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Madonna revela detalhes sobre novas canções e diz que novo álbum é uma “continuação de American Life”

Foi divulgada na manhã desta quarta-feira (22) mais uma edição da revista francesa Têtu, que traz na capa uma entrevista exclusiva com Madonna. Em um bate papo interessantíssimo que teve como tema central seu mais recente lançamento, “Madame X”, a rainha falou um pouco mais a respeito das canções que estão para chegar e olha… disse com todas as letras que este é seu disco mais político desde o controverso “American Life”.

Questionada sobre qual seria o estado de sua mente a respeito do mundo atual, Madonna afirmou estar um pouco confusa, vagando entre o medo, a raiva e os excessos – sentimentos que a levaram a agir na produção do que definiu como uma “continuação” de seu trabalho lançado em 2003:

“Eu estou assustada por tantas coisas que acontecem no mundo, assim como você, tenho certeza. Mas sou otimista também. Tenho a impressão de que o futuro nunca foi aberto. Espero ter conseguido controlar minha raiva e minha fúria para criar uma música cheia de alegria. E eu gostaria, com essas novas músicas, de inspirar as pessoas a agir. Porque é isso que temos que fazer com a nossa raiva. Nós não vamos mudar o mundo com fúria. Eu sinto precisamente cada sentimento que você mencionou. E de muitas formas, este novo álbum é, na verdade, uma continuação da ‘American Life'”.

Ainda sobre política, M foi questionada sobre um verso específico de “Killers Who Are Partying”, uma das faixas de “Madame X”, que diz “Serei Israel se Israel estiver aprisionado/Serei o Islã se o Islã for atacado”. O verso sem dúvida reforça ainda mais o caráter engajado do projeto.

No último sábado, por exemplo, deu pra perceber um pouco disso durante seu show no encerramento do Eurovision 2019. O uso de bandeiras da Palestina e de Israel no fim da apresentação de “Future” deu o que falar…

Sobre essa escolha criativa e as interpretações possíveis a partir da canção, a artista deixou claro que seguirá no front de batalha e que é preciso mais do que nunca enxergar o mundo como um só lugar. Nada de segregação.

“O que Mirwais e eu tentamos dizer nessa música é que não vemos o mundo de maneira fragmentada, mas como uma unidade. Eu sou parte disso. Eu vejo a mim mesma como um fragmento da alma do universo. Eu não vejo o mundo por meio de categorias e rótulos. Mas a sociedade gosta de categorizar e separar as pessoas: os pobres, os gays, os africanos… porque nos dá uma sensação de segurança. O que eu digo nesta música é que vou incorporar cada caso em que as pessoas tentam nos trancar. Estarei na linha de frente, vou levar os socos, o fogo. Porque sou uma cidadã do mundo e porque minha alma está conectada a todas as demais almas humanas. Sou responsável por todos. Se alguém sofre, eu sofro. Cantar para mim é um ato e uma declaração de solidariedade”.

Figura importante na concepção do projeto, o produtor francês Mirwais Ahmadzaï retoma suas funções de colaborador 16 anos depois de sua última colaboração. Para Madonna, a escolha de voltar trabalhar com o amigo de longa data se deu por uma afinidade de pensamentos. Ela também deixou claro que as expectativas em torno de um “álbum de fado”, como vinha sendo comentado pelos fãs, não devem ser levadas tão ao pé da letra. Entenda o por quê:

“Mirwais e eu nunca ficamos sem contato. Foi ótimo trabalharmos juntos mais uma vez. “Killers Who Are Partying” foi nossa primeira criação para este disco, tudo o que ele e eu fizemos juntos se torna política. É o jeito dele de pensar. A guitarra que ouvimos no início da música é uma amostra que gravei durante uma das minhas sessões de fado. O som é exatamente o que eu queria. Senti-me realmente inspirada pela melancolia e pelas sensações provocadas pelo som de Cesárea Évora, de Cabo Verde. A autenticidade de tudo o que ouvi em Portugal me tocou. Eu perguntei a Mirways: ‘O que você acha que pode fazer com isso? Isso te inspira?’ e ele realmente gostou”.

As referências do projeto também vão além. Para “Dark Ballet”, por exemplo, que se revelou como uma versão retrabalhada de “Beautiful Game”, a cantora se disse inspirada em Joana D’Arc ao cantar “Seu mundo está cheio de dor”.

“Este mundo onde as pessoas são governadas e dominadas pela ilusão de fama e sorte, pelas redes sociais, por opressores que discriminam infinitamente as pessoas… me recuso a fazer parte disso. Dark Ballet é um ponto de junção entre Madame X e Joana D’Arc. Falo suas palavras e sua linguagem e digo: ‘Não tenho medo de morrer pelo que acredito’. É exatamente isso que sinto”.

Por enquanto, quem já ouviu faz críticas MUITO positivas a respeito. “Madame X” chega às plataformas à meia-noite do dia 14 de junho. Já assistiu ao clipe de “Crave”?

 

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