O cantor Tiago Picado lançou em julho deste ano o single “Estrela Vega”, uma canção suave e cativante que faz parte de seu disco de estreia, “Íris dos Teus Olhos”. Tiago é um nome novo na música, mas seu trabalho se estende a diversas produções do audiovisual, como o renomado “Bacurau” (2019), de Kleber Mendonça Filho.
Com lançamento previsto para setembro, o primeiro álbum do artista de 33 anos tem sonoridades que transitam entre o pop, samba-rock e reggae em 12 faixas. O Papelpop bateu um papo com ele por telefone e falou sobre o processo de feitura do disco, referências e mais! Vem conferir:
PAPELPOP – Vindo do universo do som do audiovisual, como foi criar seu primeiro disco?
TIAGO PICADO – Esse processo já vem de um tempo. Trabalho nessa parte dos bastidores da produção, porque tenho um estúdio de som e trabalho principalmente na área de audiovisual já tem uns dez anos. E começou comigo fazendo aula com meu produtor, mentor e professor Alexandre Thai. Mostrei uma música pra ele, que gostou e começamos a produzir juntos. Nesse processo, acabamos montando um álbum juntos. Produzimos e gravamos todos instrumentos juntos, exceto teclado, flauta, acordeons e metais, que têm outros músicos participando.
Ter o controle total do que seria criado foi tranquilo ou um tanto desafiador?
O processo foi demorado, porque é uma outra coisa escrever e performar a música. Eu não era cantor antes disso. Tive que parar o processo pra aprender a cantar. Foi uma dificuldade pra eu gravar da forma que eu achasse bom. A gravação não demorou tanto, porque fomos achando os sons na experimentação. Mas o processo de me apresentar foi um pouco mais longo.
Em se descobrindo como cantor e criando um universo sonoro pro disco, você sente que alguns outros artistas te inspiraram no processo?
Não diretamente, mas grandes artistas nacionais, como Djavan, Gilberto Gil, Lulu Santos, Jorge Ben Jor… a gente sempre acaba bebendo dessas influências. “Estrela Vega” teve um pouco da influência do acústico do Gil. Mas também bandas internacionais, como Dave Matthews Band, Kings of Leon, Incubus, mas não foram exatamente referencias diretas, de querer buscar uma sonoridade parecida.
Você sente que no processo de escrever o álbum, havia uma busca por sons mais imagéticos? Qual sua relação com a composição e o visual?
Acho que trabalhar com audiovisual me ajuda muito em vários sentidos. Você está lidando com arte independente e sempre há um crescimento. No áudio, a gente trabalha muito com a sensação de quem está ouvindo e assistindo ao filme. Trabalho muito com isso, da criação sonora e dos climas. Isso sempre influencia. Mas na composição não penso muito nisso. Tenho uma ideia e quero terminar ela. Depois que penso nas sonoridades, a partir da experimentação mesmo. A gente começou muito pela parte percussiva e dos baixos, discutindo a parte rítmica e pensando instrumento a instrumento. A gente trabalhou cada música individualmente. Não pensamos num conjunto, ou criar uma identidade sonora para todas as músicas. Algumas têm uma influência mais de samba rock, outras do reggae ou surf music. Mas mostrando pra equipe que tem trabalhado comigo, todo mundo acha que, mesmo com essa versatilidade em gêneros musicais, há uma identidade e um estilo que une todas as músicas.
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Enquanto setembro não chega, junto do disco de estreia de Tiago Picado, vem ouvir “Estrela Vega” com a gente:
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