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Batemos um papo com Rosa Neon sobre novo álbum, música pop e referências
Foi em Minas Gerais que Luiz, Marcelo, Mariana e Marina, um grupo de amigos que já se dedicava à música em projetos paralelos, decidiu de se empenhar em algo novo. Como fruto dessa comunhão, surgiu o som pop da banda Rosa Neon, que lançou nesta quinta-feira (5) seu primeiro álbum de estúdio.
O material, que resulta de um longo e colorido processo de compartilhamento com os fãs, chega com clipes para 9 de das 10 faixas que o compõem, e a promessa de viajar por composições solares, que pulsam liberdade.
Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho do quarteto, fomos bater um papo por telefone. Quem nos atendeu foi a dupla Marcelo e Mariana, que sanou entre outras coisas os nossos questionamentos sobre referências visuais, parcerias e paixão pelo vinil. Leia:
Papelpop: O disco completo acabou de sair, vocês vem de um estado em que o pop tem ganhando espaço na concorrência com outros ritmos… Como vocês avaliam essa abertura?
Mariana Cavanellas: Acho que só por ser um pop de Minas Gerais já se configura como uma coisa nova. Nosso estado nunca produziu tanto. Eram sempre produções ligadas à canção… Tínhamos o Jota Quest, mas era outro tipo de pop em outra época, com outra energia. Essa nova safra de artistas da geração atual, que nós pertencemos, mistura suas referências de forma mais lapidada e dialoga com uma quebra de conservadorismo, traz um novo tipo de entretenimento, o que é muito bom.
Marcelo Tofani: Isso, e o pop e o rap daqui de Minas têm tido relevância nacional justamente por isso. O público sente falta de algo que seja simples, direto, que se comunique, mas ao mesmo tempo que tenha um jeito bem característico de se apresentar.
Ao longo dos últimos meses vocês lançaram clipes pra 8 faixas, o que fez com que o projeto se tornasse um álbum visual. Isso foi planejado ou foi uma estratégia orgânica?
Marcelo: Quando gravamos o primeiro clipe, “Fala Lá Pra Ela”, só tínhamos tido a ideia de transformar o projeto em uma banda. Certo dia alguém propôs isso dos clipes e parecia uma loucura. Só a Anitta fazia isso àquela altura. Imagina, somos artistas independentes! Mas conseguimos, graças ao talento da nossa equipe, e agora somos um coletivo multimídia. Nossa obra, em amplo sentido, é uma coisa que não consegue se desligar da outra, ambos os formatos conversam e assim fazem sentido.
Adorei que a Rosa Neon fez uma releitura da capa de Doces Bárbaros pra ilustrar esse debut. Sempre se fala muito em clássicos, mas da música brasileira atual, quem tem inspirado vocês?
Mariana: Mmmm… Cada um bebe numa fonte diferente. Tem coisas que são parecidas, claro, mas nossas bagagens musicais são diferentes, o que vejo como uma grande cartada da banda, porque assim temos uma pesquisa muito rica. Eu particularmente, me inspiro muito na Sevdaliza. Também gosto muito de Duda Beat e Djonga.
Marcelo: Ai, eu acho que várias pessoas. Me inspiro muito em gente daqui de MG, porque acompanhamos a chegada das conquistas. Gosto de Djonga, Hot e Oreia, mas também admiro muito o Jaloo, a Duda Beat, a Clara Tannure… Olhar pro passado é importante, mas já dizia Belchior, o novo sempre vem
O Djonga colaborou com vocês em uma das faixas, “Vai Devagar”. Como foi esse encontro? Vocês já se conheciam antes?
Mariana: O Djonga é um amigo querido nosso, daqui de BH, e por que não um fã do Rosa. Nosso feat já ia rolar, mas não sabíamos bem em que faixa. Quando produzimos “Vai Devagar”, ele ouviu e quis participar imediatamente. Djonga está sempre nos enchendo de elogios, dizendo que a banda é foda, que vai dar tudo certo.
Vocês também liberaram hoje o clipe de “Cê Não Tem Dó De Mim”, que tem uma pegada retrô. Parece ter sido uma filmagem bem divertida…
Marcelo: Foi! A gente recebeu um convite de um festival alemão e depois de tocar lá, fizemos 4 shows em Lisboa. Ficamos meio de cara! Tinha muitos brasileiros, até portugueses cantando as músicas e isso nos deixou maravilhados.
Marinana: As cenas que não possuem cortes em azul são recortes da nossa retrospectiva que se tornaram instrumentos líricos, oferecem um clima retrô! Gostamos demais.
Vocês também vão lançar o disco em vinil. Alguém de vocês tem o hábito de colecionar, tem algum favorito?
Marinana: Eu tenho muitos, sempre gostei! O Luiz também adora, posso dizer… E o vinil é especial porque não te oferece nada datado, ao dar play você não entende o que é atual e coloca todos os sons no mesmo campo. É mágico o som da agulha. Um vinil favorito? Todos do Supertramp com o Roger Hodgson era vocalista. Também adoro o “Falso Brilhante”, da Elis Regina, e todos da Gal Costa, ouço sempre!
Marcelo: Eu nunca fui um cara que teve muito preciosismo, já nasci na época da internet, até vivi pouco a era do CD. Ouço sempre nas plataformas, mas ao mesmo tempo eu vejo que essa coisa de ter o encarte em mãos e curtir o som é algo sensorial. Acho lindo.
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