Socorro que esta terça-feira começou animada! No início da tarde de hoje (8) Mariah Carey, por meio de uma matéria publicada na Variety, revelou que está preparando o lançamento de um livro de memórias.
A cantora é capa da mesma publicação que tem como tema nesta edição o poder feminino e traz, além de um ensaio fotográfico, uma longa entrevista em que ela relembra as dificuldades que enfrentou no início da carreira, muitas delas em virtude do machismo.
“No início da minha carreira, quem sempre tomava decisões eram homens. Exclusivamente homens. Não havia mulheres poderosas ao meu redor. Eu tomei a decisão desde o início de nunca querer ter dívidas com eles. Não queria ser mantida. A maioria das pessoas tem a ideia errada do que eu era. Paguei metade de cada pedacinho daquela mansão gigantesca em Bedford. Paguei pelas luzes, até a água, porque eu quis fazer isso. Quando você está com alguém 20 anos mais velho e você é mulher, a percepção será sempre de que essa garota está sendo cuidada. Não, baby. Eles ganharam bilhões de dólares com o meu trabalho incessante e eu não fiz nada além de fazer álbuns. (…) Nascida de um pai negro e uma mãe branca. Vivi de forma humilde. Me levantei passando por isso. Foram altos e baixos, isso e aquilo e humilhações públicas, passei pelo escrutínio das pessoas. Então tive o momento de ‘The Emancipation of Mimi’ (…) Você tem que saborear os momentos, estar às voltas com quem liga para você e chutar o que considera sem sentido”.
Claramente se referindo ao fim do relacionamento que teve com o empresário Tommy Mottola, hoje esposo da também cantora Thalia, Mimi disse que não curte muito relembrar os velhos tempos. Nem mesmo ouvindo um de seus grandes sucessos, “Dreamlover”.
“Não posso presumir que todos saibam disso, mas naquela época, que parece estar há uma vida de distância, costumava sentir que vivia num sacrifício de ser a garota que aparecia na tela. Costumava assistir ao clipe de ‘Dreamlover’ e não é que eu não queira ouvir a música e não a ame. Aretha Franklin me disse que adorava. Mas não sinto vontade de ouvi-la. Me lembra uma época muito específica em que eu realmente era controlada”.
Questionada sobre o cenário atual da música para mulheres, a cantora se disse bastante otimista e se rasgou em elogios para Missy Elliot.
“As coisas estão mudando pra melhor. Tenho muito orgulho de ver Missy Elliott e o que ela conquistou este ano, mesmo que ela tenha me vencido no Hall da Fama de Compositores. Não é louco? No segundo ano eu perdi. E eu digo: ‘É claro que ela merece ter esse momento’. Adoro o fato de ela sempre ter sido ela e de poder ser ela. Eu não tive o luxo de um grupo de pessoas atrás de mim dizer: ‘Não, você não pode fazer isso com essa garota porque não é justo’. E para mim, eu estava tipo: é preço que estou pagando, porque estou infeliz, mas estou tendo sucesso’. Então, acho que algo que as mulheres jovens poderiam tirar disso é: sejam verdadeiras para vocês mesmas, trabalhem muito.
Pra fechar, a artista também falou sobre o trabalho que desenvolve na Camp Mariah, projeto que desenvolve desde 1994 com crianças carentes. Sobre a iniciativa, ela ressaltou que se trata de uma das coisas mais importantes que fez na vida, “porque tem um impacto direto em crianças que não teriam outras opções”.
“É revigorante alguém chegar e contar sua história, algo como ‘Não poderia ter sido a pessoa que sou hoje sem o Camp Mariah. É algo grande, como alguém chegar e dizer: ‘Eu não seria quem sou hoje sem sua música’. Não há nada melhor”.
Também são capas desta edição as atrizes Jennifer Aniston, Brie Larson, Dana Walden e a cantora Chaka Khan. Se liga nas fotos:
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