Com álbum novo no forno, conversamos com Priscilla Alcântara para entender e conhecer um pouco mais sobre o projeto que promete mostrar um lado da cantora jamais visto antes. A nova era da cantora, marcada pelo lançamento do single “Correntes”, foi uma experiência em que a mesma disse ter saído 100% da sua zona de conforto, por ter cancelado, no início do ano, a produção de um álbum que já estava pronto, para começar do zero o disco que ela sempre sonhou em fazer. “Eu fiz o melhor álbum da minha vida e é isso que importa.”, contou Priscila.
Enquanto o novo álbum não chega, vem conferir o clipe lindo de “Correntes”:
No meio de uma pandemia, não só de trabalho pode um ser humano viver! A cantora contou como equilibrou a sua jornada criativa com a de descanso durante a nossa conversa e olha, o processo envolve desde a sua cachorra Menina – um Golden Retriever de menos de um ano – até a introdução ao universo K-Pop que Priscila se admitiu fascinada: “Eu pesquisei sobre BLACKPINK, vi o documentário das meninas e tem muita coisa boa pra pegar de referência. É absurdo!”.
Priscilla abriu o jogo sobre a produção do seu disco, spoilers das colaborações que vamos encontrar no álbum, paixão pela cantora e compositora gospel e R&B americana Tori Kelly, e muito mais! A entrevista na íntegra você confere abaixo:
PAPEL POP: Nova era veio com tudo, né! Sua conta no Instagram tá toda diferente e eu amei demais, mas ao mesmo tempo fiquei muito chateada porque não achei nenhuma foto de você com a sua cachorra!
PRISCILLA: [Risos] Eu te mando várias! Pode deixar! Todo dia eu e a Menina fazemos um álbum de fotos juntas. Ela é perfeita. Mas sim, tá tudo diferente no meu Insta porque eu quis dar esse suspense pros meus fãs e eles não sabiam até o dia do anúncio o que estava por vir… Então era mais pra marcar o começo da nova era – como a fanbase gosta de chamar –, e pra darem ênfase no que estava por vir aí com o single Correntes.
E como foi o processo de desenvolvimento, a produção de “Correntes”?
Foi muito doido! Correntes é uma sobrevivente, porque eu já tinha começado a produzir um novo álbum e no começo da quarentena eu decidi interromper a produção e começar do zero! Eu estava sentindo que não tinha nada a ver o que eu tava fazendo! Aí eu tive essa crise, troquei de produtor, encerrei o projeto… E da setlist desse projeto antigo, a única faixa que ficou no setlist oficial do próximo álbum foi “Correntes”! Então ela é de fato a sobrevivente, porque ela não foi cortada! Ela resistiu a essa minha crise artística [risos]. E é uma música muito especial, eu acho que ela seria meio que atemporal e faz sentido pra qualquer tipo de era, qualquer tipo de álbum que eu fizer, por ela carregar uma mensagem muito necessária de persistência, fidelidade, autenticidade… Então é! “Correntes” se manteve firme no repertório e acabou sendo escolhida como primeiro single do novo álbum!
E o clipe tá tão lindo! Super bem trabalhado, tanto que eu assisti e só consegui pensar no trabalho que deu ter gravado tudo aquilo!
Deu muito trabalho! Foram três sets né, eu fiz três diárias! Deu muito trabalho, teve muito planejamento, muito estudo, e foi o primeiro projeto que eu envolvi uma equipe de moda junto comigo e eu acho que fez toda a diferença – foi algo que eu percebi que a galera notou muito também. Foi a primeira vez que eu fiz um projeto assim e me assustou um pouco porque eu fiquei “Ai meu Deus, é muito planejamento, é muita equipe, é muita gente envolvida”, mas pelo resultado, valeu a pena.
Você disse que contratou uma galera pra te ajudar na estética desse novo projeto, mas seu estilo sempre foi muito bem definido nos lançamentos passados também. Sempre achei a parte visual do seu trabalho muito bem definida! Você tem alguma inspiração?
Ai que bom que você acha isso! Eu ia muito mais pelo instinto! Eu me interesso muito sobre moda e design, adoro acompanhar as atualizações, ver o que a galera tá usando, ver os lançamentos… Eu também tenho um gosto pessoal muito definido, então eu usava muito disso somado com a minha intuição, sabe? Mas agora a ideia foi de fazer tudo isso numa forma intencional, trabalhando de fato com uma equipe que estudou, passou anos da vida aprimorando essa técnica da imagem, da estética… O meu time foi incrível! A Juliana Bordin, o Dindi Hojah… Eles foram essenciais para refinar aquilo que eu gosto! Eles transformam as coisas que eu gosto em diamante mesmo! Então era uma coisa muito mais instintiva antigamente, e agora intencional!
