Uma coisa é certa, Mariah Carey é um ícone sensato. Foi justamente abusando desta característica que a torna uma artista tão singular que a cantora deu uma entrevista para a Pitchfork, uma das revistas mais famosas de música dos Estados Unidos.
Além de falar um pouco sobre Caution, seu mais recente trabalho de estúdio, Mariah também comentou sobre sua infância. Segundo ela, este foi um dos capítulos mais difíceis de sua vida.
“As pessoas realmente não sabem das dificuldades que enfrentei porque eu sempre fui muito vaga, mas fiz alusão a isso em certas músicas. Close My Eyes, do Butterfly fala sobre isso: “Eu era uma criança desobediente com o peso do mundo que eu mantinha no fundo / A vida era uma estrada sinuosa, e aprendi muitas coisas que os pequenos não deveriam saber”. Coisas intensas aconteceram comigo nesta fase. Coisas que pessoas que cresceram com dinheiro ou com famílias que não eram completamente disfuncionais nunca entenderão. E então tem o fato de ser biracial também em cima disso, e não ter lugar para realmente se encaixar.”
Ela também comentou sobre as dificuldades que enfrentou quando foi viver em Nova York, aos 18 anos. Segundo Mariah, ela dividia um loft com duas colegas de quarto e que o espaço era menor do que o de uma mesa de mizagem.
“Eu tinha que subir no balcão da cozinha para entrar no loft. Pagava US$ 500 por mês por esse pequeno espaço.”
A gente sabe que valeu a pena cada minuto desse esforço que a tornou uma diva ~e que foi tema de uma outra pergunta. A revista quis saber se seu comportamento muitas vezes extravagante faz parte de sua própria essência ou se é um pouco de charme.
Segundo Mariah, ela tenta ser o máximo natural, porque no fim das contas sempre vão tirar conclusões precipitadas a seu respeito.
“Olha, é parte de mim. Se você vai se arrumar e fazer um show, por que não apenas se divertir e ir até lá? Eu tentei tanto e por tanto tempo que as pessoas soubessem que eu sou uma pessoa real e não essa coisa de diva que eles tentaram criar sobre mim, ou essa pessoa inacessível de anos passados. Mas no final do dia, ninguém se importa. Eles realmente não se importam. Eles sempre vão ter sua percepção sobre você.”
Outro ponto legal desse papo foi quando a artista foi questionada sobre sua amizade com algumas das principais figuras do pop, como George Michael. Saca só o que ela falou sobre ele:
“Eu me lembro que antes do meu primeiro álbum, quando estava no colegial, ouvi o álbum Faith, do George Michael, e disse: “Eu quero fazer um álbum que cruze todos esses gêneros.” Nós tínhamos muitas coisas em comum em termos de gravadora. Eu me lembro de um jantar que tivemos. Nós dois estávamos conversando sobre coisas realmente difíceis pelas quais passamos. E quando ele faleceu naquele Natal, eu não pude acreditar, porque achei que ele seria capaz de ficar bem.”
Com ela não tem esse joguinho de rivalidade feminina não, viu? Com Whitney Houston, por exemplo, foi só amizade e parceria (algo tão intenso que rendeu até um featuring):
“As pessoas tentaram nos confrontar no começo, e eu entendi isso, mas eu sempre reconheci o quão brilhante ela era como cantora. Quando nos conhecemos e trabalhamos juntas, passamos ótimos momentos. Nós riamos constantemente. Eu não sei, eu sinto que depois disto nos demos bem. Eu só sei que a Whitney que eu conheci era alguém que eu estava ansiosa para sair e me divertir. Ela era real.”
Mariah também mencionou o fato de Glitter ter retornado às paradas de sucesso praticamente duas décadas depois de seu lançamento. Ela mencionou o quanto os fãs foram importantes por terem ficado ao seu lado e por
Eu gosto da trilha sonora de Glitter, mas a evitei por anos, porque isso representou um momento em minha vida em que eles quase me mataram. Eu estava deixando a Sony, eu estava lutando todos os dias com meu ex-marido (Tommy Mottola), que ainda administrava a gravadora. E então eu estava em um novo lugar. Nós lançamos o Glitter em 11 de setembro de 2001, e foi um momento muito ruim.”
O que o fracasso a ensinou?
“Representa um momento. Demorei muito tempo para abraçá-lo, mas agora estou bem com isso.
Eu quis me esconder debaixo das cobertas. Eu era um alvo fácil. O filme era horrível, mas havia outras pessoas com filmes piores que ninguém fazia muita questão de humilhar. E eu não acho que as pessoas estivavam prontas para um retorno aos anos 80. Eu estava um pouco à frente do tempo com isto. Eu não sou uma pessoa que pensa que sou melhor que qualquer um, ou maior, ou mais santa, não é nada disso. Depois de tudo isso eu pensei “OK, bem, isso não funcionou, como eu vou ressurgir depois disto?”
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