Nós estamos acompanhando já há um bom tempo o crescimento da cultura coreana pelo mundo. Começou pelo K-POP, culinária, os famosos dramas coreanos, e agora o fenômeno “Parasita”, com a indústria coreana sendo prestigiada em Hollywood. Tivemos a oportunidade de conversar com Minyoung Kim, vice-presidente de conteúdo coreano da Netflix, e o que podemos ver é que tudo isso é apenas o começo.
“Kingdom”, “Itaewon Class” e “Pousando no Amor” são três produções coreanas originais Netflix que se tornaram algumas das séries da temporada. Isso significa que elas estão entre os dramas que estão todos acompanhando principalmente na Coreia do Sul, mas também mundialmente. É um momento importante e novo para a indústria pois são k-dramas que fogem completamente de qualquer estereótipo num ramo que é tão conhecido pelos romances e comédias românticas.
“O público que vê séries coreanas está expandindo seus gostos, ao mesmo tempo que fãs de entretenimento estão cada vez mais abertos a conhecer novas coisas” diz Minyoung Kim. Ao falarmos sobre o futuro das produções coreanas pós-“Parasita”, ela comenta o fenômeno e diz “Nós estamos prontos, por isso que todo mundo do entretenimento daqui está animado”.
Papelpop: Primeiro de tudo, parabéns por “Kingdom” e “Itaewon Class”. Vocês começaram agora a lançar séries coreanas originais Netflix e já emplacaram duas grandes séries da temporada. Ficou surpresa com tudo isso?
Minyoung Kim: Se prestarmos atenção em como o conteúdo coreano tem crescido, as séries mais populares são romances. Os roteiristas coreanos são muito bons em escrever romances, mas quando viemos com “Kingdom”, não há na série nenhuma fórmula do conteúdo coreano que normalmente chega em outros cantos do mundo. Se eu dissesse que eu já esperava eu estaria mentindo, mas estávamos confiantes de que os fãs de séries de época iriam adorar, fãs de séries de zumbis também. Isso mostra que, cada vez mais, o público que vê séries coreanas está expandindo seus gostos, ao mesmo tempo que fãs de entretenimento estão cada vez mais abertos a conhecer novas coisas. Vemos isso com “Kingdom” e também com “Itaewon Class”, que não é muito um romance, é sobre um empreendedor – há romance sim – mas o coração dessa série vai muito mais além e a audiência está cada vez mais aberta a ver essas histórias. É uma época muito animadora, não só para produções coreanas, mas de qualquer idioma.
Uma coisa legal da Netflix é que ela abre espaço para produções que não teriam público ou espaço em mídias mais tradicionais, como a TV, e por isso exploram mais diversidade. Vocês estão de olho nisso também nas produções coreanas?
Quando pensamos no público mundial para as produções coreanas, nós analisamos dois pilares. O primeiro é “Já existe uma fanbase para esse tipo de produção?” na Coreia, na Ásia e além. Nisso, queremos que os fãs de conteúdo coreano saibam que a Netflix está disposta a entregar grandes produções vindas da Coreia. O segundo pilar é que, como falamos, o público do entretenimento está mais aberto a conhecer novas histórias. O que estamos tentando fazer é criar histórias originais num sistema tradicional e investir criativamente nessas histórias. Isso abre portas para fazermos tipos de séries nunca feitas antes. São séries como “Kingdom”, e mais recentemente “Extracurricular”. “Sweet Home”, “Enfermeira Exorcista, muitos dos nossos originais estão nesse campo inédito de histórias para levar à audiência. Esperamos que essas séries expandam os formatos possíveis de conteúdos coreanos, mas também expanda os gostos da comunidade de fãs já existente.
Preciso comentar o fenômeno de “Parasita”! Eu sempre assisti muito K-drama e tenho amigos que também assistem, mas agora vejo um público muito maior acompanhando esse mercado. Sinto mesmo que muitas portas abriram. Como vocês estão enxergando esse momento?
Como uma coreana trabalhando na indústria de entretenimento coreana, todos nós estamos muito animados em ver como “Parasita”, uma história tão local da Coreia, foi tão bem recebida mundialmente. Mostra tudo o que queremos provar. O mais pessoal é o mais criativo. Os roteiristas coreanos têm constantemente criado grandes histórias e tentado mudar toda a indústria, trazendo sempre histórias melhores ainda, maiores ainda. Então, quando “Parasita” aconteceu, abriu-se muitas portas para criadores coreanos. Nós estamos prontos, por isso que todo mundo do entretenimento daqui está animado. A partir disso, há muito mais oportunidades para contar mais histórias aqui na Coreia.
Bong Joon-ho também tem aquela fala super importante de que, ao superarmos a barreira de 2cm da legenda, conheceremos muitos outros filmes incríveis. Você também aplicaria isso às séries coreanas? Há mais barreiras nesse sentido?
