzindo tudo daqui do meu estúdio na Dinamarca e vem muita música boa por aí, estou bem animado! 

 

Sinto que você já tem uma bela vantagem comparado ao resto do mundo, porque você experienciou algo que muitos artistas nem cogitam no momento! [risos]

É basicamente isso! [risos]

 

Vou mudar um pouco de assunto agora, porque sinto que se não te perguntar sobre o Brasil, muita gente vai querer me matar! [risos]

O que estávamos fazendo até agora? Vamos falar sobre o Brasil! É só isso que importa [risos]! 

 

Você já colaborou com a Anitta, e queria saber se você pensa em outra colaboração com um artista brasileiro…

Eu tenho colaborações pro futuro com artistas brasileiros, mas eu não quero falar nada porque acho que vai demorar só mais um pouquinho até podermos divulgar algumas informações! Mas eu amo a Anitta, acho ela incrível, temos algumas músicas que queremos trabalhar um pouco mais também! 2021 será um ano interessante para mim, porque terá muita música diferente! Vai ter música latina, música dance, música pop… Tirei esse ano para produzir e criar músicas de um jeito que eu nunca fiz antes. Então, é! Quando você me pergunta sobre algo com artistas brasileiros, fica tranquila porque tem coisa pra vir! 

 

Estou pronta! E eu sinto que você experienciou o Brasil de diversas maneiras: se apresentou no Rock In Rio, gravou um clipe na Amazônia… Qual é a sua coisa favorita daqui? 

A cultura! Quando você vai ao Brasil, você sabe que não está em qualquer outro lugar do mundo. É desde a comida até o povo, as músicas… É basicamente o seguinte: quando eu vou ao Brasil, eu sempre quero ficar. Eu nunca quero voltar pra casa, sempre sinto que posso fazer algo mais por aí! É o que eu te falei: cultura, comida, pessoas – é pra isso que eu vivo! E o Brasil tem uma personalidade para todas essas coisas! O Brasil não tenta ser algo que ele não é, e eu respeito muito isso. É o Brasil. E musicalmente isso transparece muito! É tudo muito autêntico e de muita qualidade! 

 

Eu ia perguntar se você pensa em voltar ao Brasil quando o mundo voltar ao normal, mas depois dessa resposta–

Eu serei o primeiro DJ a pisar no Brasil, vocês querendo ou não [risos]! Eu estarei aí! 

 

Estaremos esperando! Minha última pergunta para você, Alesso, é para que descreva a sua música em três palavras! 

Puts… Eu não sei! Três palavras? Eu diria: energética, melódica e eu sempre tento deixar as minhas músicas sempre novas e atualizadas, tento não repetir o que eu já fiz no passado, então eu vou dizer refrescante!

 

***

Ouça “The End” nas plataformas:

Spotify | Deezer | Apple Music

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