Vencedor do Prêmio Pulitzer de Música pelo álbum “DAMN”, Kendrick Lamar disse à Vanity Fair que o hip hop deveria ter sido reconhecido pela academia responsável pela premiação há muito tempo.
Considerado um verdadeiro marco na academia, o disco do artista foi o primeiro vencedor na história do prêmio, entregue desde 1917, a não pertencer ao gênero clássico ou ao jazz.
“Essa premiação prestigiosa era uma das coisas que eu ouvia falar na escola, mas nunca pensei que faria parte disso. É uma daquelas coisas que já deveriam ter acontecido com o hip hop há um bom tempo. Demorou muito tempo para que as pessoas, digo, aquelas fora da nossa comunidade, nos abraçassem, abraçassem nossa cultura. Demorou que vissem que não se trata somente de letras cantadas, mas sim de ver que existe uma dor real, que isso machuca, e que isso é realmente a história de nossas vidas.”
Lamar ainda comentou sobre sua visão do hip hop como algo não apenas “ótimo” para si próprio, mas também como um divisor de águas para outros artistas e seus simpatizantes.
“Ver as pessoas ouvindo Tupac, Jay-Z, Rakim, Eminem e Snoop Dogg me permite saber que as pessoas estão realmente ouvindo isso mais do que eu esperava.”
Um tanto nostálgico, o cantor relembrou sua sensação ao receber o prêmio.
“Quando olhei para aquele homem no pódio hoje, eu fui invadido por inúmeras imagens na minha mente. Vi minha mãe me colocando em uniformes para ir à escola. Usava terno e gravata de brechós, quando eu era criança”.
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