MELHOR DE 2020

Discos de rap brasileiros lançados em 2020 que você precisa ouvir

A arte é um dos principais canais capazes de fornecer ao público um fio de esperança e de consciência social. E em um ano com acontecimentos inimagináveis, nada melhor do que poder contar com a diversidade de trabalhos tão completos e reflexivos quanto as produções brasileiras

Com a cena nacional do hip hop enriquecida a cada lançamento, essa cultura se apresenta como uma das mais criativas e autênticas do país. Sendo assim, decidimos reunir os discos de rap lançados em 2020 que você precisa escutar.

“Bivolt”, Bivolt

Indicada ao Grammy Latino de Melhor Vídeo Musical em Versão Curta, pelo clipe da faixa “Cubana”, Bivolt apresenta seu primeiro álbum. Já sendo um nome conhecido na cena hip hop, em seu trabalho autointitulado, a artista eleva o patamar de seus lançamentos e cria uma sonoridade harmônica e completa.

O disco ganha ainda mais força com parcerias com artistas, como Xênia França, Tasha & Tracie, Dada Yute, Jé Santiago e Lucas Boombeat. Outro elemento que faz com que o álbum seja um dos melhores do lançamentos do ano é a riqueza rítmica da obra.

“Assim Tocam os Meus Tambores”, Marcelo D2

Quase 150 horas de transmissão pelo Twitch conduziram Marcelo D2 ao seu mais recente trabalho, o álbum “Assim Tocam Meus Tambores”. Refletindo o momento atual de pandemia do coronavírus, tanto na forma de produção quanto no conteúdo, o disco gravado a distância, trata de questões de extrema importância em 2020, como a repressão policial e o avanço do conservadorismo no país. Mas, apesar disso, D2 deixa claro que é preciso seguir em frente.

Sendo assim, o artista conta com um time de peso, como Criolo, Juçara Marçal, BK, Anelis Assumpção e Baco Exu do Blues, Jorge Du Peixe, Russo Passapusso e Hélio Bentes, Djonga e Sain. Junto ao disco, Marcelo dirigiu um filme homônimo ao album.

“Dolores Dala Guardião do Alívio”, Rico Dalasam

Um dos trabalhos mais poderosos de Rico Dalasam, o EP “Dolores Dala Guardião do Alívio” traz o artista em sua melhor forma. Com versos que entregam vulnerabilidade e força, o público consegue se conectar com a narrativa do compilado a cada segundo.
Estabelecendo intimidade e melancolia, o rapper é capaz de emocionar até mesmo nos registros com beats mais acelerados, caso da faixa “Vividir”. “E a gente vive de/ Partir sem despedir/ Entre um Atlântico e outro/ Um cântico e outro/ Com tanta saudade pra admitir“”, pontua.

Com cinco faixas, o material é produzido pelo próprio cantor, juntamente com o olhar de Mahal Pita, Chibatinha (do Àttooxxá) e Dinho Souza.

“Crianças Selvagens”, Hot e Oreia

Vivendo seu ápice criativo, a dupla mineira Hot e Oreia, traz o sabor brasileiro com o álbum “Crianças Selvagens”. Uma obra coesa que apresenta uma musicalidade refinada associada ao, já conhecido, deboche e humor dos artistas. Dessa vez, no entanto, traços de maturidade deixam a obra mais interessante do que o trabalho anterior.

Sem medo de correr riscos, os artistas acertam ao, assumidamente, mesclar temas e sonoridades que passam pela poesia política, religiosa e o sexual.

“O líder em movimento”, BK

Ao longo de 10 faixas o rapper BK, mostrou que está pronto para ser um “Líder em Movimento”. Consistente do início ao fim, o disco consegue reunir rimas, um tanto quanto, cruas, mas que são embaladas de forma acolhedora aos ouvidos.

Sem deixar de lado o tom de protesto característico, frases como “Sei que falar sobre a violência nos consome/ Mas nascemos com ‘alvo’ no sobrenome”, na faixa “Visão” mostra que o rapper só está começando.

“Tão Real”, Rashid

Abordando pautas urgentes da sociedade brasileira, Rashid discute questões políticas e raciais, sem abandonar seu lado vulnerável e pessoal, no seu mais recente trabalho, o álbum “Tão Real”.

Dividido em três etapas, ou melhor temporadas, contendo cada uma 6 músicas, o rapper paulistano convocou um elenco para lá de especial, como Duda Beat, Dada Yute, Luccas Carlos, Drik Barbosa, Wesley Camilo, Emicida e Lukinhas, Tuyo e Srta. Paola.

“Histórias da Minha Área”, Djonga

Bia Nogueira é a artista responsável por abrir os trabalhos do mais recente disco de Djonga, “Histórias da Minha Área”. Provocativo do incio ao fim, o material conta com um olhar para a própria vivência, mas acaba sendo refletida na vida da maioria dos jovens negros do Brasil.

Embora apresente momentos de incertezas, a obra do rapper mineiro, produzida por Coyote Beatz segue apresentando rimas certeiras e necessárias.

“Antes do Álbum”, Coruja Bc1

Preparando o terreno para seu novo disco, Coruja Bc1 apresenta “Antes do Álbum”, um EP com sete faixas, que teriam sido escritas em um único dia. Em uma convidativa diversidade sonora, o rapper trabalha temas que vão desde frustrações amorosas aos problemas da sociedade brasileira, como o racismo.

De modo geral, é um material que cresce a cada reprodução e já nos deixa ansiosos para seu próximo disco.

“Não tem Bacanal na Quarentena”, Baco Exu do Blues

Após adiar o seu terceiro álbum de estúdio, “Bacanal”, Baco Exu do Blues deu um gostinho do que vem por aí. Ao lançar o compilado “Não tem Bacanal na Quarentena”, o rapper explora versos por meio de um olhar erotico, algo já feito em outros momentos de sua carreira, embalados pela produção de JLZ, Nansy Silvvz e DKVPZ.

O trabalho também conta com a colaboração de 1LUM3 (Tudo Vai Dar Certo), Lelle (Em Casa Cheio de Tesão), Aisha (O Sol Mais Quente), Muse Maya (Ela é Gostosa Pra Caralho), Dactes (Tropa do Babu). Além de Celo Dut, Vírus e Young Piva (Dedo No Cu e Gritaria).

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