O fato do primeiro show brasileiro da turnê “hopeless fountain kingdom”, da Halsey, ter sido numa quarta-feira fria, não impediu seus fãs de comparecerem em peso ao Espaço das Américas, em São Paulo.
Fãs, aliás, tanto da Halsey quanto da Lauren Jauregui, do Fifth Harmony, responsável pela abertura. Na verdade os seguidores de ambas se misturam — elas são amigas e até tem uma música juntas. Foi o primeiro show solo EVER da Lauren, e das sete faixas cantadas, três eram até então inéditas: “Toy”, “Inside” e “Expectations”.
Todas deixam claro que o estilo que Lauren pretende seguir é diferente do Fifth Harmony; chega a ser mais semelhante aos trabalhos da própria Halsey, um pop alternativo. Deu tão certo que tinha gente decorando imediatamente e cantando junto a letra das músicas no final.
Ainda rolou um cover de “Imagine”, do John Lennon, e “Ojos Así”, da Shakira — essa última foi um destaque. Halsey acertou demais em trazê-la para cá, e Lauren provou que tem bastante potencial individualmente. Queremos ouvir mais músicas!
Às 21h33, meia hora antes do horário marcado (obrigada!), Halsey chegou emendando três músicas logo de cara: “Eyes Closed”, “Hold Me Down” e “Castle”, todas acompanhadas pelos gritos frenéticos dos fãs.
Não tinha como não ficar vidrado nela. De cabelo loiro e longo, com top e calça brancas e brilhantes, Halsey teve o palco todo para ela. Sua banda ficou escondida nos cantinhos, e por vezes uma dançarina chegava para interagir com a cantora. Halsey não se vale de coreografias detalhadas, e nem precisa. Mas ela é uma cantora muito visual, trabalha conceitos e histórias em seus álbuns, e as casas de shows brasileiras não comportam muitas estruturas — telões com vídeos e artes presentes na turnê acabaram ficando de fora aqui. Nada que atrapalhe muito, no entanto.
A verdadeira interação que todo mundo esperava era a de Halsey e Lauren. Lembra quando falamos que elas têm uma música juntas? Foi aí que começou “Stranger”.
Depois de lembrar sua primeira vez no Brasil, quando se apresentou no Lollapalooza de 2016, Halsey cantou uma versão baladinha de “Closer”. Se fosse a versão original ninguém mais ia aguentar, mas a mudança no ritmo foi positiva.
Quando terminou, ela ainda foi sincerona:
“‘Closer’ foi minha primeira música que realmente estourou e era muito irritante; tocava toda hora! Eu entrava num restaurante, estava tocando e ouvia alguém dizer: ‘Eu odeio essa música.’ E eu ficava tipo… ‘É, eu também…’ (…) Aposto que ‘Closer’ estava tocando na rádio quando algum bebê recém-nascido estava indo para casa, o que significa que foi a primeira canção que alguém ouviu na vida. Desculpe por isso!”
Kkkkk, de acordo!
Nas vezes em que conversava com a platéia, Halsey se mostrava emocionada e agradecida. Um ponto alto da noite foi a performance de “Is There Somewhere”, música do EP “Room 93”, primeiro trabalho da Halsey. Ela dedicou a faixa aos fãs e desceu até eles, passando pelo meio e pelo lado esquerdo com um sorrisão no rosto.
Com poucas interludes, o show se encaminhou sem problemas. Halsey comanda a atenção do povo, fica bastante solta e confortável no palco e sua voz doce também consegue ser poderosa.
O Rio de Janeiro recebe o segundo e último show da turnê brasileira amanhã, quinta-feira.
(foto do topo: via @easedailing)
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