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Adriana Calcanhotto chora a morte do menino Miguel em “2 de Junho”, novo single
Como numa canção de Bob Dylan, Adriana Calcanhotto abandonou as rimas para criar uma narrativa longa, funesta. Diferente do Nobel de Literatura, que na bolha norte-americana dá vida a personagens fictícios, capazes de descrever sensações e acontecimentos, a artista brasileira agora busca inspiração na realidade.
“No país negro e racista,
no coração da América Latina,
na cidade do Recife, terça-feira, 2 de junho
de 2020,
29 graus célsius, céu claro.
Sai pra trabalhar a empregada, mesmo no meio da pandemia
e por isso ela leva pela mão…
Miguel”
Em “2 de Junho”, single lançado nesta sexta-feira (18), ela chora a perda de um pequeno feito de carne e osso: o menino Miguel, que morreu ao cair de um prédio no Recife. A letra descreve passo a passo os acontecimentos daquela manhã trágica que tirou a vida da criança, vítima da negligenciada da patroa da mãe, Sari Corte Real. O caso teve repercussão internacional.
Gravada ao vivo na apresentação única e virtual da turnê “Só”, realizada no início deste mês, a canção é acompanhada apenas pela guitarra e terá renda revertida para o Instituto Menino Miguel. A entidade, criada pela UFRPE, tem foco no cuidado humano, proteção das infâncias, da família e de pessoas idosas.
“2 de Junho” está disponível também no streaming. Ouça na sua plataforma favorita.
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