O audiovisual está vivíssimo! 2018 tá terminando e tivemos ao longo dos meses vários clipes incríveis que merecem ser lembrados. Tem gente nova surpreendente, artistas reafirmando a criatividade e, principalmente, gente que tá contestando valores, denunciando preconceitos e enaltecendo culturas.
Listamos aqui os vinte clipes, do Brasil e do mundo, que mais nos chamaram a atenção em 2018:
Nicki Minaj lançou um clipe bem afirmativo logo no primeiro single do álbum ‘Queen’. Ela começa parecendo um filme B japonês, com narrativa e tudo, e então continua com Nicki usando looks extravagantes bem grandiosos deixando vários caras no chão num cenário que parece ser uma versão mais caótica, caricata e sexy da vida noturna de Tóquio
Com uma letra cheia de força e esperança, Indestrutível já é de arrepiar como música. Então, Pabllo Vittar chega fazendo um retrato sensível do que é a infância e adolescência da maior parte dos LGBTs no Brasil. Tudo isso em preto e branco. É impossível não se emocionar. E o monólogo no final? É de uma força inexplicável!
É claro que juntar Kendrick Lamar e SZA ia dar em clipão. A música de ‘Pantera Negra’ ganhou um vídeo que procura fazer o que o filme fez: trazer as raízes africanas e elevá-las em nível artístico. E ficou lindo!
Florence é conhecida por uma expressão corporal muito livre e marcante no palco e trouxe isso no clipe de ‘Big God’, que prende por parecer ser gravado numa tomada só. Ela diz que a música é sobre ter um desejo tão forte por alguém que é preciso um grande Deus para supri-lo. Ela traduz isso no clipe, acompanhada de dançarinas que transmitem uma angústia, terminando com Florence não conseguindo segurar o que há dentro dela. Foda!
A gente compreende a influência do artista quando vemos a galera que ele traz junto dele. Em Nice For What, Drake mal aparece no clipe. Ele dá espaço para mostrar mulheres de Hollywood, do esporte e das artes esbanjando poder e se divertindo em lugares luxuosos despretensiosamente. E tudo isso com sample de Lauryn Hill, que amamos forte.
Flutua saiu nos dias finais de 2017 mas precisava ser lembrado na nossa lista de 2018. Johnny Hooker e Liniker formam uma parceria incrível contando uma linda história de amor entre Jesuíta Barbosa e Maurício Destri. Johnny e Liniker estão duas divas maravilhosas e o beijo nos momentos finais a gente sente que é um beijo de resistência!
Além de ser música pop de qualidade, o clipe é bem dirigido com sacadas muito inteligentes. Numa perseguição policial, Miley faz referência à vários momentos culturais recentes dos EUA, da música pop, da própria carreira e por aí vai. Tem referência à Britney perseguida por paparazzi, Hannah Montana, protestos da NFL, caso do OJ Simpson e por aí vai…
Deus é mulher e Ariana Grande veio com um clipe extremamente artístico para mostrar isso. Em quase todas as cenas, ela se coloca com muita grandeza e ainda faz várias metáforas inteligentes. Por exemplo, ela enorme sentada na Terra enquanto dedilha e forma um furacão. Sem contar a participação da Madonna, que acontece apenas com a voz e mesmo assim é marcante.
St. Vincent aparece nas nossas listas de melhores clipes há anos e nesta não será diferente. Estamos acostumados em vê-la sozinha, mas em Fast Slow Disco o desafio é vê-la sem estar no meio de no mínimo dez pessoas suadas nessa balada frenética BDSM. Inclusive, uma bela referência ao clássico ‘Cruising’ estrelado por Al Pacino.
Mitski traduziu de uma forma bem criativa, colorida e pirada um sentimento bem comum: quando nos isolamos por tanto tempo que começamos a ficar loucos. Ela tenta curar o ócio a todo momento e se vê cercada de situações da cabeça dela que vão escalonando em coisas que passam a não fazer sentido algum. E o quê da nossa cabeça faz, né?
Troye Sivan teve um despertar criativo maravilhoso neste ano com o álbum ‘Bloom’. É um disco sobre a rotina, os amores e as pequenas aventuras de ser um garoto gay hoje em dia e o clipe é uma representação visual disso. Troye é visto com looks exagerados, femininos, se jogando sozinho, o conjunto fala muito sobre aquele despertar adolescente do desejo exagerado.
As referências culturais revisitam muitos nomes da cultura queer, como o fotógrafo Robert Mapplethorpe, Madonna com ‘Vogue’ e Leigh Bowery.
