Sam Fischer, cantor australiano que ganhou atenção com o hit “This City”, lançou nesta sexta-feira (28) o aguardado EP “Homework”. Com letras que transbordam sentimentos sinceros, o astro mostra mais algumas facetas com as novas músicas.
Após se tornar um sucesso no TikTok e ter composto para artistas como Ciara, Louis Tomlinson, Jessie J, Fischer quer continuar embalar os momentos dos fãs, sejam eles alegres ou dias não tão fáceis, com letras compostas a partir das próprias experiências.
Nós ouvimos o EP “Homework” antes do lançamento e adoramos. Por isso, decidimos bater um papo com Sam (via Zoom, é claro), para saber mais sobre as novas canções, o processo de composição dele e até o que ele sente falta da Austrália vivendo tanto tempo em L.A.
Papelpop: Você lançou “This City” há um tempo e é um grande sucesso, mais de 160 milhões de streams no Spotify. Você fez remixes com Camilo, Anne-Marie, Kane Brown, Nea e Nico Santos. É louco como essa música virou um hit ou você já esperava certa atenção?
Sam: Olha, eu não esperava. Como artista, ter uma música de sucesso é algo que você sonha. Mas…com “This City”, sei lá, eu tinha escrito há tanto tempo. E com o jeito rápido que a indústria da música se move, eu nunca esperei fazer entrevistas com veículos brasileiros e vivendo essa vida meio louca. Tem a quarentena, mas…Não, não esperava tudo isso. Estou me agarrando em tudo que está acontecendo.
Então, eu li que você escreveu “This City” completamente “com o coração partido e desiludido”. Foi um momento ruim, mas acabou trazendo algo bom, certo? Como você lida com momentos ruins como inspiração?
Eu sou do tipo que escrevo músicas olhando para trás e analisando como eu me senti naquele momento. Tem músicas que escrevo no calor do momento, mas tento processar as emoções de forma total. Eu tenho sorte por ter uma equipe incrível, minha esposa, meus amigos…com quem posso contar, sabe? Às vezes falo muito sobre meus sentimentos e o que tá acontecendo de ruim. Eu organizo meus pensamentos pra colocá-los em uma música. Compor é minha terapia. Não sou bom em falar sobre meus sentimentos para os outros, eu costumo bagunçar minhas palavras. Quando eu estou compondo…sei lá, consigo descomprimir e colocar no papel, esperando que renda algo legal.
Tava ouvindo o seu EP e “I Got Live” é uma das minhas favoritas. E, hoje em dia, quais são as coisas que te dão vontade de seguir em frente?
Ai…eu amo essa indústria. Eu amo música. Eu não sou bom em nada mais, então…eu preciso fazer isso! Olha, eu canto desde os 12 anos, decepcionei muitas pessoas quando fui embora da Austrália e eu fui egoísta, narcisista, arrogante…Tem tantas coisas que deram errado e agora tenho uma plataforma para fazer as coisas darem certo. Estou tentando ser uma versão melhor de mim mesmo e aceitar que não sou perfeito e usar minha música não só para me entender melhor, mas dar oportunidade para que meus fãs as usem para se entenderem também. “I Got To Live” é sobre viver os momentos, tentar não…Nós não sabemos quando tudo vai acabar, entende? Olha o que aconteceu em Beirute esses dias, ninguém esperava. Você nunca sabe quando as coisas serão tiradas de você – sua vida, uma oportunidade ou amor. “I Got To Live” é sobre pegar os pequenos momentos e apreciá-los.
“Ready” é super fofa e dá pra se identificar bastante. Para quem é essa música?
Então, quando eu componho, normalmente escrevo sobre as coisas que estou sentindo. A razão de ter um contexto de relacionamento é porque amor é a linguagem global. Acho mais fácil para que meus fãs ouçam e se identifiquem quando tem um contexto de relacionamento. Mas, aquela música é mais como uma mensagem para mim mesmo. Tipo, falando no espelho comigo mesmo e tipo: “Cara, quando você vai se amar por ser quem você é e aceitar seus defeitos?”. É tipo: “Me diga quando você estiver pronto! E vou te amar mais que qualquer outra pessoa”.
Na letra de “The Usual”, você canta “uma música que vai tocar repetidamente”… Tem uma música agora que você ouve 24 horas por dia, 7 dias por semana?
Olha, eu ouço muito minhas músicas, não vou mentir, mas tem uma música chamada “Too Sad To Cry”, da Sasha Sloan, do EP “Self Portrait”. Nossa…aquela música…realmente descreve o que tenho sentido por conta da quarentena e me sentindo meio sem esperanças. É…essa é uma música que estou ouvindo muito.
Você mora em L.A., mas é australiano. Qual é a coisa que você mais sente falta do seu país?
Eu sinto falta da vida australiana. Eu sinto saudades da comida tailandesa de onde minha mãe vive, é incrível. Eu sinto falta dos australianos porque eles têm um humor tão “na sua cara”. Não sei como descrever. As pessoas de lá são felizes. Quando eu tava em Sidney, me tomou muito tempo para apreciar as coisas de onde vim. Mas poder caminhar em um lugar que você gosta de todos os cantos da cidade é raro. Sinto muita falta. Mas se tiver uma coisa específica pra falar que sinto saudade: comida tailandesa em Sidney.
E você já usou a diferença entre Estados Unidos e Austrália como uma inspiração?
Sim! Eu vivo aqui nos Estados Unidos há quase dez anos, minha vida adulta toda. Eu chamo aqui de casa, mas Austrália vai ser pra sempre de onde eu vim, tenho muito orgulho de ser australiano. Fazer sucesso no lugar de onde eu vim sempre foi um sonho e nunca pensei que fosse acontecer do jeito que está sendo. Eu quero voltar pra Austrália para estar rodeado do meu povo, sabe? Sei lá, australianos são especiais e eu sinto falta de lá.
Ao nos despedirmos, o cantor disse que espera poder visitar o Brasil quando tudo estiver seguro e a pandemia tiver ido embora. Nós também estamos esperando sua visita, Sam! Enquanto ele não pode vir pra cá fazer shows, bora de stream no EP “Homework”:
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