Eu acredito sim que essa barreira de 2cm que o direito Bong mencionou tem sido uma grande barreira. O que estamos querendo fazer ao levar nossos conteúdos originais pelo mundo é diminuir essa barreira. Quando lançamos “Kingdom”, traduzimos para 30 idiomas, para que nossa audiência pudesse assistir à série da maneira que mais se sentisse confortável. Então essa barreira existe e a Netflix está tentando amenizá-la, mas creio que o público está mais aberto a conhecer novos conteúdos e está superando ainda mais a barreira. Se é uma grande história, as pessoas assistem. Então acredito que essa barreira está cada vez menor.
Uma coisa legal das séries coreanas é que, mesmo como plano de fundo, a história da Coreia e várias é sempre abordada. “Pousando no Amor”, por exemplo, é um romance que traz muito os problemas entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. Por que isso é tão forte? É uma ótima forma de conhecer a Coreia através do entretenimento, certo?
Quando falamos de séries, as melhores são as autênticas e pessoais. Então, se roteiristas coreanos querem contar grandes histórias, é inevitável que falem sobre o que acontece em suas vidas. Até com “Pousando no Amor”. É uma fantasia, mas as histórias sobre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul são parte da nossa vivência. Então “Pousando no Amor” é algo que vivemos diariamente, incluindo a política. É muito sobre criadores coreanos serem autênticos em suas histórias e também sobre assumirem essa responsabilidade social de melhorar uma questão, já que eles têm o poder para gerar essa conversa. Por isso que, até mesmo nas séries mais leves, você consegue enxergar problemas sociais e políticos daqui. Tudo isso para trazer uma série autêntica e chamativa para nossa audiência.
A expansão da cultura coreana pelo mundo é conhecida por ter o governo coreano capacitando produções nacionais no cinema, TV e música. Você acha que o retorno desse incentivo, enxergando agora esse fenômeno mundial, é um exemplo para inspirar outros países?
O fato de que a cultura coreana, k-pop, comida coreana, produções coreanas estão indo muito bem é uma combinação com o fato de que nossa indústria tem uma grande vontade de se conectar. A Coreia é um país muito pequeno, então nós do entretenimento temos esse grande desejo de expandir nosso mercado globalmente. Também há o fato de que a nacionalidade coreana é a única que funciona exclusivamente na Coreia, então também temos essa vontade enorme de se conectar mais com o mundo. Por isso, conteúdos culturais são a melhor forma de conhecer novas culturas e também mostrar nossa cultura ao mundo. Então, além nós do entretenimento termos essa grande vontade, o governo também rapidamente detectou isso e construiu vários tipos de sistemas para apoiar a iniciativa da indústria. Também há o fato de que a comunidade de fãs da Coreia é muito fervorosa. A bilheteria coreana está entre as cinco maiores do mundo. Foi a combinação de tudo isso que deixou a indústria coreana tão forte. Cada país, com suas culturas e características distintas, pode construir sua própria fórmula para deixar sua indústria melhor, mais forte e global.
Kang Gi-beom era um investigador promissor na unidade de crimes violentos, suspeito de ter matado sua própria mulher. Seus olhos foram cortados com uma navalha depois que ele testemunhou o assassinato dela nas mãos do grupo terrorista ARGOS. Quando pensa que tudo está perdido, ele é abordado por Choi Geun-cheol, diretor executivo da Rugal, uma organização especial dedicada ao único objetivo de erradicar ARGOS. Choi pede que Gi-beom receba um transplante de olho artificial e se junte à Rugal. Depois de milagrosamente sobreviver à arriscada operação de transplante, Gi-beom renasce como uma arma humana. Ele começa a se vingar do ARGOS por tudo o que fizeram com ele.
Lançamento: 28/03/2020
Em uma cidade distópica sem esperança, Jun-seok é liberado da prisão e planeja um recomeço com seus amigos Jang-ho, Ki-hoon e Sang-soo. Mas o entusiasmo deles pelo plano dura pouco, pois um homem desconhecido os persegue. Será que esses melhores amigos conseguirão escapar da caça?
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Lançamento: 29/04/2020
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Lançamento: Abril de 2020
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Lançamento: Junho de 2020
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Uma nova enfermeira escolar descobre segredos e mistérios com suas habilidades sobrenaturais de perseguir fantasmas.
Ainda sem previsão de lançamento. Em produção.
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Ainda sem previsão de lançamento. Em produção.
Confira todas as séries coreanas originais Netflix e muitas outras neste link. Outra forma legal de acompanhar os lançamentos coreanos da Netflix é pelo The Swoon, canal oficial da Netflix no Youtube totalmente sobre K-dramas. Lá tem trailers, bastidores e entrevistas de todas as produções coreanas originais do serviço de streaming.
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