Okay. Neste 2019, o nome de Billie Eilish esteve no topo da lista de pessoas as quais não conseguimos parar de falar. A cantora lançou seu disco de estreia, “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?” em abril deste ano e gerou imediatamente uma nova estética do pop. Com seus vocais mais crus, sussurados, ela apostou em sons intensos e letras realistas, usou looks inesperados e ainda se realizou (tal como quando gravou com Justin Bieber, seu grande ídolo).
Agora, Billie se prepara para sua primeira grande turnê mundial, que chega ao Brasil em maio do próximo ano. Logo após o lançamento do videoclipe de sua canção “Xanny”, na primeira semana de dezembro, o Papelpop bateu um papo com a artista por telefone. A conversa rendeu e ela até contou pra gente que tem um outro clipe novo vindo por aí, para a faixa “Everything I Wanted”. Vem ler:
Papelpop: Você nunca veio ao Brasil, certo? Como se sente em relação a esta primeira turnê na América do Sul?
Billie Eilish: Estou animada! Nunca estive por aí. Sempre quis ir ao Brasil, desde o começo, porque tenho fãs aí desde o primeiro dia, praticamente. Então vai ser muito bom ir e conhecer pela primeira vez. Bem animada!
E algum artista amigo seu já veio ao Brasil e te disse como foi a experiência deles?
Já ouvi bastante gente que conheço dizer que se divertiu muito no Brasil. Ouvi coisas bem boas, que aí sempre foi o lugar onde os fãs mais reais estão, de todos artistas. Por alguma razão, pra todo mundo, os primeiros fãs são sempre do Brasil, o que é muito massa.
Sobre estar em turnê, qual sua coisa preferida e de qual você menos gosta?
Hm… minha coisa favorita é o show. Sempre amei me apresentar. É o que me faz continuar quando não estou mais animada [em fazer música]. O que menos gosto é… depende, mas geralmente é viajar. Estar no avião, porque é muito chato. Passo muito tempo voando e é um desperdício. Estar em turnê é bem difícil, mas no geral tem melhorado bastante, então estou bem feliz com isso.
Você dirigiu o clipe de “Xanny”, né? Fazer a direção foi algo que te deu mais liberdade, ou foi ainda mais tenso?
Uma coisa interessante é que foi o primeiro clipe no qual foi creditada como a diretora, mas sendo honesta, todos os clipes que já fiz foram dirigidos por mim também, mesmo que com outros diretores. Sempre dirigi com eles. Não me senti tão diferente, porque foi meio que a mesma coisa. Mas foi legal ser apenas eu, ainda mais ganhando o crédito, o que não acontecia antes. E a gente acabou de filmar outro que dirigi também. É muito mais trabalho e tempo gasto, mas sempre quis fazer isso.
Nossa, deve ser muito difícil fazer um clipe sem cortes e ainda dirigir ele!
É muito trabalho, mas a gente conseguiu, eu acho.
Sobre esse novo clipe que você gravou, conta pra gente: qual música vai ser?
É pra canção que lançamos há algumas semanas, “Everything I Wanted”.
Que incrível! E não há como negar que “Bad Guy” foi um sucesso estrondoso… Eu sempre quis saber qual seu vilão preferido.
Provavelmente diria o Jim Moriarty, de “Sherlock”. Sempre amo os vilões dos filmes e séries, porque eles sempre têm algo a dizer e se vestem melhor. Gosto muito do Scar, de “O Rei Leão”, ele é pesado. Tipo, até nos filmes da Disney, os vilões são sempre os melhores personagens.
Sobre seu disco, “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?”, você e seu irmão, Finneas, produziram as canções em casa. Isso é um pouco diferente do que a indústria geralmente pede para algo soar perfeito. Você acredita que exista um nível de perfeição que possa ser alcançado ao se criar arte?
Literalmente, não importa nada onde você está quando faz música. Você pode fazer música… numa praia. Juro que estar num estúdio não vai te ajudar a fazer uma música melhor. Tem gente que ama estúdios por se sentir mais confortável por lá, mas eu não. Faço música na minha casa, com meu irmão no quarto dele. Eu fazia música no meu próprio quarto! Antes de eu e ele trabalharmos juntos, eu produzia minhas próprias faixas e cantava minhas próprias canções no meu quarto. É sobre entender quais resultados vão funcionar e ficar mais reais. A gente trabalhou em estúdios antes e eu não gostei tanto quanto fazer em casa ou num quarto de hotel com meu irmão, sabe?
Ainda sobre fazer arte, há muitos artistas que quando você é jovem acaba não tendo como referência ainda. Você sente que as pessoas colocam uma pressão em você sobre isso?
É uma pressão muito doida quando você é jovem. Todo mundo acha que é melhor que o outro, seja sobre uma idade ou um tipo de pessoa, ou sei lá. É interessante como quando você é mais velho, você ganha essa ideia de superioridade, de sentir que quem é mais novo não é tão esperto quanto você. Porque você se sente mais velho e mais sábio. E isso é estúpido. É só nosso cérebro dizendo que, porque somos mais velhos, sabemos mais do que as gerações mais novas. E tem essa coisa de achar que os jovens têm que saber tudo. Como a gente vai saber de tudo se vocês nunca ensinaram pra gente? E se a gente não se importa? Sabe? Tem muita coisa nova pra ser aprendida e sinto que minha geração, e a que vem depois, tem mudado as coisas. Tem mudado o mundo! Muitos ativistas são novos. Adolescentes que sobreviveram às coisas que foram ensinadas pra geração deles. E tenho orgulho de ser dessa geração. Acho que todo mundo devia deixar a cabeça aberta pra coisas novas e… novas opiniões, sabe?
E pra você que também já está com o app de música travado no disco da Billie, lembre-se: a cantora vem ao Brasil no próximo ano com sua turnê “Where Do We Go?” para show em São Paulo (no Allianz Parque, no dia 30 de maio) e no Rio de Janeiro (Jeunesse Arena, em 31 de maio). Já garantiu seu ingresso? Tá com as letras na ponta da língua?
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