Embora a música pop tenha seu “á-bê-cê” centrado nos Estados Unidos, onde nasceram nomes como Madonna, Cher, Prince e Michael Jackson, a Austrália, no leste da Oceania, foi a responsável por entregar ao mundo um outro importante nome desse panteão. Dando de cara com um mundo que cheirava a revolução, Kylie Ann Minogue nasceu em 28 de maio de 1968.
Irmã mais velha de três irmãos, ela se mostrou mais uma prova de que já nascemos com nossos destinos traçados. Apesar de o pai ser um contador de origem irlandesa, sua mãe, natural do País de Gales, foi dançarina na juventude. A irmã caçula, Danii, também se tornou cantora… o talento, perceba, estava no sangue e uma vez conectada ao mundo das artes, a partir dos 11 anos de idade essa garotinha foi crescendo na mesma proporção em que via seu nome fazer uma escalada rumo ao topo das paradas.
Sendo bem sincero? Não foram poucas as vezes em que isso aconteceu. Sorte e orgulho de quem é fã.
Não resta dúvida: este ícone viria a construir uma das carreiras mais sólidas da história da pop music. Firmou-se como uma entidade e entrou em um hall seleto em artistas que podem aliar suas criações às palavras “consistência”, “homogeneidade” e “atemporalidade”. Em um grau alto de importância, tal qual o da própria Madonna (que aliás se curvou inúmeras vezes ao seu talento), a australiana coleciona 30 anos de memórias gloriosas.
Parte delas está reunida em “Step Back In Time”, coletânea lançada nos formatos digital e físico no fim de 2019 e que reúne 40 singles celebrados. As comemorações referentes à data não terminaram: agora, em 2020, Kylie dá seguimento a uma mini-turnê de verão que já teve como destino, além do Reino Unido, Bélgica, Espanha, Polônia e Dubai.
Sua próxima parada? O Brasil, onde já desembarcou para uma apresentação no próximo dia 7 de março no Festival GRLS!. O evento, inédito, acontece no Memorial da América Latina em São Paulo, e reúne ao longo de dois dias um lineup 100% feminino. Estão programadas – além da parte musical que conta ainda com shows de Little Mix, Iza, Linn da Quebrada e MC Tha – mesas de debate com nomes da literatura e do ativismo feminista brasileiros. Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo são duas das escritoras convidadas.
Não sei o seu, mas o meu coração fica quentinho ao pensar o que essa lenda do pop vai aprontar no palco. A fim de celebrar seus anos dourados (literalmente), relembre neste especial o brilho e algumas curiosidades da vida e obra de Kylie Minogue.
Na casa dos Minogue a arte sempre foi um agente transformador de grande interesse. Tanto que Kylie e Danii, sua irmã caçula, fizeram vários testes pra atuar em séries de pequeno porte. Como em qualquer biografia de respeito, foram negadas. A primogênita só seria escalada pra um grande projeto em 1986, quando foi convocada pra fazer parte do elenco da novela “Neighbours“. Na ocasião, sua função era dar vida a Charlene Mitchell, uma garota meio problemática que trabalhava como mecânica de garagem. O papel foi definitivo para que ela alcançasse um bom nível de popularidade no país – algo que superou as expectativas ao ponto de lhe conferir a vitória em quatro categorias dos prêmios Logie naquele mesmo ano.
Deixa eu ser mais claro: o Logie Awards é uma honraria tradicionalíssima, com mais de 60 anos de história, que reconhece o que há de melhor na televisão australiana. Entre os troféus que pode levar pra casa está o Gold Logie, entregue por meio de voto popular ao ator ou atriz mais querido de determinada produção. Com essa vitória, a artista ainda quebrou um recorde e se converteu em sua mais jovem vencedora.
Era comum para a maioria daqueles que deram o pontapé em sua carreira nos anos 1980 se dividir entre mil atividades. Os convites surgiram pra Kylie nesta mesma proporção e era chegada a hora de aproveitar. Tanto fez isso que, além de atuar em “Neighbours”, também começou a flertar com a música – o que a fez, despretensiosamente, cantar em um evento beneficente ao lado de parte do elenco da novela. Na ocasião duas faixas foram interpretadas: “I Got You Babe” e “The Loco-Motion”. Foi só um bis, mas o suficiente pra fazer com que tempos depois chegasse um convite da Mushroom Records pra assinar um contrato.
