Se você acompanha o PapelPop, deve ter visto que o diretor James Gunn, dos filmes de Guardiões da Galáxia, foi demitido por ter tuítado frases ofensivas e que poderiam incitar estupro. Gunn pediu desculpas, e o elenco do filme até fez uma cartinha pedindo para o diretor voltar.
Apesar disso, o Walt Disney Studios não está planejando recontratar o cineasta, segundo a Page Six. O sentimento da Disney e da Marvel é que as dezenas de piadas que Gunn fez sobre pedofilia e estupro são inaceitáveis na era #MeToo, e não estão de acordo com a imagem familiar da Disney.
O estúdio reconheceu que membros do elenco de Guardiões, como Chris Pratt e Zoe Saldana, não ameaçaram abandonar a franquia, apesar de quererem o antigo diretor de volta. É que a maioria está sob contrato e enfrentaria uma ação legal se optasse por sair de uma seqüência.
Ainda assim, o endosso público do diretor foi notável por seu apoio veemente.
“Ficamos todos chocados com a demissão abrupta de [Gunn] na semana passada e esperamos intencionalmente esses dez dias para responder a fim de pensar, orar, ouvir e discutir”, diz a carta feita pelos atores. “Naquela época, fomos encorajados pela manifestação de apoio de fãs e membros da mídia que desejam ver James reintegrado como diretor do Volume 3, bem como desencorajado por aqueles tão facilmente enganados em acreditar nas muitas teorias de conspiração extravagantes que o cercam”.
Mas mesmo a carta não foi capaz de salvar seu emprego. A demissão de Gunn foi aprovada pelo chefe da Disney Studios, Alan Horn, com o CEO da empresa, Bob Iger, avaliando a decisão final.
O envolvimento dos mais altos níveis da Disney sinaliza que a pressão do elenco para repensar a derrubada de Gunn vai ter dificuldades para obter apoio interno.
“Não vejo a Disney recontratá-lo”, diz uma pessoa próxima ao assunto. “Esses tweets eram tão horríveis e a Disney tem um padrão diferente dos outros estúdios.”
Os comentários de Gunn tinham quase uma década e foram recentemente ressurgidos por agitadores de direita, incluindo o blogueiro Mike Cernovich. Os tweets incluíam mensagens como “A melhor coisa sobre ser estuprada é quando você acaba de ser estuprada e é como ‘uau, isso é ótimo, não ser estuprada!’”, e outros que fizeram pouco caso da AIDS, Holocausto e do 11 de Setembro.
Pessoas da Disney dizem que a empresa não estava ciente dos tweets ofensivos e ficou surpresa quando eles foram circulados.
E, quanto a substituir Gunn, a Disney não sente pressão para encontrar imediatamente um novo diretor, segundo Page Six, e está disposta a esperar até que um cineasta de primeira linha apareça.
O estúdio nunca deu ao filme uma data oficial de lançamento, apesar de ser amplamente esperado que chegue aos cinemas nos próximos dois anos. Dependendo do tempo que leva para conseguir o diretor certo, a Disney pode, na verdade, acabar com a data de início original de fevereiro de 2019 do filme.
Há rumores de que os queridinhos da Marvel como Jon Favreau (de Homem de Ferro), Taika Waititi (de Thor: Ragnarok), ou os irmãos Russo (de Avengers: Guerra Infinita) podem ser recrutados.
Agora é esperar para ver quem vai dirigir o novo longa.
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