Iza pode estar em casa, isolada, com saudade da família, mas o trabalho continua. Sorte nossa! O novo single da cantora, o aconchegante “Let Me Be The One“, saiu hoje, (21), e a faixa é mega importante. Trata-se de uma parceria com o cantor Maejor, com quem Iza divide os vocais, mas vai além de ser apenas uma música porque a colaboração faz parte de uma campanha da ONU, a #BeTheOne, da qual ambos artistas são embaixadores.
O trabalho vem acompanhado de um lindo videoclipe, com belíssima fotografia e um elenco muito especial, de dezenas de pessoas refugiadas e influenciadores representantes de minorias poderosa. O Papelpop conversou com a Iza por telefone para falar sobre o novo single, isolamento social e também sobre a triste realidade de vítimas da violência policial no Brasil. “Todo mundo posta e usa a hashtag, mas a gente já não fez isso nas últimas vezes? Tenho me sentido impotente, de verdade”, desabafou a cantora.
“Quero muito que o clipe e a campanha, além de trazer um quentinho ao coração, acenda essa chama nas pessoas de que nós precisamos ser seres conscientes e coletivos, pensar na diferença. A gente quer que cada pessoa cante essa letra”, explicou sobre o novo projeto.
PHELIPE CRUZ: Como você está na quarentena? Ficando em casa e vendo esses loucos brigando por causa do isolamento, da quarentena?
IZA: Estou bem, graças a Deus. No início da quarentena, já tive uns surtos. Acho que é uma coisa que acontece com todo mundo. Às vezes a gente acorda mal e nem sabe por que, mas fica se questionando por isso. Acho que a gente tem que entender que estamos no meio de uma pandemia onde cada um está enfrentando seus problemas com intensidade, então já é o suficiente pra deixar a gente oprimida, deprimida e tensa. As primeiras semanas de quarentena foram bem complicadas, porque a gente não sabia mesmo com o que estava lidando. Agora já me sinto mais próxima dessa nossa cura. Começo a entender mais ou menos como a gente vai fazer no futuro. Tenho repensado muito as minhas formas de consumir, de viver e me ocupar, então tenho me focado no essencial. Essa pandemia me transformou pra sempre e eu nunca mais vou voltar a viver do jeito que estava antes.
Do que dá mais saudade, Iza? Do palco, dos shows…? Qual a maior saudade que você sente?
É da família. Mais até do que estar no palco. Às vezes eu vejo show e fico maluca aqui em casa, começo a cantar, berrar, chorar… porque dá muita saudade. Vejo o quanto sou abençoada. É uma ótima ferramenta pra justificar o nosso corre. Às vezes a gente está na estrada, cansada e só quer chegar em casa, mas ver quanto amo fazer isso me deixa muito renovada, sabe? Pra voltar e ressignificar todos os momentos que piso no palco. Sempre dou muita importância pra isso, mas agora vou dar muito mais.
A gente sente falta quando perde, né?
Pois é! Você sabe que eu nunca fui a artista que gosta de fazer 25 ou 30 shows por mês. Eu gosto de um número que sei que estarei presente. Sei que pra um monte de gente é tranquilo, mas queria uma quantidade de shows que eu estaria presente de corpo e alma nos palcos. E, mesmo assim, a gente ainda reclamava da correria. Mas o que que eu mais sinto falta é da minha família, porque em dezembro do ano passado, eu já tinha decidido que em abril, maio e junho, eu ia ficar em casa. Então só cancelei quatro compromissos que eu tinha, ali do meio pro final de março. Eu estava preparada pra estar com a minha família. Eu estava sempre trabalhando pra caralho pensando “tranquilo, porque vai chegar abril, vou ver minha mãe e ficar com a minha avó”. E agora estou cheia de tempo e longe de todo mundo. Isso com certeza vai me ajudar a priorizar o que realmente é importante, sabe? Que é estar com as pessoas que a gente ama. É o que faz com que a gente sobreviva a isso tudo.
O clipe de “Let Me Be The One”, por ter sido lançado antes do isolamento social, dá aquela saudade de abraçar as pessoas, porque a música é sobre estar junto mesmo. Fala um pouquinho da importância desse clipe? Está lindo, e o Felipe Sassi arrasando mais uma vez.