Esta última faixa foi seu primeiro grande hit e alcançou um sucesso estrondoso dentro e fora da Austrália. Fez com que Kylie vendesse 200 mil cópias do single físico somente no país e fosse a detentora do título de artista com a canção mais vendida da década de 1980 no território.
Não é piegas dizer que “Locomotion”, que chegaria a ser regravada em uma versão bem diferente e com outro título (“The Loco-Motion” foi eleito o seu definitivo), fez história. Foram 7 semanas ocupando a posição de #1 nas paradas de música australiana, para logo em seguida dominar os charts no Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Suíça, Israel, Hong Kong e nos Estados Unidos.
Ficou em #3 na parada Hot 100 da Billboard e a consagrou como uma grande revelação. Agora, se você tem tido seus primeiros contatos com essa discografia, saiba que é preciso pensar a carreira da Kylie, sempre bem sucedida, como um percurso dividido por gravadoras. Com o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio, autointitulado, ela deu início a uma primeira era, formada por uma tríade de CDs bastante introdutórios (e apelidada pelos fãs veteranos de Era PWL, em uma referência ao seu primeiro selo).
Em seguida ela usou seus segundo e terceiro álbuns, “Enjoy Yourself” (1989) e “Rhythm of Love” (1990), como laboratório. Os sucessos foram muitos e em quatro anos de carreira seu nome já estampava inclusive a capa de uma coletânea com hits. Mas não era só isso: o videoclipe, que já vinha sendo considerado uma tendência desde o início dos anos 1980, teve um grande papel no processo de popularização de seu trabalho. Imagine que você vivesse em uma época em que não havia internet e canais como a MTV eram imprescindíveis para o acesso a novidades.
Era preciso trabalhar muito bem, ser verdadeira em suas criações e, como toda grande diva, foi também necessário tomar as rédeas da situação e assumir o controle criativo. Pra quem começou sua carreira cedo, aos 19 anos, era preciso entender melhor o que se fazia e com maestria Kylie colocou a mão na massa ao participar ativamente da criação dos registros visuais de “Better The Devil You Know” e “Step Back In Time”. Esta última, aliás, é uma faixa deliciosa, marcada por influências da era disco. Anos mais tarde, seria ainda a responsável por batizar sua mais extensa coletânea de hits.
As coisas fluíram bem até “Let’s Get To It”, álbum de 1991. Deixando seu pop descompromissado pra trás, a australiana deu início a um flerte com o R&B e se deixou ser influenciada por outras estéticas experimentais que desembocariam, três anos mais tarde, na sonoridade explorada no maravilhoso “Kylie Minogue” (1994). O que aconteceu aqui foi de fato uma transição que envolveu, inclusive, a inclusão de composições autorais e uma maturidade ímpar que foi além da parte intelectual. Resvalou também no visual e Kylie passaria a se portar como uma mulher adulta, dona de si.
Com críticas mistas, o disco encerrou sua parceria com o selo PWL e pavimentou o caminho para a chegada de seu trabalho mais controverso até então: “Impossible Princess“. Disponível nas lojas em 22 de outubro de 1997 e lançado pela Desconstruction Records, o projeto teve parte de sua gênese no relacionamento da cantora com o fotógrafo francês Stéphane Sednaoui. O maior feito dessa união foi o incentivo, por parte de Sednaoui, para que ela explorasse a própria criatividade. Kylie, que enfrentava um período de “trevas”, como assim definiu a imprensa britânica, resolveu buscar na cultura japonesa a inspiração necessária pra criar um visual de heroína de mangá. Seria este o fio condutor do ensaio fotográfico do disco.
Quanto ao som? Foi buscar referências em artistas contemporâneos seus como Shirley Manson, líder do Garbage; Björk, U2 e estrelas do próprio pop oriental como Pizzicato Five. O eletrônico, que deixava de ser uma influência underground e apareceria em breve em trabalhos de Madonna, R.E.M., PJ Harvey e Dido, também impregnaria sua criação. Pessoal, forte e destemido, “Impossible Princess” reflete sobre sua imagem pública e privada, além de versar com honestidade sobre temas como amor, depressão, raiva e autodescoberta.
