Hoje, 20 de Novembro, é dia da Consciência Negra, também conhecido como o dia da morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, ex-escravizado que virou ícone de luta contra o sistema escravagista, juntamente com Dandara dos Palmares.
Importante para a comunidade negra, o dia de hoje serve de reflexão sobre os mais de 400 anos de escravidão; o enaltecimentos da memória, da luta e da herança afro-brasileira. E, para enaltecer os negros e negras deste Brasil, que tal ouvir músicas feitas por eles? Tem muita música boa sendo feita por aí, e por gente que, às vezes, nem conhecemos.
Separamos alguns artistas que você precisa conhecer e ouvir, caso não conheça. Elza Soares, IZA, Liniker e Karol Conká, por exemplo, são maravilhosas, mas dedicaremos este post à artista que não são tããão populares assim.
Vale lembrar que não é para ouvir só hoje, no dia 20. E sim todos os dias!
A rapper Luana Hansen já tem 16 anos de carreira e dedica sua música ao protesto de cunho feminista, negro e lésbico. Hoje, além de reconhecida dentro dos movimentos LGBT e feminista, é também reconhecida por premiações importantes como o Hutúz, em 2005. Foi convidada a cantar no primeiro Festival de Rap Feminista de Cuba e participou da minissérie Antônia e do programa Amor e Sexo, da Rede Globo. Já criticou músicos como Emicida e fez uma versão de resposta à música Trepadeira do rapper , intitulada Flor de Mulher.
2. Odisseia das Flores
O grupo de rap Odisseia das Flores é formado por Jô Maloupas, Chai, Letícia, e fazem letras para a valorização da mulher na sociedade. O grupo, que possui originalidade e protesto como postura principal, vem trazendo à tona problemas do cotidiano e mostra também as dificuldades de se trabalhar em um espaço predominantemente masculino, deixando clara a resistência feminina.
3. Xênia França
Falamos aqui da Xênia esses dias, e ela não poderia faltar na lista. Cantora que enaltece suas raízes africanas, dialogando com ritmos baianos e cubanos, Xênia canta sobre resistência, apropriação cultural e a invisibilidade social negra no país. Seu álbum de estreia, Xênia, foi até indicado ao Grammy Latino 2018!
4. Luedji Luna
De Salvador, Luedji Luna conquistou o Brasil com seu álbum de estreia Um Corpo no Mundo, lançado em 2017. Extremamente talentosa, Luedji vem conquistando mais e mais espaço no cenário musical, e vira símbolo importante do feminismo negro e empoderamento.
5. Rincon Sapiência
Se a coisa tá preta, a coisa tá BOA! Rincon faz suas rimas e raps numa pegada leve que retratam temas super importantes, como racismo, desigualdades e injustiças. Ganhou notoriedade após lançar seu primeiro e premiado álbum, Galanga Livre, onde encontramos grande maturidade poética e musical, com letras que exaltam a afrodescendência no Brasil de hoje.
6. Rashid
O rapper Rashid começou a se destacar nas batalhas de Rap do Santa Cruz, na capital de São Paulo. Em 2016 lançou seu álbum de estreia, A Coragem da Luz, onde traz convidados como Xênia França, Mano Brown e Criolo. Neste ano lançou seu segundo álbum, CRISE, é maravilhoso! Tem também três mixtapes, lançadas entre 2010 a 2014.
7. As Bahias e a Cozinha Mineira
Quem não ama essa banda, gente? Elas são lacradoras demais! As vocalistas são trans e o grupo possui fortes influências de Gal Costa e do Clube da Esquina, e tem como mote na música identificar as formas de expressão das mulheres. Tem dois álbuns de estúdio, Mulher (2016) e Bixa (2017).
8. Preta Rara
A cantora e compositora Preta Rara, nome artístico de Joyce Fernandes, começou a carreira em 2005 no grupo feminino de rap chamado Tarja Preta, e lançou em 2015 seu primeiro álbum solo, Audácia. Além de rapper, é também professora de História do Ensino Fundamental.
9. Flora Matos
Nascida em Brasília e criada por uma família de artistas, Flora tem a música nas veias desde os quatro anos de idade, quando já subia no palco nas apresentações da banda de seu pai, a Acarajazz. Mas foi em 2006 que aconteceu a sua primeira aparição como MC e de lá até hoje não parou mais. Acumula parcerias com nomes como Céu, KL Jay e Mano Brown. Ela fez sua primeira turnê internacional pela Europa em 2008 e, atualmente, ganhou o apoio técnico da equipe Freak House de Seu Jorge.
10. Tássia Reis
A rapper, natural de Jacareí, interior de SP, teve sua carreira solo alavancada em 2013 quando lançou o clipe Meu Rapjazz, nome que faz jus a atitude e a sonoridade da cantora. Desde então, vem ganhando mais e mais espaço e virou uma das favoritas na noss playlist!
Todos os artistas têm perfil no Spotify! Bora ouvir?
BÔNUS: Nega Gizza!
Nega Gizza nasceu Gisele Gomes de Souza no subúrbio do Rio de Janeiro. Aos 15 anos, identificou-se com o rap pela primeira vez. Entre 1999 e 2000, a rapper foi a primeira locutora de uma rádio de rap, no programa Hip Hop Brasil, da Imprensa FM. Em 2001, Gizza venceu o Prêmio Hutúz na categoria de Melhor Demo de Rap.
Em 2002 lançou o álbum Na Humildade que denunciou a falta de espaço das mulheres num mercado dominado por rappers do sexo masculino. Logo após lançou seu mais famoso videoclipe, Prostituta. Dirigido por Kátia Lund e Líbero Saporetti e com fotografia de Ricardo de La Rosa, o clipe denuncia a realidade da prostituição no Brasil.
Nega Gizza também é uma das fundadoras da CUFA (Central Única das Favelas), uma organização não-governamental cuja forma de expressão predominante é o hip hop e que visa promover a produção cultural das favelas brasileiras, através de atividades nos campos da educação.
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