Não houve quem não se rendesse quando, em setembro de 2017 estrou no festival de cinema de Telluride, no Estado do Colorado, nos Estados Unidos, o longa “Lady Bird”. A comédia dramática dirigida por Greta Gerwig apresentou ao mundo de uma vez por todas o talento de Saoirse Ronan, que dá vida a Christine McPherson, lendária protagonista da trama.
Nessa história cheia de conflitos a jovem deseja vorazmente ser livre e se livrar das rédeas curtas da mãe – com quem tem uma relação bastante delicada. Enquanto decide quais atitudes deve tomar para sair de casa e entrar na faculdade (de preferência, em uma instituição bem longe de casa) ela precisa lidar ainda com a pressão do colégio, seu primeiro relacionamento amoroso e as problemáticas da transição da adolescência para a vida adulta.
Aclamado pela crítica (só pra se ter uma ideia, “Lady Bird” é um dos filmes com a maior nota ever no site de resenhas Rotten Tomatoes), o longa foi o grande responsável por impulsionar a carreira da atriz a um outro patamar. Se em 2016 ela foi ignorada pela Academia ao ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em “Brooklyn”, que acabou indo parar em outras mãos, havia chegado a hora de viver dias de glória – algo que segue sendo exercido desde então.
No próximo mês a atriz estreia mais uma produção que tem tudo pra arrebatar corações nos cinemas. Chega às telonas no próximo dia 09 de janeiro “Adoráveis Mulheres“, novíssima adaptação do clássico “Mulherzinhas”, de Louisa M. Alcott. Lançado em 1877, o livro conta a história das irmãs March que, enquanto seu pai luta na Guerra Civil norte-americana, ficam aos cuidados de uma tia – e exploram ao máximo os conceitos de liberdade, desafiando as regras da época.
No elenco estão nomes como Timothée Chalamet, Meryl Streep, Laura Dern e Emma Watson. Assista ao trailer:
A carreira de Saoirse Ronan começou ainda cedo, aos 9 anos, quando seus pais a levaram pra fazer testes na TV irlandesa. Sua expectativa girava em torno de papéis em produções como “The Clinic” e “Proof”, mas não rolou. Nesse meio tempo ela também se inscreveu pras audições de “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, mas não passou. À ocasião, disputou a vaga para interpretar a doce Luna Lovegood – que acabou ficando com Evanna Lynch. Foi muito tempo lutando, mas depois o reconhecimento veio – e permanece dando frutos!
Mas, quais papéis Saoirse Ronan teve nas mãos e executou de maneira impecável? Você sabe? Pra facilitar o seu trabalho – e enaltecer um pouco mais o talento deste jovem ícone – decidimos reunir algumas de suas melhores produções, ranqueadas em ordem decrescente. Vamos lá?
Após seguir persistindo por um bom tempo a atriz foi escolhida, por fim, para participar de “Desejo e Reparação”, filme franco-britânico do diretor Joe Wright. A produção, baeada no romance de Ian McEwan estrou no 64º Festival de Cinema de Veneza, só pra começar. Depois de passar por alguns dos principais festivais do circuito internacional, o longa acabou levando pra casa um Oscar na categoria Melhor Trilha Sonora e dois Golden Globes, também por suas canções originais e por Melhor Filme de Drama.
Nessa história, Saoirse interpreta Briony Tallis ainda adolescente, na Inglaterra da década de 1930. Vivendo de forma confortável em uma mansão, ela prepara uma peça de teatro que tem como objetivo apreender a atenção dos convidados da família. Ela, entretanto, acaba descobrindo um jogo de atração entre sua irmã Cecília e o filho do antigo empregado da casa, Robbie – por quem é a apaixonada.
Morta de inveja, ela o acusa de abuso sexual – o que o leva à prisão e ao exército, posteriomente, como alternativa para o cárcere durante a Segunda Guerra Mundial. O que ela não esperava é que, durante o conflito fosse rolar um encontro com Cecília – a quem jura amor eterno.
Especialista em drama, a garota! Em “The Way Back”, lá está Saoirse Ronan novamente em uma produção ambientada em plena Segunda Guerra Mundial. Desta vez na pele de uma órfã adolescente polonesa chamada Irena, ela ajuda a contar a história de um grupo de prisioneiros que planeja uma fuga de gulag na Sibéria, mais precisamente no ano de 1941. Após caminharem cerca de 6 mil quilômetros, sua alforria pode ser finalmente conquistada ao chegarem à Índia. Aqui a indicação ao Oscar veio na categoria “Melhor Maquiagem” – super merecida, afinal!
