Fundado no Mato Grosso do Sul, o Atitude 67 vem ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional. Se você gosta de pagode, provavelmente já ouviu alguns dos maiores sucessos do grupo, que incluem “Cerveja de Garrafa” e “Saidera”.
Em dezembro de 2019, eles deram início a um nova fase ao liberarem a primeira parte do DVD digital “Label 67”. Depois de ganhar outras três prévias, o projeto é lançado por completo nesta sexta-feira (22) com várias participações especiais.
Gravado no Espaço Barra Funda, o show conta com as participações de Maurício Manieri, Thiaguinho e Gabriel O Pensador. Como se isso já não bastasse, O DVD chega junto com uma faixa-bônus inédita, que se chama “Sonho” e reflete sobre a trajetória dos seis integrantes banda.
Henrique e o vocalista Pedrinho bateram um papo com a gente para falar sobre o novo projeto, a proximidade com o público e como têm lidado com o isolamento social. Além disso, eles também aproveitaram para dar alguns spoilers da live que acontece nesta sexta às 19h no canal do Youtube da banda.
Vem ler!
Papelpop: O novo DVD de vocês chega nesta sexta-feira, dia 22. Algumas partes dele já tinham sido liberadas antes. Por que vocês decidiram lançar assim?
Pedrinho: Hoje é muito difícil as pessoas consumirem um trabalho com cerca de 20. Se lança tudo de uma vez, fica meio perdido. Nós optamos por fazer dessa forma porque as pessoas conseguem consumir e entender o projeto de modo correto e melhor. Nós trabalhamos assim há algum tempo. Desde o nosso primeiro trabalho, que foi lançado em 2017, estamos trabalhando em formato de EPs. As partes do DVD foram lançadas de três em três meses em áudio e em vídeo porque assim as pessoas conseguem entender melhor.
Papelpop: Cada parte do projeto tinha um conceito. “Luau Em Casa” foi uma coisa super relax. E a última, que fecha o DVD? É como?
Pedrinho: O DVD completo tem algumas surpresas, mas a gente não pode falar aqui senão vai perder a graça (risos). É uma surpresa muito legal e muito boa que a gente ama muito. Com certeza, a galera vai gostar.
Papelpop: O projeto chegou junto com uma música inédita, que se chama “Sonho”. O clipe relembra toda a trajetória de vocês com várias imagens de arquivo. Como foi reviver isso?
Henrique: Cara, isso mexe muito com a gente. É como uma biografia nossa. Só nós sabemos tudo o que passou porque vivenciamos a música desde 2003, apesar de ser tudo um hobby até profissionalizar em 2013. Tem muita coisa que se passa, né? É um filme. Desde a gente tocando em barzinho e os donos pedindo para não cantar as nossas próprias músicas. Tem muita coisa por trás para chegar até esse momento. É uma realização desse sonho e a bônus track vem com esse sentimento. Olhando pelo lado ainda mais positivo, a gente acha que vai ser muito importante as pessoas escutarem essa música nessa época que estamos vivendo porque ela vai dar aquele toque de amor, esperança e fé.
Pedrinho: “Sonho” não foi gravada no DVD, mas a gente decidiu oferecê-la como um presente aos nossos fãs e todos que acompanham o nosso trabalho.
Papelpop: Quando vocês perceberam que “não queriam mais voltar” e que o sonho de vocês tava se tornando real mesmo?
Pedrinho: É até bem doido falar disso e emociona, porque a gente largou tudo que tinha até então para viver esse sonho. É um sonho de infância de cada um de nós. Cada um já tinha sua profissão, sua formação até que falou: “Cara, vamos para lá [São Paulo] porque é onde tudo acontece. Vamos buscar!”. Aí nós começamos a tocar nos barzinhos e apareceu um ser chamado Dudu Borges, uma pessoa que a gente tem muita gratidão e disse que o nosso trabalho tinha alguma coisa diferente. A partir desse momento, percebemos que o sonho estava acontecendo. Gravamos o nosso primeiro trabalho em 2017, lançamos e as coisas começaram a acontecer muito rápido. O sonho se realiza todos os dias. É uma conquista. Olhamos uns para os outros e dizemos: “Como Deus é generoso! A gente tinha que ter feito a escolha de se mudar e abandonar tudo para viver esse sonho”.
Papelpop: E vai ter uma live para divulgar o DVD, né? Eu vi que até a Gizelly Bicalho, do BBB, vai fazer uma participação. Já dá para adiantar como vai ser a recepção desses convidados?
Pedrinho: Como não pode ser presencial, estamos tomando bastante cuidado para que tudo seja feito de uma maneira bastante responsável e dentro do que os profissionais da saúde recomendam. O espaço é online para que as pessoas apareçam e acompanhem a live. É mais ou menos por aí… Estamos vendo tudo certinho para que isso traga algo diferente e as pessoas até possam ver outros artistas na mesma live. Vai ser bem legal! Só podemos dizer isso. A galera pode esperar porque a energia vai ser massa!
Papelpop: É difícil divulgar as novidades exclusivamente pela internet por causa da pandemia? Como vocês estão tentando se manter próximos dos fãs?
Henrique: Em relação à divulgação, até que não está sendo difícil porque sempre trabalhamos muito com o digital. Não temos nem CD físico. É tudo digital mesmo. O que sentimos falta é dessa troca com os fãs na hora do show. Quando subimos no palco, é uma entrega muito grande não só nossa como de quem também está ouvindo e cantando com a gente. Sentimos muita falta disso…
Papelpop: Como vocês acham que esse período de isolamento afeta o som de vocês? Eu soube que vocês estão super produtivos artisticamente. Já dá para sentir alguns sinais disso?
Pedrinho: Acho que sim. O impacto já vem com o fato de não podermos fazer shows porque vivemos disso. Lógico que agora os artistas estão se reinventando e fazendo lives. Nós estamos chegando com a nossa primeira, que foi preparada de uma maneira bem responsável. Só que é difícil falar de um futuro, né? Não sabemos até quando isso vai durar, mas estamos trabalhando diariamente. Estamos criando conteúdos e compondo bastante. A galera pode esperar porque, de alguma forma, isso vai ser mostrado para o mundo. A arte não pode parar e não pode deixar de existir nunca. O nosso sonho só está começando. Não vai ser essa pandemia que vai destruir não só o nosso, mas os sonhos de todos aqueles que acreditam na arte. Então, continuamos acreditando que o amanhã vai ser melhor.
Papelpop: Por curiosidade, queria saber se vocês já ouviram o EP de pagode da Ludmilla. Tem mais algum artista que vocês gostariam de ver se aventurando no pagode?
Pedrinho: Tem bastante gente que já vemos se aventurando no pagode, né? Hoje, essa questão está bem eclética. Por exemplo, o Rhael — que é do rap — gravou com o Thiaguinho. Tem até a Ludmilla com o EP dela de pagode. Acho que não tem que ter essa questão de prateleira porque música é música.
Henrique: Muitos artistas de outros estilos estão inovando e reciclando.
Pedrinho: A gente fica feliz com isso!
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