O Red Hot Chili Peppers é uma banda que pode se orgulhar da longa e duradoura relação que mantém com o público brasileiro. Por aqui eles já passaram 9 nove vezes, 4 delas no Rock In Rio. Desta vez, a trupe de Anthony Kiedis resolveu mostrar que tá mais em forma do que nunca e sabe muito bem como fazer um show de rock – ainda que as más línguas digam por aí que eles perderam a mão.
Após terem desanimado alguns fãs durante passagens anteriores, muito em virtude de situações envolvendo jams muito longas ou mesmo desafinação, a trupe de Anthony Kiedis mandou ver no festival em 2h de apresentação. Foram poucas as interações com a plateia. O vocalista nunca foi muito de falar e, na maior parte das vezes, passou a palavra foi o guitarrista, Josh Klinghoffer.
Este, por sua vez, agradeceu repetidas vezes pela receptividade dos brasileiros e protagonizou um dos momentos mais bonitos da noite: completando 40 anos de idade hoje, ganhou parabéns da plateia após Kiedis ter comentado isso em uma de suas raras falas. Após o bis ainda fez história: cantou sozinho “I Don’t Wan’t To Grow Up”, dos Ramones.
Quem esperava uma apresentação nos moldes de “Greatest Hits” foi embora pra casa frustrado. O rock é por essência um gênero transgressor. Os próprios Red Hot são assim e seria muito confortável (e chato) entregar um show pautado em canções que tocaram à exaustão nas rádios. Quem curte um som mais hardcore, ousado, ainda bem, adorou.
Rolaram, além de faixas menos conhecidas e que trouxeram uma maior diversidade à setlist, covers do Cars e do Stooges. Tais momentos receberam aplausos tímidos de alguns poucos fãs, espalhados pela Cidade do Rock. Houve quem fosse mais radical e preferisse ir embora antes do fim, insatisfeito com a quantidade limitada de hits que entraram no show.
Queriam muito mais do que “The Power Of Equality” (dedicada à Amazônia), “Dani California”, “Californication” e “Give It Away”, que encerrou a apresentação.
Um outro ponto positivo do show dos Red Hot neste Rock In Rio foi o fato de que, sem músicas novas há quase 4 anos, o público parece mais confortável com seus trabalhos mais recentes. Reagiu bem a canções como “Dark Necessities”, do disco “”, lançado em 2016 e deixou a banda mais confortável – prova de que é mesmo bom estar em casa.
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