“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”. Essa frase marcante de Angela Davis veio à tona recentemente para celebrar a vitória de Thelma no Big Brother Brasil 20. A luta de uma mulher negra vence os estigmas do preconceito racial e o machismo e transmite uma força tão grande que é inspiradora ao ver contada no cinema.
Reunimos dez filmes incríveis estrelados por mulheres negras que contam histórias poderosas de superação e grandes vitórias. Ficções e obras baseadas em vidas reais mostram uma batalha que, independente da época, ainda é muito atual. Essa lista é oferecida por Intimus, que lançou a hashtag #ChegaDeEstigma, uma ação mega importante e necessária para discutirmos estigmas da menstruação. Saiba mais sobre o projeto no final da matéria ou no site oficial.
Todo mundo lembra do americano Neil Armstrong sendo o primeiro homem a pisar na Lua. Mas “Estrelas Além do Tempo” conta a história de três mulheres negras que tiveram um papel importantíssimo nessa conquista. Janelle Monáe, Octavia Spencer e Taraji P. Henson interpretam as três matemáticas e engenheiras Mary Jackson, Dorothy Vaughan e Katherine Johnson que trabalharam na NASA durante a corrida espacial.
O filme de 2016 traz com muita sensibilidade o retrato do racismo americano nos 60, em que as três eram constantemente desmerecidas em seus cargos e precisavam frequentar ambientes separados dos brancos, impedindo elas de frequentar reuniões importantes e acompanhar progressos relacionados às suas profissões. Porém, as três se juntam para causar uma grande mudança na empresa e mostrar o quão necessárias podem ser, procurando quebrar a barreira do preconceito racial por um bem comum e pela evolução na carreira delas.
Baseado numa história real, “Estrelas Além do Tempo” nos mostra que as mudanças que fazemos ao nosso redor têm um valor impactante para as nossas vidas e inspiram muitas a fazerem o mesmo.
Lançado em 2018 e premiado com um Oscar de atriz coadjuvante graças à atuação de Regina King, “Se a Rua Beale Falasse” se passa nos anos 70 e conta a história de Tish (Kiki Layne), que busca a liberdade do amor de sua vida, Fonny, preso injustamente e sem nenhuma prova, antes de Tish dar à luz o primeiro filho do casal.
A relação dos dois de amor puro já é de encher os olhos de lágrimas. Mas muito além disso, Tish precisa ser forte tanto para tirar o marido da prisão quanto para lidar com os julgamentos sobre a gravidez. Regina King interpreta a mãe de Tish e as duas vivem personagens destemidas, que se opõem a qualquer tipo de barreira e se lembram o quão poderosas elas conseguem ser.
Considerado um dos clássicos do cinema, “A Cor Púrpura” recebeu 11 indicações ao Oscar em 1985 e conta a história de Celie, uma jovem negra de 14 anos que vive na Georgia, EUA, em 1902. Violentada pelo pai, ela foi separada dos filhos e entregue como esposa ao Albert, interpretado por Danny Glover, que também dá a ela uma vida difícil e cheia de maus tratos.
Ela resolve então compartilhar a sua vida por meio de cartas sonhando em um dia encontrar sua irmã. Acompanhamos anos da vida dela e a vida que tem se envolvendo com a família de Albert e descobrindo que mais mulheres compartilham a mesma vida difícil.
“A Cor Púrpura” tem Whoopi Goldberg interpretando Celie e Oprah Winfrey no elenco. O filme é um retrato de denúncia do racismo, machismo e diferença de classes, mas também é uma inspiradora jornada de uma mulher negra que encontrou no apoio de outras mulheres a força para superar uma vida difícil.
Gabourey Sidibe interpretou em 2009 o papel emocionante de Claireece Jones, uma adolescente negra e gorda de 16 anos nos anos 80. Conhecida por Preciosa, teve uma infância traumática em que sofreu abusos sexuais constantes pelo pai, fazendo ela engravidar de dois filhos, além de sofrer abusos físicos e mentais por parte da mãe.
Preciosa quer muito procurar um futuro melhor, sendo constantemente impedida por sua família que tira proveito dela para ter dinheiro da Assistência Social. Ao longo do filme, a protagonista luta para quebrar essa rotina traumática com a família, conseguir um diploma do ensino médio para começar uma nova vida.
“Preciosa” é um filme emocionante e com uma trama que por vezes é difícil de acompanhar, mas a jornada de Preciosa é encorajadora e transmite esperança independente do quão difícil possa ser a vida de uma mulher.
Genevieve Nnaji dirige e estrela este drama nigeriano de 2018 sobre Adaeze Obiagu, uma mulher que enxerga seu destino liderando a grande empresa do seu pai e é vista como um modelo feminino de sucesso numa sociedade ainda tão machista. Quando o pai dela adoece, a protagonista se frustra ao ver que a liderança foi passada ao tio, suspeitando que foi deixada de lado por ser mulher.
A empresa passa por uma grande crise financeira e Adaeze passa a ser a chave para este momento difícil. Ela se junta ao tio para tirar a companhia da fossa enquanto prova que é merecedora de um cargo de liderança.
