Ryan Reynolds e Blake Lively têm sido bem vocais sobre pautas antirracistas atualmente, contudo admitem que, como pessoas brancas, cometeram erros e exerceram preconceito. O ator, em entrevista à Fast Company, pediu desculpas por ter utilizado a pré-Guerra Civil Americana, marcada pelo sistema de plantação (ou plantation), como tema do casamento com a esposa.
Os plantation weddings são muito populares entre casais na América do Norte, e promovem uma romantização dessa era, tipificada por filmes como “E O Vento Levou”. Essa época foi marcada pela escravização das pessoas negras em colheitas de algodão, açúcar, arroz e mais.
Esses casamentos, portanto, acontecem em antigas plantações e a cerimônia se dá na enorme mansão branca que os donos das terras moravam. Reynolds, que oficializou a relação com Lively em 2012 na Boone Plantation, Carolina do Sul, afirmou que se arrepende profundamente do local em que casaram.
“É algo pelo qual sempre lamentaremos profundamente”, disse. Continuou:
“É impossível conciliar. O que vimos na época foi um local de casamento no Pinterest. O que vimos depois foi um lugar construído sobre uma tragédia devastadora. Anos atrás, nos casamos novamente em casa – mas a vergonha funciona de maneiras estranhas. Um erro gigante como esse pode fazer com que você se feche ou reformule as coisas e as coloque em ação. Isso não significa que você não vai fazer m*rda de novo. Mas repatriar e desafiar o condicionamento social ao longo da vida é um trabalho que não termina”.
Reynolds explicou que eles estão aprendendo com os erros; doaram US $ 200.000 para a NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) e publicaram um pedido de desculpas no Instagram, prometendo criar os próprios filhos para serem antirracistas e críticos.
No fim de maio, Blake soltou um comunicado no qual se comprometem de ajudar à causa da população negra:
“Nunca tivemos que nos preocupar em preparar nossos filhos para diferentes regras da lei ou o que poderia acontecer se fôssemos parados no trânsito dentro do carro. Não sabemos como é viver isso no dia a dia. Não conseguimos imaginar sentir esse tipo de medo e raiva. Temos vergonha de que, no passado, nos deixamos desinformados sobre quão profundo é o racismo sistêmico”.
O movimento Black Lives Matter ganhou mais visibilidade da mídia após a morte de George Floyd, ocorrida no fim de maio de 2020. Ele foi asfixiado por um policial branco, o que causou diversas manifestações, posicionamentos de artistas, trazendo debates sobre privilégio branco, políticas antirracistas e como a vida das pessoas negras deveria importar.
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