música

Nossas impressões sobre “Hollywood’s Bleeding”, novo disco de Post Malone

Postinho tá de volta! “Hollywood’s Bleeding”, novo álbum de estúdio do rapper americano Post Malone chegou na madrugada desta sexta-feira (06) às plataformas digitais. Antes disso acontecer, nós tivemos a oportunidade de ouvir o disco durante uma listening party restritíssima em Londres (que contou, inclusive, com a presença do próprio músico, que preferiu guardar suas canções a sete chaves até o último segundo).

Pudera, né? Este trabalho traz consigo uma aura dual, que provoca surpresa, mas deixa o campo aberto para que conceitos já trabalhados se façam presentes. Agora, nestas novas canções, Malone parece encontrar uma certa estabilidade que carecia aos trabalhos anteriores.

A impressão que fica é que este é um álbum dono de si, com um discurso menos pedante e choroso no que diz respeito aos complexos apresentados nos elogiados “Stoney” e “beerbongs & bentleys”. Logo, não há grandes momentos de alegria como se espera, mas a tristeza, por sua vez, ficou menos intensa.

Dá pra entender também por que Post Malone deu ao disco um título que faz referência a Hollywood. Todas as mazelas do ambiente tóxico que o estrelato poderia lhe proporcionar estão ali, personificados em letras sobre a fama e o uso de drogas, o fracasso no amor e as mentiras das redes sociais. “Hollywood’s Bleeding” conversa com a sua realidade e, de certa forma, tange a nossa.

Ao falar sobre suas escolhas sonoras, é segurando na mão do trap que somos conduzidos a um novo passeio por gêneros como o indie e o eletrônico – muito bem expresso em uma das melhores canções do material, “Myself”, que traz a colaboração do dandi Father John Misty.

Os featurings, aliás, vieram aos montes: DaBaby, Future, Halsey, Meek Mill, Lil Baby, Travis Scott, Swae Lee, Young Thug e ninguém mais que Ozzy Osborne, membro do mais alto panteão do rock que promove outro daqueles momentos de “irmandade” entre seu gênero e o rap. Ainda tentando fazer esse seu lado eclético falar mais alto, Malone cita Jim Morrison e Bon Scott em “Rockstar. É sempre tempo de homenagens.

“Staring At The Sun”, sua colaboração com SZA, cativa logo nos primeiros minutos. É pop, é gostosa de se ouvir e tem uma letra dada à poesia – mesmo se apoiando em uma estrutura batida.

Tentando criar algo novo, Post Malone acaba não saindo tanto zona de conforto, mas nos entrega um disco que certamente bebe em fontes preciosas da música. Na pior das hipóteses, o disco pode desagradar fãs mais puristas e lançar luz, ao mesmo tempo, em um universo seu que é cheio das possibilidades.

Ouça:

 

[Colaborou Bruno Tacco, direto de Londres].

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