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Exclusivo: Mayra fala ao Papelpop sobre novo EP e lança clipe de “Listening”

Ah, os refrescos! Todo mundo sabe que sexta-feira é dia de lançamento e desta vez tem novo nome brasileiro na jogada. Quem faz seu debut com um EP de canções inéditas logo mais à meia-noite é a cantora e compositora Mayra, que libera nas plataformas seu novo trabalho, intitulado “Voices”.

O material, que traz em sua composição faixas que abordam assuntos sérios e experiências pessoais, apresenta uma trilogia em que a artista narra uma história permeada por temas como medo, queda, levante e empoderamento. Produzido com um time majoritariamente feminino, “Voices” tem produção do DJ Bruno Martini, enquanto a direção dos clipes fica por conta de Patricia Galucci.

O primeiro lançamento dela, a faixa “Listening”, já chega com clipe e você confere aqui no Papelpop antes de todo mundo. O material, lembrando, só sai amanhã! Se liga só:

Talento, gente! Para conhecer um pouco mais do trabalho dessa mina que tem tudo pra ser um anjo da música pop, fomos falar diretamente com a própria. Por telefone, conversamos sobre suas ambições quanto à mensagem que seu trabalho transmite, falou sobre a importância da representatividade e os motivos que a tornaram tão interessada em um lançamento audio-visual.

Foi bem legal e a gente te convida a ler:

Você lança seu EP de estreia, “Voices” logo mais nesta sexta. Qual é a sensação?!

Ah, tô ansiosíssima! Muita expectativa, mas com a convicção de que vem muita coisa boa! O que eu queria é que as pessoas ouvissem, ainda mais agora que tô alucinada (risos)! Tô louca pra que todo mundo saiba o que eu tenho pra falar, não são só músicas com refrão chiclete, decidi falar sobre coisas sérias. Enquanto não acontece, estou na expectativa, suando frio, pelos arrepiados!

São três faixas que contam uma história. Como você chegou até essa ideia?

Fui muito influenciada pelo K-pop, não vou mentir. Comecei a ouvir há pelo menos um ano e meio. Comecei pelo BTS, achei que a forma com que eles abordavam a narrativa era esteticamente linda, era uma boa forma de contar histórias nesse universo audiovisual. Então quis falar sobre isso dessa forma, fazendo esse EP com 3 faixas, falando sobre temas delicados como amor próprio, depressão, ser mulher. O que mais prendeu o meu foco foi conseguir fazer isso de forma metafórica e lúdica, embora também não sejam. A direção dos clipes ficou por conta da Patricia Galudi, uma amiga maravilhosa, que me ajudou a recrutar várias manas lésbicas, gays, trans, pretas, brancas, asiáticas… Meu, foi sensacional e eu tô muito feliz.

A produção é do Bruno Martini e vocês trabalham juntos desde 2008… Para você, a intimidade na hora de criar é algo importante?

Com certeza! Bruno e eu não temos segredos, né? A gente entra no estudio, parece que quase automático. No backstage ele sempre está com o violão e acaba que somos uma familia. Nunca tive uma pessoa assim na minha vida, principalmente um homem. O engraçado agora é que eu sempre dizia que nunca iria conseguir trabalhar com alguém que não fosse ele, mas como a agenda de agora está insuportável e nossas datas não andam batendo sempre… tô aprendendo a trabalhar com os demais. Mas ele sempre vai ser meu preferido, somos quase um só.

Na sexta também sai o clipe de “Listening”, a primeira delas. Você planeja lançar clipes para as demais faixas? Teremos um EP-visual?

Sim! É uma jornada representada nessa trilogia, embora não possa dar spoilers ainda. É bem pessoal, mas ao mesmo tempo  sinto que as pessoas poderão assistir e se sentir lá dentro. A lógica é passar pelo clipe de “Listening”, quando dou um basta nas coisas e em sentido figurado caio. Depois surge o cansaço de “Monsters”, a mentalidade que nos leva a pensar que perdemos batalhas. Mas no fim, “Looking For You” mostra que a guerra não está perdida. Apesar de estarmos fazendo esse clipe de uma perspectiva ficticia, tem muita coisa que nos liga com a realidade.

Muito tem se comentado a respeito da importância do videoclipe. Você acha que em se tratando do impacto e acesso ao público, a parte visual é tão importante quanto a sonora?

Sim, sim! E acho que o mundo é feito não só de coisas ditas, mas também feitas para serem vistas. A gente tem voz, a gente visualiza as coisas e queremos chegar num objetivo. Pra mim o vídeo transmite uma mensagem que a música nao traz, acho incrível unir as duas coisas. É uma forma de tratar a mensagem de duas formas diferentes ao mesmo tempo.

Para o clipe de “Listening” você trabalhou com uma equipe formada majoritariamente por mulheres. A gente vê um número crescente de meninas na área de produção, em espaços que sempre foram majoritariamente ocupados por homens. Você acha que essa atitude ajuda na garantia de uma representatividade?

Isso é muito louco, porque estamos acostumados a ver mulheres nos papeis de “glamour”, por assim dizer. A atriz é uma garota, mas não existe uma mulher assumindo os cargos de direção ou em lugares que exigem força, como o equipamento.  A gente não consegue fazer tudo? Por que não dar oportunidade? A fotografa, a direção, a parte elétrica do meu clipe foi pensada para empregar profissionais do gênero. Então tivemos meninas descendo 30 degraus com cano de aço nos braços sem reclamar porque somos capazes de tudo! Não existe outra forma de contar isso que defendo sem ter essas meninas do meu lado, sabe? Pra mim foi satisfatório como artista e mulher.

Ouvi as faixas e elas são bastante homogêneas. Imagino que você tenha inspirações. Quais são elas?

Mmmmm… atualmente eu tenho me inspirado muito no BTS, que é uma paixão nova até. Eles me inspiram como ser humano. É muito louco, acho que eles me salvara e me inspiraram a levantar e a tomar a iniciativa de fazer. Ariana Grande é outra tenho ouvido muito; Também posso citar a H.E.R…. imagine só, tão jovem e já tem um Grammy! Eu me inspiro sonoramente nelas, porque escuto muito R&B e desde criança isso faz parte da minha vida, mas também observo a maneira com que conduzem suas carreiras ao propor uma nova estratégia de lançamento. Acho isso sensacional. Não posso deixar de falar de Halsey e Billie Eilish, que tenho ouvido pra caramba e fecham esse grupo internacional. Agora daqui do Brasil, sem dúvida Gloria Groove e Iza. Conheço a Glória desde que éramos crianças e como nossos pais trabalhavam juntos, acabávamos nos encontrando em estúdio. A gente brincava e imitava Christina Aguilera, Shakira… estamos sempre nos reencontrando. Já a Iza não conseguimos nos conhecer ainda, mas ela falou outro dia que adoraria colaborar comigo. Nao posso falar muito ainda.

 

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