Não vou saltar rumo a outro capítulo da carreira de Kylie sem antes revelar uma curiosidade a respeito deste trabalho. “IP”, anunciado oficialmente à imprensa em meados de 1997, teve seu título envolvido em uma triste coincidência: a morte da Princesa Diana, vítima de uma acidente de carro em um túnel de Paris dois meses antes do lançamento. Em respeito ao ocorrido e visando fugir de questionamentos repetitivos, pouco educados, a cantora decidiu retirar as cópias remanescentes no mercado e rebatizou o projeto no Reino Unido e no restante da Europa. Passaria a se chamar então “Kylie Minogue 97”. À época, ela explicou a medida para a revista Cleo.
“Eu vivi com esse título por dois anos e eu já tinha falado para a imprensa o nome, mas após que a tragédia de Diana ocorreu tivemos que repensar. […] Eu não quero ficar constantemente explicando. Então nós tiramos o nome do álbum agora, mas eu gostaria de manter a opção de colocá-lo novamente no futuro”.
Tornando-se um marco em sua trajetória, esta talvez tenha sido sua criação mais ousada e séria até o momento. Um trunfo, estrelado por 4 singles, entre eles “Cowboy Style”. Se for ouvir, pegue os fones de ouvido. Aprecie a minúcia e a riqueza sonora empregadas aqui.
Um novo milênio, uma nova gravadora. Agora tendo a Parlophone como casa, Kylie Minogue partiu em busca de uma outra vertente de si. Deu à luz em 2000 “Light Years”, um projeto dançante, que bebe na fonte do pop clássico deste período. Reside aqui uma oportunidade ótima de dizer indiretamente o quanto sempre esteve antenada no que o mundo quer ouvir. Dessa safra saíram singles como “Your Disco Needs You” e “Spinning Around”, que comandam sem pudor as pista de dança ainda hoje. Mas Kylie queria mais e no ano seguinte intensificou seu discurso em “Fever”, um projeto abarrotado de hits radiofônicos.
De “More More More” a “Burning Up” ela buscou construir uma gama de influências que iam da disco e da club music, ao euro e ao synthpop, todos gêneros empregados com uma veia criativa marcada pelo eletro-minimalismo. Bom gosto, coesão e uma direção de arte excelente fizeram com que esse trabalho atingisse o topo das paradas em mais de 40 países e desse a Kylie seu maior hit: “Can’t Get You Out Of My Head”. A coreografia talvez seja um ponto pra se atentar neste momento. Você já deve tê-la reproduzido na balada, eu aposto!
“Fever” é um álbum com alma muitas vezes dionisíaca em que as baladas são inexistentes. O amor e o prazer estão posicionados em primeiro lugar, conduzindo o ouvinte pela mão em uma viagem delicada por um universo embriagante. “Come Into My World” é um ótimo exemplo lírico disso e que lhe conferiu ainda mais respeito: foi ela a responsável por seu primeiro Grammy, em 2004, na categoria de Melhor Gravação Dance. Dançante, mas ao mesmo tempo melódica, a canção ganhou um clipe elegante e que traz a artista caminhando em looping pelas ruas de uma cidade. Nesse percurso, ela cruza com várias versões de si.
Read my… body language… Diva que é diva em algum momento vai explorar sua liberdade sexual e mostrar que é dona de si. Vai provocar frisson e identificação. Revolução, certo? Em 2003 Kylie fez a sua própria e usou como plataforma pra exercer seu direito de se expressar o disco “Body Language”. Ousado, moderno e inteligente, traz das canções mais sensuais da carreira da cantora, entre elas “Slow”, definida pela própria como uma de suas faixas favoritas em todo o repertório. Esse lead single ganharia anos mais tarde um mash-up excelente com “Fashion”, clássico de David Bowie. Se tudo correr como o planejado, esta versão será apresentada também no Brasil.
Mas nada foi tão expressivo quanto “X”. De longe um de seus trabalhos favoritos por parte dos fãs, este é um convite para mergulhar em um recorte imagético que vai desde teatro Kabuki até as boates de Londres. Baseadas no rock e no synthpop, suas canções refletem um novo momento da carreira de Kylie. Após vencer um câncer de mama descoberto em 2005, ela retornou ao trabalho pronta pra emplacar novos sucessos. Mas nada de canções pessoais já que, em suas próprias palavras, a intenção naquele momento “não era fazer um Impossible Princess 2.0.”. Ignorando as adversidades, ela criou faixas enérgicas, embora igualmente românticas. Cito três para você começar: “2 Hearts”, “The One” e “In My Amrs”, outra gigante dos charts.