Como que a Priscilla está nesse tempo de pandemia? Ainda mais a partir do que você comentou sobre começar um disco do zero!
Muita coisa aconteceu! Muita coisa que eu nem vi acontecendo! Eu fui de encerrar um álbum e começar outro, fui de uma crise artística pra um surto criativo que me permitiu terminar um álbum… Foram muitos altos e baixos e tudo muito rápido, porque, querendo ou não, de março pra cá não passou muito tempo assim de coisa que eu acabei produzindo e vivendo. Então foi uma loucura! Foi uma experiência do tipo “você tem que aprender agora como faz isso”, tiraram o estúdio de mim, como eu costumava gravar, tiraram a minha fonte de inspiração que geralmente envolve relacionamentos, pautas existenciais… Tiraram isso de mim! Então eu não tinha muito da onde tirar inspiração pra escrever! Aí eu fui lá e comprei um cachorro pra me ajudar, fui pra minha outra casa que é no meio do mato, peguei a minha afilhada de um ano de idade com todos os cuidados e trouxe ela pra passar um tempo da quarentena comigo! Tudo isso pra ver se eu me inspirava! O bloqueio criativo me pegou de jeito quando faltavam 3 faixas pra finalizar o álbum! Então você imagina o quão frustrante foi… E quando você é artista, não tem muito o que fazer, sabe? Cheguei à conclusão de que você tem que viver o bloqueio criativo e esperar ele passar… Então foi complicado esse tempo de espera… Mas outra coisa que eu fiz também foi que eu me gravei cantando pela primeira vez! Foi um álbum que eu mesma me gravei cantando no meu guarda-roupa e isso foi bizarro! Então eu tive que me desafiar a produzir a minha própria música sem ter o meu produtor aqui, aprender a mexer nos softwares… Então tudo isso me esticou muito como artista! Eu tive que sair 100% da minha zona de conforto! Mas eu fiz o melhor álbum da minha vida e é isso que importa.
Eu ia até perguntar se você acha que seus fãs vão pedir pra ouvir as músicas descartadas do álbum cancelado, mas acho que isso nem faz sentido uma vez que esse álbum novo é tão mais autêntico em relação a você, né?
Eu acho que dificilmente eu vou reviver as faixas descartadas, viu? Acho que coisas que eu gravei pra esse álbum são perfeitas para este momento. No futuro talvez eu faça algo completamente diferente, quem sabe eu não abro essa gaveta de faixas descartadas e vejo se tem algo que combina, mas o que importa é que pra esse momento, essas músicas foram perfeitas!
E a gente já sabe de uma colaboração que vai ter no álbum que é com o Lucas Silveira… Será que você solta um spoiler sobre a outra colaboração até um final da entrevista [risos]?
[Risos] A música com o Lucas vocês já sabem – e ela ficou bem no estilo dele, tipo, você sabe que tem bem a mão do Lucas na produção dela! A gente escreveu juntos então ficou uma junção bem legal de nós dois, por exemplo: a galera raramente vê eu fazendo músicas românticas tristes, porque eu sempre faço delas algo alegre porque tudo tende a sempre terminar bem pra mim! E eu sei que essa não é a realidade de muita gente, tá? [Risos] Mas com o Lucas, que é o príncipe emo, não tinha como ser tão feliz assim! Daí a gente foi nessa de fazer uma música romântica que tem um lado mais melancólico, e que eu acho que muita gente vai se identificar! E a outra colaboração… Olha, tudo o que eu posso falar é que esse é um artista que eu sempre fui fã, meu pai também é muito fã – é meio engraçado falar isso –, mas eu sempre quis trabalhar com esse artista. Pessoalmente falando, ele é muito querido pra mim e eu sempre falei que se um dia eu gravasse com ele, eu teria zerado a vida! Acho que já deu pra perceber que eu tô falando de um homem, né? [Risos] Já dei spoiler demais! Chega!
E deve ser muito gratificante você ter o apoio de outros artistas nesse seu projeto novo que é tão autoral, né?
