Antes de embarcar para o último show da Banda Uó, em Brasília, a cantora Candy Mel passou por uma situação constrangedora no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e relatou uma atitude transfóbica dos agentes da Polícia Federal para com ela.
Em seu Instagram Stories, Candy disse que dois policiais a levaram para uma sala reservada para o que ela acreditava ser uma revista de bagagem — mas na verdade era uma revista física.
“Eu estou meio que detida aqui no aeroporto, porque dois caras queriam me revistar alegando que no meu documento constava [nome] masculino. Eles me coagiram, me levaram para uma sala com dois caras para fazer uma revista em mi, e eu não aceitei. Aí eu tô aqui, correndo o risco de perder o show de Brasília. Eu fui super coagida, mas infelizmente eles não vão tocar em mim. Eu não vou cooperar. Eles me levaram para uma sala; eu estava jurando que era uma revista comum de bagagem, e de repente eles trancaram a porta, eu e eles dentro de uma cabine, e eles pediram para eu tirar a roupa. (…) Eu não vou cooperar com isso. Eu só não fui mais coagida porque o Mateus [Carrilho], o Davi [Sabbag] e a equipe inteira estavam aqui e acompanharam.”
Mais tarde, um pouco antes do show, ela voltou à rede social e tranquilizou os fãs que estavam preocupados, explicando tudo o que aconteceu e como conseguiu embarcar no voo:
“No final eu acabei sendo revistada, mas foi em público, eu queria que acontecesse na frente de todo mundo, para que as pessoas vissem um homem tocando o corpo de uma mulher. E a minha forma de protesto, antes dessa invasão, dessa abuso, foi ficar sem camisa, com meus seios de fora. Isso sim foi a minha forma de gritar. Rapidamente eles resolveram o ‘problema’, né? Mas eles queriam que fosse dentro de uma cabine, que ninguém tivesse visto aquela cena. E sendo sincera, hoje não é um dia muito legal para mim, eu não tô feliz, eu tô pensando sobre o que aconteceu. Foi muito violento, e se aconteceu comigo, é muito fácil acontecer com qualquer outra, sabe? Eu fui tratada como uma criminosa, como alguém que não tinha direito de escolher o procedimento que fosse acontecer, como alguém que não tinha direito algum. E todo esse preconceito começa pelo fato de eles selecionarem a pessoa do nada, eles não estavam pedindo o documento de ninguém, eles pediram o meu especificamente e criaram todo um mistério atrás disso. E eu estava sofrendo constrangimento das pessoas que trabalhavam lá, que estavam fazendo gracinha com a minha cara. Algumas mulheres cis fazendo chacota, porque é isso, né? Enfim, gente. Marcando esse último show com um acontecimento muito violento comigo, com o meu corpo, minha vida, minha existência.”
Esses últimos Stories ainda estão disponíveis lá no Instagram da Candy. No final, ela ainda disse que vai tomar as providências cabíveis.
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