É preciso fazer ainda uma parada em 2010, quando os espectadores voltaram novamente seus olhares para o que Kylie vinha cozinhando em estúdio. “Aphrodite”, disco inspirado na mitologia grega, foi mais uma combinação perfeita de pop e conceito baseado na história clássica. Compartilhada com alguns dos mais experientes hit makers do momento, a experiência de criação da obra reuniu gente como RedOne, Tim Rice-Oxley (Keane) e Calvin Harris. Não tinha como dar errado.
O maior crédito, entretanto, vem pelas mãos de Stuart Price, seu produtor executivo. Velho colaborador de Madonna e responsável pelo disco “Confessions on a Dancefloor” (2005), Price fez uma mescla de elementos e batidas atuais que transformou a jornada da deusa em algo divertido, coeso e ao mesmo tempo leve, de forma que seu buzz agradou a jovens e velhos fãs. O nascimento de Aphrodite foi celebrado por todos. Trago um trecho da resenha escrita pela BBC UK assim que o lançamento aconteceu. Foi definido como “pura magia”. É pra dar play, abrir os braços e sentir no topo da pirâmide humana do clipe de “All The Lovers”.
Após a chegada de “Kiss Me Once”, que em contrapartida foi pouco elogiado pela crítica, uma reinvenção artística parecia pouco provável para Kylie, especialmente se levarmos em consideração o fato de que ela já teria, ao menos teoricamente, explorado tudo o que estava ao seu alcance. Caso você tenha compartilhado esta ideia à época, lamento informar: houve um sério equívoco. Rumores de que havia algo sendo desenvolvido em estúdio começaram a circular em 2017 e entraram meses adentro, pouco a pouco revelando a estreia de músicas inspiradas na figura das divas do country, entre elas Dolly Parton. Este foi só o ponto de partida para a estética daquele que seria um de seus projetos mais bem sucedidos. “Golden” chegou às lojas em 6 de abril de 2018 e fez muita gente sentir vontade de calçar as botas e se jogar no baile.
Visualmente nada inédito. Madonna, Lady Gaga, Miley Cyrus… todas já haviam se vestido como cowgirls antes, em geral pra cantar músicas mais pessoais. Mas a forma de narrar determinados sentimentos, com demasiada sinceridade, transformou a aura do CD que a musa buscava divulgar. Tanto que um ano mais tarde este se transformaria não apenas em uma de suas mais elogiadas empreitadas, como também a fita K7 mais vendida do Reino Unido. Sim, fita K7. “Golden” é uma profusão de amor em sua mais pura forma, perfeito pra todas as épocas. Tal qual a própria Kylie.
Se o assunto da vez é show, apreciemos este gif, extraído da apresentação de Kylie no Brit Awards 2002.
Agora reflita comigo: o que se espera de uma pop star? Sem sombra de dúvida muitas coisas, mas no topo dessa lista talvez estejam shows marcantes, bem elaborados – algo que a australiana manda muito bem. Você que é jovem talvez tenha conhecido sua força nos palcos por meio da turnê “Aphrodite: Les Folies”, que rodou o mundo em 2010. Mas a verdade é que Kylie já arrasava há muito com seus espetáculos, sempre engenhosos, detalhistas e com setlists arrebatadoras. Embora suas primeiras digressões tenham sido bastante restritas em termos de aparatos e logística, com o passar do tempo ela foi se aprimorando e transformando tais aparições em algo fabuloso.
De fato: as turnês de apoio aos álbuns dos anos 1990 foram notadamente mais simples, ostentando uma dimensão mediana. Dois shows louváveis de serem lembrados a princípio são “Disco In Dream” e “Enjoy Yourself”, que apesar de não terem sido inovadores em termos de tecnologia ou marcado a carreira de Kylie como performer, pegam os fãs das antigas por uma questão afetiva. São músicas iniciais, clássicas do início e basilares da carreira cantadas em versões próximas às apresentadas no CD.
