Priscila Tossan apresenta as próprias leituras do amor no clipe de “Cine Odeon”

A cantora Priscila Tossan lançou em maio deste ano o EP “Cine Odeon”, com cinco faixas que te levam numa viagem a um universo super cativante, baseado em violões e voz. O trabalho é seu segundo EP, depois de alguns anos construindo uma carreira independente e tendo participado do The Voice Brasil 2018, onde começou a construir um laço de parceria com Lulu Santos, com quem dividiu palco no Rock In Rio 2019 junto a Silva.

Priscila agora prepara para o próximo 15 de agosto o lançamento de seu primeiro álbum, como parte do time da Universal Music Brasil. O projeto foi batizado como “Iceberg” e contará, além das canções do EP “Cine Odeon”, com outras cinco faixas inéditas. O Papelpop bateu um papo com a artista por telefone e falou sobre os processos de criação do disco, o papel do Rio de Janeiro em sua visão do mundo e, claro, amor. Confira abaixo:

PAPELPOP – As faixas do EP “Cine Odeon” soam como um quentinho no coração. O trabalho foi criado com a intenção de fazer as pessoas sentirem algo em específico?

PRISCILA TOSSAN – Amor. Queria que as pessoas se identificassem com o que senti e acho que consigo. É demais, com várias mensagens de quem está ouvindo o disco o dia inteiro. Eu também estou ouvindo o dia inteiro. Foi um apanhado de músicas que eu tinha guardadas. E foram parcerias muito naturais, tipo indo tomar uma cerveja e “desliga o som, vamos tocar um pouco”. As músicas foram surgindo do nada. A gente pegou todas minhas canções escritas e foi selecionando.

Escrever letras tão honestas pode ser um tanto assustador, né? Você sentiu algo assim?

Acho que o desconforto do projeto vem comigo mesma. Porque me cobro muito e sou muito exigente. Às vezes acho que nada está bom. Foi um processo de muita paciência e acreditar, de ficar “não entra nessa”. Me sinto feliz nas coisas que fiz e faço. Mas agora tenho mais alegria por ter mais maturidade. O Alexandre Kassin [um dos produtores do projeto, tendo já trabalhado com Caetano Veloso e Los Hermanos] é incrível. O cara me deixou ultra à vontade, assim. Da primeira reunião ao disco pronto, ele é um cara muito bacana. A gente se identificou, porque a gente é meio criança, meio comilão hahaha

Você pode contar pra gente um pouco sobre como foi se descobrir artista?

Lembro que cantava em sarau, com muita insistência da galera, dos amiguinhos. E eu via o semblante da galera. Foi na adolescência, um tempo atrás. Sempre me chamou muito a atenção, ficando em casa com meus primos tocando violão. Era uma coisa que me despertava, sabe? Tinha esse sonho, mas não acreditava que ia rolar essa parada. Pelo menos não na adolescência. Ficava “vou só tocar no meu quarto pra mim e minha mãe”. E fui me enchendo disso, porque a música é um chamado, né? Conforme fui envelhecendo, fui me enchendo disso e pensei “pô, se tantos conseguiram, será que não vou conseguir?”, fui ficando mais acreditada. Fui seguindo sem deixar a peteca cair. Chorando e doendo, mas pensando “vou alcançar” e fluiu.

Tem algum conselho que você daria para outros artistas que estão começando?

Acho que queria que tivessem me falado pra estudar teoria. Muita teoria. Só estuda, porque quando mais conhecimento você tiver, melhor. Você vai estar calçado em qualquer lugar e não ficar intimidado com pessoas. Só estude. Foi [importante] pra ter técnica, pra ter um diálogo que é muito próprio. E pra mim, depois pro outro.

Que especial saber disso! As coisas que você ouvia e tocava com seus primos na adolescência refletem alguma parte de seu som de hoje?

Sempre busquei ouvir muita música. Fico sempre “pô, tem ouvido alguma coisa nova? Me mostra”, tenho essa troca com os amigos. Sempre ouvi muito MPB, muita bossa. Fiquei uma boa época da minha vida ouvindo muito Tom e Vinícius muito. Um ano ouvindo sem parar, só bossa nova.

E como tem sido criar uma conversa entre as letras e os visuais de seu trabalho? O clipe de “Cine Odeon” é lindo!

Toda vez que surge a inspiração, eu sorrio. Me inspiro no dia, as coisas que estou vivenciando. As canções são sempre o que estou respirando. Nossa, olho pro clipe e fico emocionadíssima, porque além de estar minha cara, retratando o estado e cidade na qual moro, fico muito feliz com a edição. Essa coisa retrô. Estou radiante. Acho que o clipe tinha que ser aqui, né? Cresci no Rio, em Campo Grande, na Zona Oeste. Acho que o Rio tem alguma coisa especial, não era pra ser em outro lugar. Papai do céu, muito obrigada por eu ter crescido no Rio de Janeiro. 

O disco de estreia de Priscila Tossan, “Iceberg”, tem data de estreia no dia 15 de agosto. Enquanto isso, vem ouvir o EP “Cine Odeon” com a gente!

 

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