Se você gosta da Kerry Washington na série “Scandal”, você vai amar “Confirmação”. Baseado em fatos reais, Washington interpreta Anita Hill, advogada e professora que em 1991 acusou o candidato ao Supremo Tribunal Federal doa EUA, Clarence Thomas, de ter assediado ela sexualmente. O caso vira um grande escândalo no país e Anita Hill coloca sua reputação em risco para fazer justiça contra uma poderosa figura política. A protagonista é acusada de mentirosa, perseguida pela mídia e constantemente colocada em grandes conspirações políticas.
O filme é de 2016, sobre um caso dos anos 90, e ainda assim é muito atual. Vimos várias manifestações e denúncias de assédio sexuais na indústria do entretenimento, mostrando que até hoje mulheres precisam se provar para conquistar espaços em ambientes de trabalho.
Muito próxima à nós, “Antônia” é um clássico nacional de 2006 interpretado por Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes. As quatro interpretam jovens negras da periferia que querem ir contra qualquer expectativa sobre elas na sociedade montando um grupo de rap. Elas precisam lidar com o machismo, preconceito racial e a violência dominante no meio onde moram.
Todas são desmerecidas constantemente onde vivem e precisam equilibrar o grupo com dificuldades pessoais. Elas enxergam que o sucesso profissional é difícil para uma mulher num mundo machista, mas vão contra qualquer preconceito para fazer o grupo acontecer.
Starr Carter (Amandla Stenberg) vive dois mundos: ela é uma jovem negra estudando num colégio de elite cheio de brancos, mas não abandona seus amigos e suas origens e continua frequentando festas do gueto no final de semana. Porém, ela vê seu melhor amigo assassinado por um policial branco na sua frente e é a única pessoa que pode depor contra o policial.
A protagonista é impedida de diversas formas a denunciar o policial e vira a peça central de uma rebelião que procura denunciar o racismo em seu bairro. Ao saber como o mundo dos brancos funciona, ela assume a missão de revolucionar o preconceito e fazer justiça ao seu melhor amigo.
“Roxanne Roxanne” conta a história real de Roxanne Shante, rapper americana dos anos 90 que precisou se provar muito no meio das batalhas de MCs para ter uma carreira na música. Interpretada na cinebiografia por Chanté Adams, a protagonista começa a frequentar as batalhas aos 14 anos mas sofre preconceito pela idade, por ser mulher, e ainda enfrenta a barreira da família, que desaprova os sonhos da filha.
Shante ainda precisa sobreviver aos perigos na rua e sente na pele o quanto é difícil para uma mulher negra fazer música num ambiente dominado por homens que as tratam como objeto sexual.
Agora vamos de filme musical! Criado por Janelle Monáe para ilustrar o aclamado álbum “Dirty Computer” de 2018, o filme mostra um futuro distópico em que pessoas são computadores e a grande maioria são computadores sujos, diferentes das elites. Os sujos são os que se opõem ao regime totalitário deste mundo e são diferentes aos padrões estabelecidos. Monáe se nega a passar pelo processo de limpeza e suas memórias, que são todas clipes do álbum, começam a ser transmitidas.
“Dirty Computer” acaba virando uma obra audiovisual criticando a política americana, falando de liberdade sexual e várias outras pautas importantes, num contexto em que a liberdade de pensamento é reprimida e por isso ela prefere se manter suja. Em “Pynk”, por exemplo, a cantora fala sobre a sexualidade da mulher e mostra o quanto é importante amar sua vagina. Janelle Monáe idealizou o projeto e criou esta grande obra sci-fi ótima de ouviu e de assistir.
Todas essas histórias nos mostram que grandes transformações começam por atos de mudanças ao nosso redor. No meio de tantos estigmas que precisam ser superados, um muito comum que várias mulheres vivem na pele é o estigma da menstruação. Quem nunca presenciou ou passou por um momento em que alguém tenta te desmerecer ou te sentir menos capaz por estar menstruada?
É querendo superar mais esse estigma que estamos com a Intimus, que acaba de lançar uma campanha incrível batizada como #ChegadeEstigma! O objetivo é estimular o diálogo aberto sobre a menstruação entre todos a fim de questionar os estereótipos. É para apoiar, encorajar, dar suporte e fortalecer. Como isso está sendo feito? Por meio de ações nas redes sociais, cada uma poderá compartilhar com amigos e familiares informação e conteúdo sobre o ciclo menstrual e conscientizar a sociedade sobre como os estigmas impactam a vida das mulheres. Juntos podemos questionar os estigmas e ser parte da mudança. O conteúdo está disponível no site oficial da marca e pode ser acessado aqui, onde você encontra mais informações sobre o movimento e pode também ajudar as iniciativas sociais apoiadas pela marca.
Além da hashtag #ChegadeEstigma fazem parte da ação cartazes, GIFs e figurinhas personalizadas. Vale muito pesquisar e garantimos que será uma experiência enriquecedora. Lembre-se: uma sociedade informada é uma sociedade consciente!
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