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“Eu acho que eu não estaria aqui se não fosse pelas redes sociais.”, conta o cantor-compositor pop em ascensão, Johnny Orlando ao Papel Pop  

Johnny Orlando, artista pop canadense, é um daqueles casos contemporâneos que tiveram o início da  sua carreira no mundo digital. A diferença? Johnny começou no YouTube aos 8 anos de idade fazendo covers de hits da época como “Mistletoe” do Justin Bieber e “Let Her Go” do Passenger. Hoje, com 16 anos, o cantor-compositor e superstar pop em ascensão lança o seu segundo EP: “It’s Never Really Over”, um compilado de músicas românticas e introspectivas que buscam traduzir o processo de amadurecimento pessoal e profissional do cantor. Confira o single e viral do TikTok,  “Adelaide”:

 

 

Conversamos com Johnny sobre a vida na pandemia, referências musicais, como ele enxerga o seu crescimento no mundo da música a partir das redes sociais e como é acompanhar de perto a evolução de seus ídolos e músicos. “É bem doido como o tempo funciona! Olha só o que aconteceu Kanye, por exemplo [risos]!”, brinca Johnny. Confira a entrevista na íntegra: 

 

Parabéns pelo novo EP! Conta um pouco pra gente sobre o desenvolvimento dele… 

Claro! Quando eu estava gravando o EP, eu não tinha a menor ideia sobre o que ele seria! Eu comecei a escrevê-lo há quase um ano e meio, logo depois de eu ter lançado o meu primeiro EP. Quando começou a se aproximar a data de lançamento desse segundo projeto e eu tinha que tomar decisões criativas a respeito dele, eu me toquei que esse EP é como uma linha do tempo. No começo – com Adelaide –, dá pra perceber como eu estava sendo 100% adolescente, muito revoltado e angustiado com o mundo, e aí mais pro final, com as faixas Flaws e Bad News, eu fico mais introspectivo e percebo que eu sou o problema de tudo. Eu sinto que esse EP é o produto final do crescimento que eu tive no último ano e meio. 

 

Você nota uma mudança drástica de sons entre o seu primeiro EP ou não?

Claro! Quero dizer… eu acho que sim! É o que muita gente vem me falando [risos]… É difícil eu falar com muita convicção, porque eu sou tão imparcial em relação às faixas, porque já as ouvi milhões de vezes! Mas eu acho que sim! Eu tenho muito orgulho desse EP, ao contrário do primeiro que eu escuto hoje em dia e fico “Eca! O que eu tava pensando?” [risos]. 

 

Se alguém te falasse há um ano e meio que você lançaria um EP no meio de uma pandemia, como você reagiria?

Eu só falaria: “Você está sob efeito de drogas, vai se tratar!” [risos].

 

[Risos] Você sente que a pandemia te afetou criativamente?

Eu acho que o maior problema foi eu ter que me isolar do público e não poder viver tantas novas experiências quanto eu gostaria – o que me ajuda muito a compor. Eu preciso viver experiências reais para poder escrever sobre elas depois, e assim, talvez fazer uma pessoa se identificar com o que eu passei, entende? E eu não tive isso, o que, pessoalmente, me tornou mais introspectivo do que eu era antes da pandemia. Mas eu não tenho muito o que reclamar, sabe? Eu estou no Canadá e comparando com outros países, as coisas estão indo muito bem por aqui. Eu estou muito grato por estar saudável e seguro, e eu só espero que as coisas voltem ao normal no mundo todo o mais rápido e com cuidado possível.

 

Sim! As coisas precisam voltar com cuidado absoluto! E Johnny, queria saber um pouco mais sobre as suas referências musicais, quais artistas você acredita que o moldaram para ser o artista que você é hoje. 

Vou te falar os discos que mais me marcaram até hoje: o 2014 Forrest Hills Drive do J. Cole e o MTV Unplugged in New York do Nirvana. Eu cresci ouvindo esses dois discos o tempo todo! Meu pai me introduziu ao universo Nirvana, mas o álbum do J. Cole foi o primeiro que eu comprei sozinho na vida! Era o único disco realmente meu que eu tinha em casa, sabe? Eu fiz questão de memorizar todas as letras! Eu sou apaixonado pela maneira que o J. Cole conta histórias pelas suas composições e eu sempre tentei fazer o mesmo com as minhas músicas. Outras referências seriam: Billie Eilish, Shawn Mendes e Justin Bieber. Eu tenho muitas referências que o meu pai me mostrou desde criança, mas também gosto muito dos artistas dessa nova era da música de hoje, sabe? Eu tento balancear esses dois ambientes o máximo que eu posso. 

 

Você começou a fazer música desde muito cedo e o seu canal no YouTube é a prova disso. Queria saber como é pra você crescer com algumas das suas referências e acompanhar a mudança da jornada delas com o passar do tempo. 

É bem doido como o tempo funciona! Olha só o que aconteceu Kanye, por exemplo [risos]! Acho que coisas acontecem e a fama – fama de verdade, e não o tipo de fama que eu tenho no momento – muda as pessoas e eu acho que se um dia eu chegar a esse ponto, eu sou muito grato por ter a minha família sempre tão próxima a mim. É doido começar nesse meio tão cedo e conhecer os meus ídolos – eu conheci o Shawn Mendes na festa do Grammys em fevereiro! É maluco! Eu honestamente não consigo viver de outra maneira também, sabe? Eu cresci fazendo isso e não queria que fosse diferente. 

 

 

 

Sua carreira é muito atrelada às redes sociais, né? Desde o começo – como eu comentei – e até hoje. Como você enxerga que as redes sociais afetaram o jeito que você faz a sua música especificamente?

Humm… Boa pergunta! Eu acho que eu não estaria aqui se não fosse pelas redes sociais. O YouTube me deu uma oportunidade de ter um começo, o que também tem muito a ver com a época em que tudo isso aconteceu. Se estivéssemos falando de 30 anos atrás, era impossível colocar uma criança de 8 anos em frente a uma câmera para o mundo todo! Isso seria muito caro! Além disso, a era digital me introduziu a tantos artistas e gêneros musicais diferentes! O álbum do J. Cole que eu te falei? Eu só descobri que ele existia por causa do Twitter! Sou muito grato a tudo que as redes sociais já me proporcionaram, mas é óbvio que também existem os pontos negativos. 

 

Alguma dica para quem está começando a postar vídeos cantando no YouTube agora? 

Bem, essas pessoas são sortudas demais porque as tecnologias são muito mais acessíveis do que quando eu comecei! Hoje você grava tudo com a câmera do celular e fica lindo [risos]! Acho que o que ajuda muito é postar conteúdo o mais frequentemente possível, ser autêntico, sempre postar tudo com a maior qualidade possível e depois disso o seu público aparece naturalmente com o tempo.

 

Sobre mais lançamentos ainda neste ano: podemos esperar alguma coisa? Mais coisa desse seu lado introspectivo recém descoberto? 

Vou lançar uma música de natal [risos]! Eu sei que não há nada de introspectivo nisso, mas estou animado para esse lançamento [risos]! Mas quando janeiro chegar, retomaremos com a programação normal. Eu tenho escrito muitas músicas completamente sozinho o que me ajuda ainda mais a ser introspectivo.

 

Minha última pergunta é para que você descreva sua música em 3 palavras.

Experimental. Pop. Eu. 

 

***

Ouça o EP “It’s Never Really Over” nas plataformas:

Spotify | Deezer | Apple Music

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