Obrigada, Phe! A gente gravou esse clipe no dia 13 ou 14 de fevereiro. A gente estava no estúdio com pessoas da República do Congo, da Venezuela, da Síria, da China… tinha gente de todos os lugares. Cada um falando uma língua, mas o povo parecia que estava se entendendo, sabe? E isso é o que mais me tocou, porque estava todo mundo preocupado em interagir, saber se estava todo mundo bem. E ficavam trocando ideias e experiências sobre a vida. Foi um presente pra mim. Eu fiz Comunicação. Eu gosto de gente, de pessoas, mas poder conhecer histórias de resiliência, construção e de sonhos além das minhas, me fez ver também como sou privilegiada, como a gente reclama à toa às vezes… e como ainda existem pessoas que lutam pelos seus lugares. Você poder conhecer essas pessoas faz com que você tenha uma visão pessoal sobre aquela história. E você realmente começa a se questionar porque essas pessoas não são abraçadas por todo mundo. Foi muito gostoso a gente ficar de mãos dadas no momento da gravação, estar juntinho, abraçado. Porque acho que essa é a mensagem que temos a passar. O Brasil é um povo tão caloroso, emotivo… Por quantas vezes a gente está andando na rua e alguém de fora pergunta onde é um lugar, e a gente começa a gritar com ela “EU VOU TE LEVAR LÁ!!!”, e a gente leva a pessoa…
E aquelas pessoas vieram refugiadas de vários lugares, escolhendo o Brasil como lar. E aqui temos essa pluralidade muito forte, por mais que nossos governantes não a respeitem, a gente é rico e plural em tudo.
Pois é! E eu queria muito que as pessoas se reconhecessem no vídeo. O casting foi realmente escolhido a dedo. Uma coisa muito especial, além de estarmos falando sobre consumo responsável e sobre meio ambiente. Aquelas baleias de plástico não estão ali à toa. E muito louco a gente estar falando sobre isso sem nem saber que uma pandemia estava chegando.
Na letra da música fica muito claro que você e o Maejor são os guardiões dessas pessoas, certo, que estão juntos, protegendo. Acredito que seja um desejo muito forte de poder abraçar e proteger toda a minoria desfavorecida. Aí acordamos com a triste notícia do caso do João Pedro, carioca de 14 anos, morto pela polícia no Rio. Como você reagiu a essa notícia?
Eu acordei com essa notícia e acabou comigo, porque mais uma pessoa negra, um jovem negro morre e a gente se comove. Todo mundo posta e usa a hashtag, mas… a gente já não fez isso nas últimas vezes? Tenho me sentido impotente, de verdade. A campanha fala muito sobre isso: como você pode fazer a diferença? A gente fala muito do governo e da política, mas as nossas escolhas e atitudes têm impacto direto em tudo que acontece.
Nosso voto também, né?
Exato. E é muito triste dizer que a gente faz parte disso, mas é a verdade. Quero muito que o clipe e a campanha, além de trazer um quentinho ao coração, acenda essa chama nas pessoas de que nós precisamos ser seres conscientes e coletivos, pensar na diferença. A gente quer que cada pessoa cante essa letra. Você pode ser alguém que vai fazer outra pessoa sorrir. Você vai ser a pessoa que vai elevar alguém. Acho que essa é a mensagem principal, sabe, Phe?
E é lindo. O mundo está precisando de mensagens assim. Fiquei sabendo que a música tem a frequência da cura, segundo o Maejor, que é de 432Hz. Queria que você me contasse melhor sobre isso…
Isso é incrível. Acho que muitas pessoas que meditam, ou que tinham práticas espirituais voltadas pra frequências, já tinham consciência de que existem algumas que têm determinados impactos no nosso inconsciente, corpo e mente. E a frequência de 432Hz é muito estudada pelo Maejor, por ser da cura, pois diz-se que é a frequência natural do nosso planeta terra. Então ela realmente tem efeitos curativos, antidepressivos. É uma frequência que acalma. Se algumas pessoas ouvirem a música e se sentirem felizes e relaxadas, não é à toa. É intencional. E o Maejor lançou um álbum agora inteiro nessa frequência. É interessante. Fiquei mais atenta a isso depois que ele veio trocar essa ideia comigo. Achei sensacional.
“Let Me Be The One” é parte de uma campanha global. Explica melhor pra gente?
Eu e Maejor somos embaixadores dessa campanha, Be The One, que é feita pelo Humanity Lab Foundation, que tem um trabalho incrível, focado nos refugiados em parceria com a ONU, que está abraçando todo o projeto. E essa música é da campanha, que visa fornecer novas condições de vida e tratar de novas políticas para os refugiados. E pra mim isso é uma questão muito especial, porque mais da metade dos refugiados no nosso país são negros. Pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade. Então ao longo de um ano, eu e Maejor vamos ser os embaixadores da campanha, falando sobre isso, levantando doações e discussões sobre esse tema, que tanto importa, sabe?
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