Coisas inacreditáveis só foram acontecer mesmo em 2002 quando a artista botou na estrada a “Fever Tour”, um espetáculo com estética futurística tanto em termos de som, quanto em visuais. Fidedigno ao álbum base, o show trazia um palco gigante e uma presença de palco que transbordava sensualidade. Kylie pela primeira vez colocava perna e barriga pra jogo. Havia boas doses de conotação sexual em suas apresentações, tudo disposto a fim de destacar o espírito libertário de seu presente cancioneiro – algo até então inédito.
Outra que ocupa o posto de favorita é “Showgirl”, que veio dividida em duas partes: “Greatest Hits” e “Homecoming”. Eu explico. Em 2005, quando se preparava para dar início a uma etapa australiana do espetáculo, Kylie começou a se sentir mal e em uma visita ao médico descobriu que era vítima de um câncer de mama. Ela cancelou todos os seus compromissos (inclusive a participação que faria no Glastonbury Festival 2005, como uma das headliners) e se submeteu imediatamente ao tratamento, vencendo a doença. À época a cantora chegou a dizer à BBC que “ficava feliz em pensar que vidas estavam sendo salvas porque as pessoas estavam ficando mais conscientes a respeito dos riscos da enfermidade” por meio da divulgação de seu caso.
O que destacar desta parte do show? Trata-se de uma apresentação menos emotiva, uma coisa meio Madonna, com muito carão e posturas dominadoras, que garantiam uma presença de palco nada menos que excelente. A seleção de faixas só trazia hits, ou seja: todos cantando na ponta da língua!
Já ouviu alguém dizer que a vida é bela? Kylie levou isso ao pé da letra ao recuperar sua saúde. Nada mais justo do que retornar em grande estilo e retomar o que não foi vivido. Entra aí “Showgirl: Homecoming”, uma versão remodulada e um tanto mais emotiva do show apresentado no ano anterior. Mais emocionante, mais bonita e muito marcante, esta foi uma grande celebração de seu legado e da nova fase que chegava.
Após esse momento poderoso, fomos apresentados à turnê de “X”, batizada como “KylieX2008”. O grande destaque aqui está na estrutura, visto que nunca antes uma estrela pop mainstream havia projetado imagens no chão do palco. A vista aérea deste show é muito original e foi nesta ocasião que a artista veio ao Brasil pela primeira vez. Aqui Kylie ficou em choque quando viu a plateia que lotava o Credicard Hall cantando, em peso, “Can’t Get You Out Of My Head”. No vídeo abaixo é possível vê-la gritando, surpresa, enquanto todos explodiam em coro, saltando tão alto quanto podiam. Ela talvez não esperasse uma reação tão expressiva, mas sabe como é… o nosso público nunca decepciona.
Digo e repito: a turnê de “Aphrodite” é a mais louvada pelos fãs e, cá entre nós, merece este título. É fenomenal, conta com uma estrutura de outro mundo (literalmente) e a setlist… bem, impecável. Contempla quase todas as faixas do disco de suporte e as deixa ainda mais poderosas por meio de um cenário caríssimo que lembra a Grécia antiga. Se liga nessa entrada:
Agora paremos em 2012, quando foi anunciada a “Anti Tour”, não raro definida como um acontecimento da música pop. A ideia foi trazer demos, B-sides, músicas que não foram lançadas ou simplesmente estavam fora dos palcos há muito tempo. Nada de grandes sucessos. Foram pouquíssimas datas para cerca de 1000 fãs de Londres e da Austrália. Não havia banda ou grandes figurinos… Obedecendo um formato muito interessante, Kylie promoveu uma nova ligação com seu público ao ditar uma tendência que seria inclusive adotada por Madonna anos depois com o show “Tears of a Clown”. Quer saber o que eu acho de mais legal? Os fãs tentando reconhecer os primeiros acordes das faixas. Surpresa!
Após sair por aí com “Golden”, show restrito a arenas que passou por algumas das principais capitais da Europa em 2018 (e foi elogiadíssimo, diga-se de passagem), Kylie deu início a uma turnê de verão que comemora seus 30 anos de carreira. A “Summer Tour” reflete bem seus anos dourados, cheios de vida e de uma dedicação ímpar – o que nos faz crer no quanto esta ocasião é especial. Foi com este mesmo formato que ela deu um pulinho no Glastonbury Festival 2019, onde finalmente, 15 anos depois, subiu ao palco como headliner.
