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Grammy 2020 teve retorno de Demi, prêmio pra Billie e grandes homenagens

Não há outra forma de definir a noite de entrega do Grammy 2020: vivemos um misto de grande festa com fortes emoções. Com a missão de fazer as honras da casa e de honrar o título de maior indicada da noite, Lizzo abriu a premiação promovendo um momento de entrega absoluta. Trouxe ao palco uma orquestra e um ballet poderosíssimo pra ajudá-la a abrilhantar um medley com dois de seus maiores hits, “Cuz I Love You” e “Truth Hurts”.

O que ninguém contava até o fim da tarde deste domingo (27) era que o script da noite seria marcado por homenagens a Kobe Bryant, ídolo da NBA morto em um acidente de helicóptero. Com a notícia correndo em todo o mundo e tendo como reflexo fãs desolados (incluindo as celebridades presentes), Lizzo dedicou sua arrebatadora apresentação ao ex-jogador.

Dois oito prêmios aos quais estava indicada, ela levou pra casa apenas dois. Em seu discurso de agradecimento pelo gramofone de Melhor Performance Solo Pop fez questão de relembrar o início de carreira e agradecer àqueles que a ajudaram no início. Nas palavras da própria, se ninguém tivesse ficado ao seu lado e acreditado que seria possível, ela muito provavelmente ainda estaria dormindo em seu carro.

Quem se deu bem nessa foi Billie Eilish, que aparecia na segunda posição entre os líderes em nomeações. Das sete estatuetas às quais concorria ficou com quatro, entre elas as de Artista Revelação, Gravação e Álbum do Ano. Sem fazer grandes discursos a artista também cantou “when the party is over”, que ganhou um live suave, com a artista encostada ao piano.

Dá pra dizer que vimos com isso uma grande mudança no processo de escolha da Recording Academy, criticado por manter no conselho membros homens, brancos e velhos em sua maioria? Não sabemos. Mas que a garota arrasou… não resta dúvida.

Mesmo que a noite tenha tido preservado seu caráter de celebração, a anfitriã Alicia Keys pegou embalo no que Lizzo deu início e, acompanhada por seu piano, fez uma bonita e longa homenagem a Kobe Bryant, discursando enquanto tocava suavemente.

“Estamos juntos na maior noite da música, mas sendo honesta estamos sentindo uma tristeza profunda. Mais cedo hoje, Los Angeles, América e o mundo inteiro perderam um herói. Estou aqui com o coração partido na casa que Kobe Bryant construiu. Ele, sua filha Gianna e todos que se foram hoje estão em nossos corações, preces… neste prédio. Quero pedir a todos que pensem em um momento e segurem-no dentro de vocês, compartilhem sua força e apoio com suas famílias. Nunca imaginamos começar o programa assim”.

Mais tarde ela tomou um tempo pra si e voltou pra apresentar a novíssima “Underdog”, agora ao lado de Brittany Howard. Também rolou homenagem com o Boyz II Men com “It’s So Hard To Say Goodbye To Yesterday”.

Com a premissa de que a música é o que cura a noite seguiu seu curso. Em um espetáculo que envolveu chamas, pirotecnia e uma atitude nada menos que inspiradora, Tyler, The Creator, vencedor do prêmio de Melhor Álbum de Rap com “IGOR”, deu um show. Na verdade, pensando bem, a apresentação foi bem além disso: o que se viu foi uma aula prática de como criar uma grande performance.

O assunto é rap? Vamos falar também de Lil Nas X que trouxe pro Grammy alguns de seus principais colaboradores. Por que convidar apenas Billy Ray Cyrus se podemos ter também a companhia dos rapazes do BTS? Todos os hitmakers finíssimos! Com um cenário rotativo, o muso mandou ver e mostrou por que “Old Town Road” assumiu tão rapidamente o status de hino.

Não faltaram também momentos em que a emoção tomou conta. O show de Demi Lovato, por exemplo, marcou seu retorno aos palcos após quase 2 anos afastada. Com introdução da cineasta Greta Gerwig, ela abriu seu coração cantando em público pela primeira vez após ter sido vítima de uma overdose. O episódio quase tirou sua vida e sucedeu a composição do single “Anyone”, que surgiu em um duro momento de sua vida.

Visivelmente emocionada, Demi cantou com toda a sua sensibilidade os versos desta que talvez seja uma de suas faixas mais pessoais. Na letra ela narra seu próprio desespero ao se ver cercada pelo nada. Forte, poderoso e sincero.