Xênia França trouxe para o clipe de Para Que Me Chamas? o que quis dizer com a letra. Enquanto canta sobre apropriação da cultura negra e esvaziamento dela, Xênia mostra ancestralidade, orixás e diversos elementos da cultura africana.
A Apple colocou uma música do Anderson Paak para seu comercial do Homepod, estrelado por FKA Twigs. E um detalhe: dirigido pelo gênio Spike Jonze, nada mais nada menos que o diretor de ‘Her’ e o responsável por ‘Weapon of Choice’ do Fatboy Slim e alguns clipes da Bjork.
O clipe sofre transformações surpreendentes e, acredite, a maior parte das deformações é real! Só com alguns efeitos de finalização
Todo ambientando nos anos 50, Kali Uchis faz uma sátira bem cartoon da situação da mulher doméstica da época. Só que, com o tédio, Kali Uchis vai pirando e a realidade começa a se tornar uma coisa completamente criativa.
Um dos clipes nacionais mais lindos do ano, Iza faz questão de retratar a força da mulher não só na música, mas contando três grandes histórias: a da professora de escola pública que educa em meio à violência, a da mãe jovem que precisa estudar e uma mulher trans em posição de poder no meio de um julgamento. As cenas têm uma fotografia impecável e o final com o coral de igreja fala muito sobre as raízes da cantora.
Isso aqui é muito foda e merece ser valorizado como uma obra audiovisual impecável, que traz um retrato importante do Brasil. Produção dar um caldo em muito clipe gringo. O filme de Bluesman dá uma geral no álbum mais recente do Baco Exú do Blues. Enquanto mostra a riqueza cultural e a rotina da periferia, ele traz momentos fantasiosos e, claro, dá ênfase em trechos marcantes do disco, como “Jerusalém que se foda eu tô a procura de Wakanda” e “Tudo que quando era preto era do demônio e depois virou branco e foi aceito eu vou chamar de Blues” da faixa título. Também há toda a metáfora do Ouro x Prata, Branco x Negro da música Preto e Prata.
Rosalía nos deixou hipnotizados com sua sonoridade neste ano. É tradicionalmente espanhol com o flamenco, mas também é muito atual. ‘Malamente’ é a tradução visual disso, onde vemos Rosalía e um grupo de jovens replicar movimentos da tourada em contextos atuais, vemos pequenos simbolismos da cultura espanhola com roupas que todos querem usar hoje em dia. Sem contar alguns quadros impecáveis, como a cena no caminhão e a tourada com a moto que se tornam momentos paralisados. Gente, que obra!
Beyoncé e JAY-Z fecham o Louvre, o museu mais importante do mundo, para fazerem o que der na cabeça lá dentro. E o resultado é uma relação de corpo e dança com os cenários que se tornou uma obra tão foda quanto tudo o que está lá. Mas tem algo muito maior que isso, é sobre tem negros ocupando um lugar majoritariamente branco que enaltece a arte de brancos. É sobre pertencer a uma camada social tão marginalizada nos EUA e mesmo assim ter conquistado a grandeza.
Nós amamos os dois no final trocando olhares que parecem dizer “É tudo nosso, caralho”.
Um clipe que parece simples, mas tem um valor cultural imenso. Enquanto Childish Gambino parece entreter a gente dançando sem camisa, ele na verdade nos mostra em cenas muito bem coreografas o racismo nos EUA, a violência policial, os tiroteios desenfreados… e o simbolismo acontece de formas simples o tempo todo. Desde a pose do Jim Crow (símbolo da segregação racial) que ele faz antes de atirar numa vítima até momentos apocalípticos da bíblia.
“PYNK” é uma artística celebração da vagina, assim como Janelle entrega logo de cara quando canta “Rosa, como você é por dentro”. Ela dança com calças que imitam lábios vaginais onde Tessa Thompson sai de dentro, mostra conchas com formatos de vagina, frutas, pelos pubianos e até um gato, que em inglês pode ser “pussy”, que por sua vez pode ser vagina.
Além disso, é um clipe queer – Janelle e Tessa sentem desejos um pela outra o tempo todo – e tem uma zoeira política: a calcinha escrita “I Grab Back” é uma resposta à frase de Trump em que ele diz que poderia “Pegar [grab] uma mulher pela vagina” ao falar que pode fazer qualquer coisa por ser famoso.
Está no nosso 1º lugar porque é lindo, divertido, é queer, empoderador, sexy e ácido com quem merece. Como amamos Janelle Monáe!
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