música

Falamos com Rennan da Penha sobre novo DVD, poder do funk e apoio à comunidade queer

Nesta sexta-feira (17) Rennan da Penha lança o DVD “Segue o Baile”, registro realizado em janeiro de 2020 na cidade do Rio. O show foi o primeiro do artista após seu retorno à música e conta com três horas de festa. São várias  as participações especiais: Luísa Sonza, Mc Rebecca, Pocah e Mc Kekel, só pra citar alguns exemplos.

Lançado gradativamente ao longo das últimas semanas, o material ganhou hoje um novo capítulo. Chegou às plataformas o clipe de “Saudades Só da Gaiola”, fruto de uma colaboração com Mc Th:

O lançamento conduz Rennan a um novo momento da carreira, dando seguimento ao que aconteceu em 2019, quando recebeu o prêmio de Melhor Produtor do Ano do Prêmio Multishow. Também na ocasião ele foi indicado ao Grammy Latino. Em entrevista por telefone ao Papelpop, o artista contou mais sobre como foi realizar o registro, como ele vê a influência do trabalho dele na música brasileira e mais. Vem conferir:

Papelpop O show do DVD foi lindo, né? Como você se sentiu no dia da gravação?

Rennan da Penha: Cara, eu esperava que o evento ia estar cheio, mas não naquela proporção. Tinha gente que ficou de fora, por não conseguir entrar. Fiquei muito feliz com a recepção que tive, tanto das pessoas que estavam ali envolvidas no projeto, quanto a do público, naquele dia que marcou muito a minha vida. Aquele dia foi marcante pra mim e quem estava ao redor.

Você costuma ficar tenso antes de uma apresentação?

Não! Não muito. Fiquei um ou dois anos aí subindo em vários palcos aí, mas aquele dia foi diferente. Foi o primeiro show depois da minha volta. Então fiquei muito entusiasmado.

Depois da gravação, nesses últimos meses, você tem feito lives e shows na internet. Você sente que é uma experiência muito diferente?

É muito diferente, porque a gente tem que ter aquela conexão com o público, né? Você sente que a energia é ao vivo, as pessoas estão ali te assistindo. É a parada que sinto muita falta e não vejo a hora de voltar. O funk é um ritmo de contato, sensual. Uma parada mais junta, então é muito difícil curtir o momento longe.

E mesmo sendo tão diferente, como você tem transformado seu show numa experiência pras lives?

Tento fazer o meu. Quando a gente faz uma live na comunidade, as pessoas que nunca foram lá e têm vontade de conhecer, ficam ali surpresas. Muita gente tem curiosidade de curtir um baile na comunidade e nunca foram. A gente tenta trazer isso o máximo possível. 

Inclusive nessas transmissões, você deu espaço para apoio e doações a instituições de apoio à comunidade LGBTQIA+. Qual a importância de abrir seu espaço para essa ajuda?

Foi um público que me ajudou muito, desde o primeiro evento LGBT que fiz, lá no Complexo da Penha, em 2019. Recebi muito apoio e não posso deixar de lado quem me apoiou, então me juntei com algumas ONGs e consegui fazer arrecadações pra ajudar essas pessoas.

Você faz parte de uma cena de DJs e produtores que trabalham há muitos anos e, desde 2018, o som de vocês têm sido referenciado em vários nichos da música brasileira. Como você se sente sendo uma influência?

Vejo cada vez mais o funk crescer, mas acho que falta um pouco mais de… aceitação de algumas pessoas. Ainda mais com funk de comunidade, mais underground e explícito. Você sabe que na realidade da comunidade, muitas pessoas ainda não enxergam esse funk, que deveria realmente sair. E em 2018, consegui fazer isso, expandir pra fora. Essa parada tem que ser vista com mais frequência. Acho que, dentro da comunidade, tem gírias e coisas que muitas pessoas de fora não vão entender. Por isso que quando vou fazer minhas músicas, tento colocar um vocabulário que vão entender. Quando assinei um contrato com a gravadora, foi de distribuição de música. Minha criatividade, meu artístico e a forma que penso não vão mudar, entendeu? Vou continuar fazendo aquilo que venho fazendo desde que fiquei conhecido.

Sobre o lançamento, tem alguma faixa do DVD que é sua preferida?

A gente tentou fazer um DVD bem diferente, pra alcançar vários públicos. Acho que tem duas que estão especialmente bem produzidas, a com o Turma do Pagode e a de 3030 com Luísa Sonza.

***

Ouça “Segue o Baile (Ao Vivo)”, já disponível em todos os streamings.

 

 

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