Apesar de o Aerosmith ter feito história ao cantar ao lado do RUN DMc (a banda foi a grande homenageada desta edição) e de os Jonas Brothers terem promovido um revival daqueles ao atiçar mais uma vez nossas paixões adolescentes, por vezes adormecidas, a grande celebração deste Grammy ficou por conta de Usher e FKA twigs, responsáveis por um tributo a Prince. Enquanto ele cantava sucessos do muso como “When Doves Cry”, ela arrasava no pole dance.

Mas foi Camila Cabello foi quem protagonizou o momento mais intimista da noite. Ao cantar “First Man”, seu novo single, a fada cubana fez jus à letra da canção e homenageou o próprio pai, sentado na primeira fileira. Enquanto entoava os versos íntimos e carregados de nostalgia que a faixa tem, eram exibidas no telão imagens de sua infância. Terminou descendo as escadas e indo direto ao homem que a criou e fez com que se tornasse essa artista incrível.

De doçura Blake Shelton e Gwen Stefani entendem bem. Embalados por um romance que vai muito além da química musical, os dois apresentaram o single “Nobody But You”, que divulgam neste momento. Sensível e apaixonante.

A discípula de Lenny Kravitz, H.E.R., trouxe a magia de seu piano ao Grammy. Embora tenha perdido todas as categorias às quais estava indicada, a artista saiu vitoriosa em outro aspecto: aceitação do público. Não há nada tão gratificante quanto ser abraçada por uma plateia, tal qual ela foi.

Na ala pop, Ariana Grande foi uma das mais aguardadas. Fez jus ao próprio nome e apostou em grandes hits: abriu com “imagine”, fechou com “thank u, next”, mas não sem antes tocar seu hino materialista, “7 rings”. Um momento curioso: na transição das músicas ela mandou um trecho de “My Favorite Things”, clássico da trilha sonora de “A Noviça Rebelde” que até pouco tempo era fruto de uma batalha judicial. A mesma foi usada em uma denúncia de plágio contra a artista.

Nada como resolver as coisas e poder usar sem medo de ser feliz, né?

Já Rosalía, que venceu a categoria Melhor Álbum Latino com “El Mal Querer” (o prêmio foi entregue no ano passado para Shakira, com “El Dorado”), levou seu flamenco ainda mais longe. No Staples Center, diante de uma plateia majoritariamente americana, ela mostrou o poder de sua cultura e de seus vocais por meio do single, “Juro Que”, seguido pelo smash-hit “Malamente”. Hipnotizante, sem mais.

Tivemos surpresas? Sim! As maiores, em nossa opinião, ficaram por conta das vitórias de Lady Gaga e Michelle Obama (?). Vamos lá: Gaga venceu dois Grammys por seu trabalho na trilha sonora de “Nasce Uma Estrela”, filme lançado em 2018 e que ainda hoje rende frutos. Já a ex-primeira dama norte-americana levou pra casa o gramofone de Melhor Álbum Falado, pela narração de seu livro, “Becoming: A Minha História”. No Brasil a obra é publicada pela Companhia das Letras.

Confira a lista completa de vencedores:

Álbum do ano

When We All Fall Asleep Where Do We Go — VENCEDORA
I,I — Bon Iver
Norman Fucking Rockwell — Lana Del Rey
Thank U, Next — Ariana Grande
I Used to Know Her — H.E.R.
7 — Lil Nas X
Cuz I Love You — Lizzo
Father of the Bride — Vampire Weekend

Gravação do ano

Bad Guy — Billie Eilish – VENCEDORA
Hey, Ma — Bon Iver
7 Rings — Ariana Grande
Hard Place — H.E.R.
Talk — Khalid
Old Town Road — Lil Nas X e Billy Ray Cyrus
Truth Hurts — Lizzo
Sunflower — Post Malone e Swae Lee

Música do ano

Bad Guy — Billie Eilish O’Connell e Finneas O’Connell – VENCEDORA
Always Remember Us This Way — Natalie Hemby, Lady Gaga, Hillary Lindsey e Lori McKenna
Bring My Flowers Now — Brandi Carlile, Phil Hanseroth, Tim Hanseroth e Tanya Tucker
Hard Place — Ruby Amanfu, Sam Ashworth, D. Arcelious Harris, H.E.R. e Rodney Jerkins
Lover — Taylor Swift
Norman Fucking Rockwell — Jack Antonoff e Lana Del Rey
Someone You Loved — Tom Barnes, Lewis Capaldi, Pete Kelleher, Benjamin Kohn e Sam Roman
Truth Hurts — Steven Cheung, Eric Frederic, Melissa Jefferson e Jesse Saint John

Artista revelação

Billie Eilish – VENCEDORA
Black Pumas
Lil Nas X
Lizzo
Maggie Rogers
Rosalía
Tank and the Bangas
Yola

