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Tiê ouve Blackpink? Em entrevista ao Papelpop ela disse que sim!
Neste 2019, a cantora Tiê comemora uma década de carreira. São dez anos e vários hits, entre eles a grande canção “A Noite”. Para marcar este momento, a artista lançou no último mês de setembro o DVD ao vivo “Dix”, que traz no título uma referência ao número “dez” em francês. O trabalho, que tem a participação de Rael e Cynthia Luz, conta com músicas de toda sua trajetória, desde seu primeiro disco, “Sweet Jardim”, às três faixas que são apresentadas pela primeira vez.
Entrevistamos Tiê no pocket show de lançamento de “Dix”, em São Paulo, no início do mês de setembro, onde ela falou sobre o que chamou de “processo de ir soltando as rédeas do trabalho aos poucos”. “É uma coisa bem diferente, porque no estúdio você pode passar horas regravando. O ao vivo tem os fãs e isso é muito especial. Já fui muito perfeccionista, a ponto de ficar doente. Mas, por exemplo, há uma hora [antes do papo], eu estava desesperada porque meu cinto sumiu”, brinca ela. “Preciso lembrar que nada é perfeito. O mundo não é perfeito, a natureza não é perfeita”.
A artista contou pra gente que ela sempre procura confiar muito na equipe, por mais que ela sinta que precisa ter o controle de tudo pra sua integridade de trabalho. “Por exemplo, não tinha ideia do que a Nina Becker ia fazer para o cenário. Tem uma hora que a gente precisa só entregar. Esse DVD registra esse momento, sobre tempo, sobre o que tínhamos de verba. É o que é”, revela a cantora.
Tiê tem a canção “A Noite”, regravação de “La Notte” da italiana Arisa, como um dos pontos de maior popularidade de sua carreira até agora, que a levou a um patamar de artista pop da cena brasileira. Sobre esse ambiente da música, mais mainstream, ela diz: “Escuto muito pop hoje por causa das minhas filhas, de nove e seis anos. Esses dias, eu estava ouvindo uma banda coreana chamada Blackpink. Tem até uma música que coloquei na minha playlist”.
Quando a perguntamos como é o processo de troca entre o que ela ouve e o que ela cria, Tiê diz que foca mais na história que está contando, ao invés de como quer soar. “Tento sempre procurar uma história pra contar e acabo nem pensando muito em soar como outras músicas. Mas às vezes, depois que a gente já fez, dá pra perceber umas coisas parecidas. E todo artista passa por isso. Estava ouvindo no rádio uma música do Imagine Dragons que lembra no refrão Chet Baker. Procuro ser mais sincera do que original. E não posso mais fazer uma música muito pop e ficar rebolando. Não tenho mais 20. Tenho quase quarenta, então quero o que é sincero.”
Nesse paralelo das coisas que seriam diferentes noutros tempos, Tiê solta que a grande diferença é a quantidade dos boletos que estão sendo pagos, mas o importante é que tudo está sendo feito através do que a música rende: “Agora eu tenho mais contas pra pagar. Tenho muita gratidão com o passado. O mundo é cruel e, ainda mais com o Instagram, a gente vai sempre ficar se comparando. Conquistei coisas muito legais, mas eu podia também não ter dado certo. Me formei em Relações Públicas, por exemplo, mas acabou que a música deu certo. E isso não é merecimento, mas nem sei se é sorte também. É uma soma de coisas. Fico feliz que tenho uma carreira, pago minhas contas… não sou a mais famosa, mas também não sou a menos famosa.”
Vem ouvir “Dix” com a gente: