Já faz algum tempo desde que Rodrigo Suricato vem despontando como um dos principais nomes da música brasileira. O músico, inclusive, define a forma que tem lançado suas músicas como a mais autoral possível.
Vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro em 2015 ao lado da banda Suricato, que leva seu nome, o vocalista agora segue em missão dupla: além de seu projeto solo, é também vocalista da importante banda Barão Vermelho.
Aos 40 anos, Suricato lançou na última sexta-feira (2) o disco de folk pop “Na Mão As Flores”. Em entrevista ao Papelpop por telefone, ele revelou detalhes bastante curiosos da gravação, falou sobre composições e quem o inspira. “Eu gravei o disco quase todo aqui em casa”. Massa, né? Vem ler!
Você comentou sobre fazer música sozinho em casa, o que imagino que faz você ficar muito mais preso à perfeição durante o processo. Por outro lado, seu último trabalho ganhou um Grammy, né? Como você balanceou o perfeccionismo e a pressão na hora de criar?
O Grammy me deu um respaldo para acreditar ainda mais no que faço. Passo pelas cisas que qualquer músico iniciante vive, de ter muita insegurança com as músicas também. O que faço para me sentir mais seguro é ser honesto. Tento caprichar nas letras, porque tenho muito respeito por quem me ouve.
Aliás, sobre as letras deste trabalho, elas contam uma história em comum?
Sou um artista que ainda acredita no disco. As pessoas não estão fazendo álbuns, porque é muito difícil. As letras desse meu trabalho vêm de um processo de autodescoberta. E nisso, as canções conversam entre si.
“O pior de mim está na mesma mão que trago flores pra você” é um trecho da canção “Na Mão As Flores” que chama a atenção. Sobre o que esse trecho fala?
É sobre a importância de não se punir e ter conhecimento de suas falhas. Viver não ter um manual de instruções, né?
A canção título do álbum também tem um momento em que você recita um texto que é um tanto político. Você acha que é papel do artista se posicionar?
Eu me posiciono através das minhas letras, da minha poesia. Entendi que, nesse momento de grande polarização, nem todo mundo precisa estar na trincheira. Tem vários tipos de soldados. Minha maior ferramenta política é minha poesia.
Neste novo momento da sua carreira, tem algum artista que tem te inspirado?
Gosto muito do Bon Iver, ou do Justin Vernon. A banda é ele, o que é muito parecido com o que tenho feito, esse modelo de trabalho onde o líder consegue ser coletivo.
E agora vem a turnê do disco, né?
Sim! E o show é uma coisa extremamente inovadora no Brasil. É, talvez, a primeira vez em que alguém mistura folk à música eletrônica, algo mais pop. Serei eu sozinho, com música pop forte.
Se você ficou curioso pelos shows já confirmados dessa tour, se liga na agenda:
20 /08 – Teatro Net Rio
29 / 08 – Teatro Net SP
20/09 – Autêntica – BH
Vem ouvir o disco aqui com a gente:
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