Fazendo jus a este grande momento de sua trajetória, o live de “Spinning Around” reuniu a maior audiência de toda a história de transmissões do evento. O que esperar da setlist no Brasil, visto que o show seguirá os mesmos moldes do que se viu em terras britânicas? Muita energia e seus maiores clássicos, que devem aparecer dispostos em uma sucessão alucinada. Curioso pela setlist? Aproveite pra espiar:
Love at First Sight
I Should Be So Lucky
On a Night Like This
Je Ne Sais Pas Pourquoi
Hand on Your Heart
Where the Wild Roses Grow (com Nick Cave)
Slow
Confide in Me
Kids (feat. com Robbie Williams)
Can’t Get You Out of My Head
Suddenly (Cover de Angry Anderson)
Especially for You (Cover de Jason Donovan)
Shocked
Step Back in Time
Better the Devil You Know
The Loco-Motion
All the Lovers
Dancing
Spinning Around
Tá que o Nick Cave adora São Paulo e até chegou a morar na cidade por um tempo, mas infelizmente não fará um dueto com Kylie no palco do GRLS!, como aconteceu no Pyramid Stage. Todavia, porém, contudo… é preciso dedicar um espaço neste especial para falar das colaborações. As parcerias de Kylie não são tão numerosas se comparadas às existentes no currículo de outras artistas do mesmo gênero, mas foram certeiras em sua maioria esmagadora ao lhe conferir o status de expert na hora de entrar em estúdio. Sabe o ditado “diga-me com quem tu andas e direi quem tu és”? Ela é também um monstro do pop neste quesito e por isso começou trabalhando, ainda nos anos 1990 com um artista genial.
Juntos eles gravaram o single “Where The Wild Roses Grow”, uma badala sensível e marcada pelo uso de instrumentos de corda como o violino. Relembre a derradeira vez em que foi tocada:
Vivendo no Reino Unido há tanto tempo, nada mais justo do que se entender bem com seus cidadãos. Robbie Williams foi outro que se rendeu aos encantos da cantora e a convidou para a gravação de “Kids”, um single que bebe na fonte do rock e chegou às rádios no ano 2000. Perfeita pra ouvir enquanto se pega a estrada.
Já em 2014, foi a vez de Kylie aceitar um convite vindo da italiana mais talentosa do mundo: Laura Pausini. Em celebração aos 25 anos de carreira, ela preparou o lançamento de uma coletânea que contou com vários featurings interessantes (um deles, ótimo por sinal, é “Sino a Ti”, com Thalia). Com uma letra profunda, a maior surpresa desta material talvez esteja no fato de que a australiana se joga no espanhol.
Outra parceria bem sucedida de Kylie se deu com a lenda Giorgio Moroder, produtor italiano que revolucionou a chamada disco music com o uso de seus sintetizadores poderosos – feito nunca antes visto até os anos 1970. Considerado ainda um dos pais da dance music, ele foi o responsável por “Right Here, Right Now”, uma canção chiclete lançada em 2015 pela artista como single do álbum “Déjà Vu”. Pop perfection.
Pra mostrar de uma vez por todas que sua voz e suas interpretações são atemporais, Kylie topou participar em em 2019 do disco “Sunshine Kitty”, trabalho mais recente de estúdio da sueca Tove Lo. Junto a esta que é considerada uma das maiores compositoras da nova geração da pop muisc, Juntas elas gravaram “Really Don’t Like U”, faixa que
Não resta dúvida de que seu próximo featuring (e talvez um dos mais bonitos) acontecerá no Memorial da América Latina, desta vez com o público brasileiro.
Doze anos após sua primeira apresentação aberta, Kylie retorna ao país pra um show que tem tudo pra ocupar uma posição de destaque na memória afetiva dos fãs. Realizado em São Paulo nos dias 07 e 08 de março o Festival GRLS! recebe em seu primeiro dia a artista como headliner. Chegue cedo, porque foram escaladas para os atos de abertura Tierra Whack, Gaby Amarantos e Linn da Quebrada!
Além das atrações musicais, que se estendem ainda pelo domingo, o evento também promove rodas de conversa e workshops com nomes importantes da literatura e do ativismo feminista brasileiros como Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo. Você pode adquirir seu ingresso, que tem preços que variam entre R$ 110 e R$ 1400, neste link.
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