Melhor performance pop solo

Truth Hurts — Lizzo – VENCEDORA
Spirit
 — Beyoncé
Bad Guy — Billie Eilish
7 Rings — Ariana Grande
You Need To Calm Down — Taylor Swift

Melhor performance de rap/sung

Higher — DJ Khaled feat Nipsey Hussle & John Legend -VENCEDORA
Drip Too Hard — Lil Baby & Gunna
Panini — Lil Nas X
Ballin — Mustard Featuring Roddy Ricch
The London — Young Thug Featuring J. Cole & Travis Scott

Melhor Performance de R&B

Come Home — Anderson .Paak feat André 3000 – VENCEDOR
Love Again — Daniel Caesar & Brandy
Could’ve Been — H.E.R. feat Bryson Tiller
Exactly How I Feel — Lizzo feat Gucci Mane
Roll Some Mo — Lucky Daye

Melhor Performance de Duo/Grupo Country

Speechless— Dan + Shay – VENCEDORES
Brand New Man — Brooks & Dunn e Luke Combs
I Don’t Remember Me (Before You) — Brothers Osborne
The Daughters — Little Big Town
Common — Maren Morris e Brandi Carlile

Melhor Performance de R&B tradicional

Jerome — Lizzo – VENCEDORA
Time Today — BJ The Chicago Kid
Steady Love — India.Arie
Real Games — Lucky Daye
Built For Love — PJ Morton e Jazmine Sullivan

Melhor performance de metal

7empest — Tool – VENCEDOR
Astorolus – The Great Octopus — Candlemass Featuring Tony Iommi
Humanicide — Death Angel
Bow Down — I Prevail
Unleashed — Killswitch Engage

Melhor álbum vocal de pop

When We All Fall Asleep, Where Do We Go — Billie Eilish – VENCEDOR
The Lion King: The Gift
 — Beyoncé
Thank U, Next — Ariana Grande
No. 6 Collaborations Project — Ed Sheeran
Lover — Taylor Swift

Melhor performance de pop em grupo ou duo

Old Town Road — Lil Nas X e Billy Ray Cyrus – VENCEDOR
Boyfriend
 — Ariana Grande e Social House
Sucker — Jonas Brothers
Señorita — Shawn Mendes e Camila Cabello

Melhor música de rock

This Land — Gary Clark Jr. – VENCEDOR
Fear Inoculum
 — Tool
Give Yourself a Try —The 1975
Harmony Hall —  Vampire Weekend
History Repeats — Brittany Howard

Melhor Performance de Rock

This Land —  Gary Clark Jr. – VENCEDOR
Pretty Waste — Bones UK
History Repeats — Brittany Howard
Woman — Karen O & Danger Mouse
Too Bad — Rival Sons

Melhor álbum de R&B

Venture — Anderson .Paak – VENCEDOR
1123
 — BJ The Chicago Kid
Painted — Lucky Daye
Ella Mai — Ella Mai
Paul — PJ Morton

Melhor Álbum de rap

Igor — Tyler, The Creator -VENCEDOR
Revenge Of The Dreamers III — Dreamville
Championships — Meek Mill
I Am > I Was — 21 Savage
The Lost Boy — YBN Cordae

Melhor álbum vocal de pop tradicional

Look Now — Elvis Costello & The Imposters – VENCEDOR
Sì — Andrea Bocelli
Love — Michael Bublé
A Legendary Christmas — John Legend
Walls — Barbra Streisand

Melhor álbum de country

While I’m Livin’ — Tanya Tucker – VENCEDOR
Desperate Man
 — Eric Church
Stronger Than The Truth — Reba McEntire
Interstate Gospel — Pistol Annies
Center Point Road — Thomas Rhett

Melhor álbum de rock

Social Cues — Cage The Elephant – VENCEDOR
In The End — The Cranberries
Trauma — I Prevail
Feral Roots — Rival Sons
Amo — Bring Me The Horizon

Melhor álbum de rock, música urbana e alternativa latina

Rosalia — El Mal Querer – VENCEDOR
Bad Bunny — X 100PRE
J Balvin & Bad Bunny — Oasis
Flor de Toloache  — Indestrutible
iLe — Almadura

Melhor álbum de música alternativa

Father Of The Bride — Vampire Weekend – VENCEDOR
U.F.O.F. — Big Thief
Assume Form — James Blake
I,I — Bon Iver
Anima — Thom Yorke

Melhor álbum contemporâneo urbano

Cuz I Love You — Lizzo – VENCEDOR
Apollo XXI — Steve Lacy
Overload — Georgia Anne Muldrow
Saturn — NAO
Being Human In Public — Jessie Reyez

THANK YOU TO BTS, MASON RAMSEY, DIPLO, BILLY RAY CYRUS, & NAS!!! 🏆

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