Gosta de suspense? “Hanna” é uma ótima pedida! Dirigido por Joe Wright (mais um pra conta), o longa conta a história de uma jovem de 15 anos que vive com o pai no norte da Finlândia. Treinada por seu genitor para ser uma exímia assassina, a garota pratica dia trás dia exercícios de tiro e combate com um único objetivo: elimitar uma alta funcionária da CIA que pode a qualquer momento procurá-lo em busca de encerrar seus dias na Terra. O filme é mesmo feito pra provocar arrepios (e nos fazer torcer por essa anti-heroína). Rendeu duas indicações ao Critics’ Choice Awards em 2012: Melhor Filme de Ação e Melhor Jovem Atriz.
Mais um drama histórico, desta vez para contar a história da rainha Mary, da Escócia. Ainda criança prometida para o príncipe Francis, filho mais velho do rei Henrique II, a jovem é levada para a França. Entretanto, após a morte de Francis, Mary ganha o direito de retornar ao local em que nasceu e fazer um acerto de contas com sua prima Elizabeth I, interpretada por ninguém menos que Margot Robbie. Choque de monstras, que rendeu três indicações ao BAFTA 2019 e outras duas para o Oscar 2019 como Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Penteados.
Nesta produção de Wes Anderson somos apresentados ao gerente de um famoso hotel europeu. Em plena década de 1930, ele dá seu melhor para gerir o estabelecimento e no meio do caminho acaba se tornando o melhor amigo de um jovem companheiro de trabalho. Ambos acabam se envolvendo em um roubo de um quadro de altíssimo valor e travam a partir de então uma batalha por uma fortuna de família. Como pano de fundo estão várias mudanças histórias no continente e personagens divertidíssimos – entre eles a doce Agatha, interpretada por Saoirse Ronan. A jovem confeiteira, infelizmente, morre vítima de um surto de gripe prussiana.
Sobre os prêmios? Um Urso de Prata no Festival de Berlim, o Golden Globe de Melhor Filme de Comédia ou Musical, CINCO fucking BAFTAS, entre eles o de Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora e Melhor Figurino, além de quatro Oscar.
Apesar de ser uma animação, nós adoramos a atuação de Saoirse aqui. Vale a pena mencionar o trabalho de dublagem, que é absolutamente preciso! Ao dar play em “Loving, Vincent”, estamos diante de uma obra sensível, fruto do primeiro filme totalmente pintado da história. Contando a história do mestre das artes plásticas, Vincent van Gogh, o longa conta com mais de 65 mil quadros feitos à base de pintura a óleo e mais de 125 colaboradores, inspirados em cada sequência por pinturas específicas do artista.
Na pele de Marguerite Gachet, a atuação da atriz ajudou a alavancar seu sucesso, tornando-o aclamado por onde quer que foi exibido. O longa venceu prêmios em vários festivais ao redor do mundo, entre eles o de Melhor Animação no Shangai International Film Festival, e o Prêmio do Público no Film Festival Ostend Belgium.
Uma jovem irlandesa que se muda para o bairro do Brooklyn, em Nova York, em busca de realização para seus sonhos. Ao dar início a essa aventura do outro lado do oceano, ela percebe que não será nada fácil. Sua família e amigos fazem falta e, pra completar, ainda há saudade de casa. Pouco a pouco ela vai tentando se adaptar até que conhece Tony, um bombeiro italiano. Começa aí um dilema entre dois países e o amor e o dever.
A atuação de Ronan aqui chegou ao ápice de sua coroação. Por seu papel no longa ele recebeu indicações ao Oscar, ao BAFTA, ao Critics’ Choice, ao Golden Globe e ao SAG na categoria Melhor Atriz. O filme também venceu o prêmio do público no Festival de Cinam de Vancouver, além de ter sido o quarto filme melhor avaliado no Rotten Tomatoes com 94% de aprovação. Lendária!
Mas foi “Lady Bird: Hora de Voar” o responsável por tornar Saoirse um ícone do pop. Vivendo aventuras e dilemas adolescentes, a atriz ficou com a estatueta de Melhor Atriz em Comédia ou Musical no Golden Globe 2018, além de ter sido novamente indicada ao Oscar. Se havia dúvida de seu poder artístico, todas foram sanadas aqui. Estávamos diante de uma gigante!
Agora, em 2020, chega aos cinemas uma nova versão do clássico da literatura norte-americana “Mulherzinhas”, de Louisa M. Alcott. Em “Adoráveis Mulheres”, que estreia no próximo dia 9 de janeiro, Saoirse é Jo March, uma das quatro irmãs protagonistas. Pelo que vimos, ela promete um novo show de atuação e nos deixa com a certeza de que este é um filme atemporal – seja pela presença de grandes ícones da sétima arte ao lado de jovens talentos, seja por sua história que atravessa séculos com pleno vigor.
E aí, a gente se vê no cinema?
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