Você chegou a assistir ao trailer de “Servant“? É a nova série do Apple TV+ que conta a história de um casal cujo filho, o pequeno Jericho, morreu com apenas 13 semanas de vida. Foi uma porrada bem forte pra Dorothy, a mãe interpretada por Lauren Ambrose, e, como forma de terapia, ela resolveu “adotar” um boneco – um Baby Reborn mesmo. As coisas escalaram rápido demais, porém, e de repente ela tava contratando uma BABÁ pro boneco.
Seria estranho suficiente se a série não envolvesse ainda balões estourando, BARATAS e coisas sobrenaturais – é uma bela história pra começar a se contar no dia 28 de novembro de 2019, o famoso Dia de Ação de Graças, também conhecido como esta quinta-feira.
Ainda estão no elenco Toby Kebell como Sean, o pai de Jericho; Rupert Grint como Julian, o irmão de Dorothy; e Nell Tiger Free, a Myrcella Baratheon de “Game of Thrones”, como a babá. Mas proooovavelmente o grande nome dos créditos da série é mesmo M. Night Shyamalan, produtor executivo e diretor do primeiro e do último episódio da 1a temporada da série.
Um nome gigante que, em entrevista exclusiva ao Papelpop, afirma que não pretende jamais parar de fazer filmes pra se dedicar a séries. Ele tá EMPOLGADAÇO pro lançamento dessa sua nova aventura como contador de histórias malucas e disse pra gente por telefone, direto de Nova York, que entrou de cabeça no storytelling: “Já tô pensando no futuro do show, a segunda temporada, a terceira, onde isso tá indo”.
Para ele, em sua mente, a visão ideal seria um lançamento com 68 episódios. “Eu poderia contar algo bem específico do começo ao fim, mas ainda temos um longo caminho pra percorrer e eu tô super super orgulhoso da primeira temporada, não vejo a hora de todo mundo poder assistir”.
Shyamalan ainda revelou como ele se envolveu na série (que, apesar de parecer, não foi criada por ele), comentou sobre o elenco, a duração dos episódios (são só 30mins!), binge watching… Enfim. Veja como foi a conversa aqui embaixo! :)
Papelpop: A gente conhece o plot da série, sabemos que a ideia de “criar uma criança” foi o que fez Tony Bagallop criar Servant. Como foi que você entrou pra esse projeto e qual foi o seu envolvimento?
Shyamalan: Tony Bagallop e o produtor Jason Blum [o midas da Blumhouse Films], me trouxeram o roteiro do primeiro episódio, há uns dois anos. Eles perguntaram o que eu achei e, pra mim, a premissa era muito muito poderosa e tinha o tom certo. Não é algo que eu sinto normalmente, então eu fiquei bem empolgado. Nós filmamos a série num lugar a 20mins da minha casa, editamos aqui, fizemos a música aqui, os efeitos sonoros, desenvolvemos tudo por aqui — elenco, equipe. Tudo foi basicamente feito por mim e pela minha empresa [Blinding Edge Pictures], então eu tava bem envolvido.
Quão importantes foram a experiência surreal de Toby Kebell em Black Mirror e as caretas do Ruper Grint em Harry Potter pra que eles fossem escalados?
(Risos) Bem, a única vez que eu vi o Toby foi naquele episódio de “Black Mirror” [The Entire History of You]. Quando ele veio pro teste ele fez um trabalho ótimo, nós conversamos sobre atuação, o personagem… Ele fez um segundo teste e foi tão bonito! Com Rupert foi a mesma coisa, ele veio fazer um teste comigo e a sua abordagem do personagem me pegou. Eu não sou essa pessoa que conta histórias cheias de astros, eu quero os melhores atores para os papeis e algumas vezes eles são famosos, algumas vezes não, então…
Eu fiquei sabendo que a série tem algumas cenas envolvendo comida que são bastante… angustiantes?
(Risos) Isso começou com uma coisa pequena, acho que quando a gente começou a pensar como a gente abordaria a cozinha na série, mas aí virou uma coisa enorme! Como é uma metáfora, como é engraçado, bárbaro, como você tá lidando com uma coisa que em algum momento estava vivo, mas agora tá morto… quebrar ossos, arrancar peles, todas essas coisas que são tão primitivas, mas também são tão bonitas e representam muito as tretas que tão acontecendo na família.
Essa é uma série com episódios de 30mins, e a gente não tá exatamente acostumado a isso quando se trata de um drama. Como vocês chegaram nesse formato?
Sempre foi parte do plano! Foi algo que o Tony trouxe logo no início, essa ideia de um “thriller de 30mins”. Eu ameeeei isso, foi uma das coisas que trouxe pra essa série, porque eu senti que a gente poderia fazer um show de qualidade muito alta se tivéssemos só meia hora ao invés de 1h. Pra mim TV é muito inconstante, porque é muita coisa pra ser feita. Você acaba fazendo coisas repetitivas, ou se compromete em diversos sentidos só pra ter o conteúdo feito. Por isso que pra mim um suspense ou mistério, em 30mins, soa tão maravilhoso.
Sabendo que a série teria seus três primeiros episódios estreando de uma vez e os outros semanalmente, vocês planejaram alguma coisa diferente ou foi um processo normal de escrita e desenvolvimento? Quão diferente é criar algo para um serviço de streaming?
Eu tive liberdade na hora de pensar no lançamento. Eu poderia dar um episódio só, eu poderia dar os dez de uma vez, eu poderia fazer qualquer versão que eu me sentisse que seria melhor para o show. Nos EUA, a série estreia no Dia de Ação de Graças, um feriado enorme onde as famílias se reúnem, comem juntas. Então se eu pudesse dar a elas três episódios, eles se conectariam e seriam agarrados por eles. Mas aí eu poderia me beneficiar da espera semanal, porque, sendo um mistério, eu queria que todo mundo fosse torturado, esperando o que acontece depois.
Você curte essa coisa de binge watching?
Eu não curto não, se o material for excelente. Se você assiste a tudo de uma vez você não vai lembrar o que aconteceu, os detalhes. Fica tudo meio embaçado. Não importa o quanto você ame Stranger Things, por exemplo, é difícil falar sobre o episódio 5. Eu nem me lembro dele! Em compensação, eu posso te falar de cada episódio de Família Soprano, porque eu vi um por semana, eu vivi com isso. E eu quero isso pra Servant.
Assista ao trailer de “Servant”, já disponível no Apple TV+:
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