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música

Entrevista: Prestes a se apresentar no RiR, Make U Sweat fala sobre remixar música brasileira

Depois de ter subido no palco do Rock in Rio para tocar ao lado das irmãs NERVO, o trio Make U Sweat volta ao festival nesta quinta-feira (3) para fazer seu próprio show. A apresentação acontece 00:30 com transmissão pelo Canal BIS

Para saber mais sobre os preparativos da apresentação, nós batemos um papo com Dudu Linhares, Guga Guizelini e Pedro Almeida — que estão agitando a música eletrônica brasileira no Make U Sweat.

Durante a conversa, eles explicaram a importância dos festivais no universo musical, além de falarem um pouco sobre a nova tendência de se remixar canções nacionais consagradas.

Vem conferir!

A carreira de vocês teve um salto gigantesco após a criação do projeto “Make U Sweat”, o que vocês acham que foi diferencial para que o trio conseguisse o sucesso que vocês mantém na atualidade?

Dudu: Nós acreditamos que a união faz a força, e no nosso caso deu muito certo. Cada um de nós trouxe uma experiência, acrescentou algo no grupo e hoje vemos que o fato de sermos três traz um equilíbrio. Se dois brigam tem sempre um para apaziguar, além disso nós trabalhamos com democracia, dois votos vencem e assim não entramos em grandes discussões. Mas, ainda sim, acredito que nosso diferencial é o fato de hoje termos um repertório quase completo por músicas nossas, autorais, isso faz uma grande diferença e nos ajuda a destacar de outros projetos.

Seus remixes de cantores brasileiros como Lulu Santos e Tim Maia sempre são bombados nas pistas do Brasil, principalmente pelo histórico e pelas letras que estes nomes tem. Vocês vêem que as tracks em português são o futuro da música eletrônica no nosso país? Tem algum nome pop brasileiro que o Make U Sweat gostaria de fazer um feat?

Pedro: Acredito que sim! Durante muito tempo, a música eletrônica era completamente dominada por canções em inglês, até que começamos a inovar, trazer remixes de grandes clássicos da música popular brasileira e a aceitação nas pistas de dança foi incrível. As pessoas gostam de reviver as lembranças que esses clássicos trazem e muitos jovens também estão podendo conhecer essas obras.

Outros remixes de canções mais novas, como de “Hoje Eu Vou Parar na Gaiola”, do MC Livinho, que lançamos a pouco tempo, também funcionam muito na pista, as pessoas estão acostumadas com a versão no funk, mas quando ouvem o remix conseguem se soltar de outra forma e entender que todas as músicas cabem em qualquer evento.

Nós adoramos fazer parcerias, crescemos, aprendemos e temos experiências incríveis a cada vez que nos encontramos com um outro artista, por isso, posso dizer que tem uma infinidade de nomes que gostaríamos de fazer feat, dos mais diversos estilos musicais, temos muitos artistas talentosos.

A agenda de vocês é sempre bem eclética, passando por festivais especializados na música eletrônica, clubs, camarotes no carnaval e festas privadas, como é fazer um set eclético sem perder a originalidade do grupo?

Gugu: Cada evento que fazemos preparamos um set exclusivo, nenhuma apresentação nossa é igual a outra e isso é o que mantém nosso grupo sempre original. Nós entendemos que o público que vai para um club está mais propenso a ouvir um tipo de música, no carnaval outro e em festas fechadas, como casamentos, outro tipo totalmente diferente. Então, sempre que fechamos um show tiramos um tempo para elaborar o setlist exclusivo para aquela apresentação.

Para o Rock In Rio por exemplo, estamos há meses preparando novos remixes, novas canções autorais, analisando qual momento cada música deve entrar, porque isso também faz total diferença, porque entendemos que o público do festival quer mais do que uma simples apresentação, eles querem um show completo, uma noite que ficará marcada na memória.

A originalidade do Make U Sweat está em entender seu público e entregar a ele a melhor experiência possível.

Vocês vão tocar neste fim de semana no Rock in Rio, mas já puderam subir ao palco com as irmãs NERVO no último Sábado, para tocar o remix de ‘Sober’. Como foi essa energia e como surgiu o convite das australianas?

Dudu: Eu já havia tido a oportunidade de encontrar as meninas do Nervo em algumas viagens e acabamos nos tornando amigos. Foi assim que elas conheceram nosso trabalho. Então, elas lançaram a música “Sober” e decidiram convidar alguns DJs para remixar a música para elas e foi uma surpresa feliz quando nos colocaram entre os três projetos convidados. 

Então já estávamos muito animados e planejando encontrá-las aqui no Brasil, elas vieram a São Paulo se apresentar antes do Rock In Rio, nos encontramos, conversamos, trocamos várias figurinhas haha, levamos elas para curtir uma festa que fizemos na sexta-feira, foi quando nos convidaram para tocar com elas no Rock In Rio. Foi maravilhoso, não sei nem como descrever a energia que sentimos naquele palco, cercados por milhares de pessoas que estavam genuinamente curtindo o nosso som. Só podemos esperar que a apresentação de quinta-feira seja ainda mais especial.

O Rock in Rio é considerado o maior festival do nosso país, seu contexto histórico abriga gêneros muito importantes para a música brasileira como o rock, pop e a MPB, neste ano, com a criação do New Dance Order, o festival dá também uma grande importância para a música eletrônica. Como vocês como DJs sentem esse impacto na carreira de vocês e também subindo no palco do evento?

Pedro: Esse é um reconhecimento muito importante. A música eletrônica tem se destacado em grandes festas conhecidas por outros gêneros musicais como Carnaval e rodeios e tem suas próprias festas por todo o país que já movimentam um público muito grande e fiel. Mas um palco no maior festival do país exclusivo para a música eletrônica é a maior prova de que nosso estilo musical tem espaço, está crescendo, tem fãs, pessoas estão realmente interessadas a nos ouvir mesmo com tantas opções.

E pensar que entre todas as opções de DJs e produtores talentosíssimos brasileiros e internacionais, nós fazemos parte deste seleto grupo que terá a chance de subir no palco New Dance Order é uma emoção indescritível, desde que ficamos sabendo estamos muito ansiosos, preparando surpresas, pensando em todos os detalhes. Será uma noite que marcará nossa carreira para sempre, com certeza um divisor de águas.

**Repórter colaborador: Bruno Bellato, criador do site Beat for Beat, especializado em EDM com notícias, coberturas de festivais e entrevistas.

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