É incrível! No início desse novo projeto em que eu estou me desafiando tanto, acessando campos que eu sempre quis e que me acho capaz de tentar, realmente testando coisa nova, tô sentindo muito o apoio dos artistas, da galera do meio mesmo – desde postar nas redes até me chamar no privado pra elogiar e eu mandar material pedindo opiniões! Então pra mim é um privilégio ter o apoio não só dos meus fãs, mas também do meio! Um compartilha a plataforma do outro, e eu acho que no meio artístico isso é muito necessário e super válido! Eu me sinto muito honrada mesmo.
E você chegou a descansar durante esse período todo ou não?
Olha, eu tentei realmente me acalmar e descansar. Eu venho de uma vida muito corrida desde criança! Eu comecei com 8 anos numa carreira onde eu só tirava 20 dias de férias por ano! Então eu basicamente nunca parei de verdade, sabe? E a vida de estrada também depois de quando eu parei de fazer televisão, era tão corrida quanto. Então quando o nosso ofício sofreu todas essas alterações, de cancelamento de shows e tal, eu vi como uma oportunidade de talvez descansar um pouco mais… Mas todo mundo vai entender que pra pessoas como eu que são hiperativas, amam trabalhar, descansar passa a ser um esforço! Não é algo simples, mas eu dei o meu melhor porque eu sabia que era algo que eu precisava! Mas também me dediquei muito ao trabalho. No final das contas, eu sinto que rolou um equilíbrio que não existia antes da pandemia. Eu abri os olhos pra perceber que eu não quero mais, depois que a pandemia passar, seguir com a rotina que eu tinha porque eu percebi também que eu acabei rendendo muito mais vivendo num ritmo mais equilibrado.
Alguma música ou artista novo que você veio a conhecer durante esse tempo que chegou a inspirar o álbum?
Deixa eu ver… O Lucas me apresentou muita música nova! Ele é uma pessoa muito inspirada, cheia de referências, então ele vivia me apresentando coisas novas! Pelo incrível que pareça, uma coisa que me inspirou e que eu descobri nessa pandemia, foi o universo do K-Pop! Eu achei simplesmente incrível! Tem muita qualidade ali dentro, muita coisa boa! Até depois do álbum pronto, eu pesquisei sobre BLACKPINK, vi o documentário das meninas e tem muita coisa boa pra pegar de referência. É absurdo! Acho que todo mundo deveria conhecer esse universo porque cara, como eles são educados e toda a questão da excelência na entrega também! Descobri esse universo e eu adorei!
Outra inspiração que eu queria muito conversar com você a respeito é sobre a Tori Kelly! Eu sei que você é muito fã e assim que eu ouvi “Correntes” eu lembrei muito dela também…
[Risos] Eu e a Tori Kelly temos tudo pra ser assim, sisters mesmo! E é verdade essa relação com “Correntes”! Eu nunca parei pra pensar nisso, acredita? Eu amo a Tori, a acompanho desde a época do YouTube, quando ela não tinha gravadora, ou muita coisa de estúdio… Eu ouço desde sempre mesmo! O som dela é muito compatível comigo, o que eu canto tem muito a ver com o som dela! E realmente, eu acho que ela gravaria “Correntes”, viu…
Tranquilamente!
Então fé, porque o feat pode acontecer [risos]!
Eu ainda perguntei sobre o segundo feat, porque né… A gente pode sonhar [risos]!
[Risos] Nada é impossível! E assim, honestamente falando, eu acredito do fundo do meu coração que isso é algo muito possível mesmo e que vai acontecer! Vamos ver se eu encontro algum caminho para fazer isso acontecer!
Estarei pronta! E Priscilla, minha última pergunta é pra você definir o álbum novo em 3 palavras!
Vou te dar três letras: TCC [risos]! Trabalho de conclusão de curso – esse é o meu álbum! Gente, o meu álbum é o meu TCC de vida! Tudo o que eu venho falando durante todos esses anos, estudando, conhecendo, dizendo o que eu gostaria de fazer, é esse álbum! Então eu sempre falo pros meus amigos que ele é tipo o meu TCC mesmo [risos]!
[Risos] Já te aviso que esse será o título da matéria no Papel Pop, tá?
[Risos] Amei! Perfeito! Mas quando eu lançar o disco, vocês vão entender! Principalmente quem me acompanhou até hoje, sempre ouviu os meus discursos, não só as minhas músicas, mas o que eu sempre falei sobre arte, espiritualidade, todas as minhas crenças… Eu acho que quando a galera ouvir esse álbum, eles vão entender a razão dele ser tipo um trabalho de conclusão de curso!
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Ouça “Correntes” nas plataformas:
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