Deu trabalho e muita discussão, mas aqui no Papelpop conseguimos fechar uma lista dos 20 melhores álbuns lançados em 2017.
Este ano teve muita gente boa que voltou com trabalhos incríveis, e também aqueles “novatos” que nos conquistaram logo de cara e entraram para os preferidos das nossas playlists.
Bora relembrar alguns dos grandes trabalhos musicais lançados neste ano.
Se teve uma constante além de “Despacito” neste ano foi Ed Sheeran e seu álbum “÷” (“Divide”). Com o disco lançado lá em março, Edinho impregnou as rádios durante o ano todo com seus singles que ouvimos até enjoar. O trabalho tem um bom balanço de músicas pop dançantes, como “Shape of You”, faixas mais introspectivas, como “Castle on the Hill”, e o romantismo conhecido do britânico, como em “Perfect”, que ele saiu distribuindo feats no fim do ano, inclusive com Beyoncé, que ficou ótima. Pode ter se tornado cansativo ouvir tanto Ed Sheeran neste ano, mas ele só esteve aí a todo momento porque soube fazer o trabalho dele direitinho.
Sam Smith voltou com todo seu sentimentalismo e sofrência, mas não tão poderoso quanto seu álbum de estreia. A voz dele continua seu maior trunfo, combinada com suas letras depressivas e bem pessoais. O destaque do disco fica para a faixa “Him”, que fala sobre um jovem garoto assumindo a sua sexualidade, e discute a intolerância e o direito de se amar quem você quiser.
Linn fez a Beyoncé e liberou um álbum visual com 14 clipes. É um trabalho político, de resistência (e existência), e ao mesmo tempo popular, sobre a realidade da comunidade trans e gay, principalmente na periferia. O disco ainda conta com participações de Glória Groove, Mulher Pepita e Liniker.
P!nk tem uma das carreiras mais consistentes do mundo pop, e trouxe neste ano o “Beautiful Trauma”, que pode, até o momento, não ter tantos hits como seus trabalhos anteriores, mas ainda assim ela consegue colocar de forma eficiente em suas músicas tudo o que precisa sobre seu relacionamento, sobre ser mãe, e até fazer uma análise política e social do mundo atual.
A gente gostaria de entrar no cabeça da Björk só para conseguir entender como ela cria tanta coisa genial. “Utopia”, assim como outros trabalhos dela, é mais do que apenas um disco, mas uma experiência sensorial. O disco é profundo, é pessoal, é elegante, é bonito, é cheio de tons e nuances que fica até difícil descrevê-lo em um simples parágrafo. Por isso, o melhor mesmo é ouvi-lo.
Tyler, the Creator amadureceu muito e com “Flower Boy” entregou um de seus melhores e mais coesos trabalhos. Talvez este seja seu auge, e esperamos que continue nele por muito mais tempo, ou até se supere. Ele traz algumas parcerias bem interessantes e versáteis no disco. As letras bem pessoais das canções que discutem solidão, depressão, e juventude, fazem deste álbum um discurso extremamente sincero.
Você quer voz, @? Neste último álbum Kelly Clarkson volta a ser uma grande diva do soul com muita classe e um vocal poderosíssimo. Temos músicas com batidas contagiantes e animadas que é impossível não cantar ou dançar, como o primeiro single “Love so Soft” e “Didn’t I”, e outras mais calminhas, como “Slow Dance”. Mas a melhor faixa talvez seja “Whole Lotta Woman”, que tem um discurso empoderador, e um ritmo que nos lembra de grandes hinos soul e cantoras como Janet Jackson.
Lana trouxe boas parcerias neste álbum The Weeknd, Stevie Nicks, A$AP Rocky e Sean Ono Lennon, mas o melhor do disco vem justamente do que a cantora sabe fazer de melhor, evocar aquela sensação vintage em que estamos ao lado dela em um confortante pôr-do-sol, e misturar influências do hip-hop e trap. A primeira faixa do CD, “Love” é o grande destaque, e também uma das canções mais grandiosas da carreira de Lana.
“Take Me Apart” é o primeiro álbum de estúdio da americana Kelela, de 34 anos. Suas músicas discutem os complicados estágios de um relacionamento, com uma melodia que mistura R&B e eletrônico, e tem uma progressão sexy com a voz da cantora. Ela chegou a dizer que neste disco buscava algo entre Sade, Beyoncé e Björk, e ainda bem que encontrou, porque o resultado ficou fantástico, sendo uma das melhores novidades do ano.
Com muitos sintetizadores e guitarra, o último trabalho de St Vincent navega entre o new wave, o glam rock, e o eletropop. “MASSEDUCTION” tem composições discutindo sexo, tecnologia, e a tristeza. É psicodélico, futurístico, e até satírico, como no single “Pills”, que fala de todos os remédios que as pessoas precisam tomar para fazer tudo na vida.
Não teve retorno mais esperado e comentado neste ano do que o de Taylor Swift. Depois de meses tentando ficar na surdina com o fim da turnê de seu premiado álbum “1989”, a cantora ressurgiu com canções com batidas pegajosas como “Look What You Made Me Do”, “I Did Something Bad”, e “…Ready For It?”. Assim como já visto no álbum anterior, ela abraçou o pop de vez, seja para desabafar sobre suas tretas, como em “This Is Why We Can’t Have Nice Things”, ou investir no seu já conhecido lado romântico, como em “Dress”. Ainda temos “End Game”, colaboração dela com Future e Ed Sheeran, e que é uma das melhores faixas do álbum. O único porém deste álbum é que Taylor não precisava usar tanto autotune.
O One Direction está em um grande hiato e seus membros estão trabalhando nos próprios sons. Harry Styles, o mais popular do grupo, nos presenteou este ano com seu álbum autointitulado que mostra um lado bem mais pessoal dele do que víamos na boyband. A voz de Harry se destaca na sonoridade bem mais carregada para o rock do disco.
Temos baladas mais acústicas, como “Sweet Creature”, e faixas, como o primeiro single “Sign of the Times” em que podemos perceber a grande influência dos ídolos britânicos do cantor, como David Bowie e Pink Floyd. A gente amou essa mudança de sonoridade do Harry e esperamos poder ouvir estas ótimas composições pessoais por bem mais tempo.
Com apenas 19 anos, Khalid surgiu com seu primeiro álbum de estúdio, representando a voz dos millenials no R&B. Com faixas como “Young, Dumb & Broke”, “Location” e “8Teen”, ele usa sua voz suave para cantar sobre o começo da vida adulta, os relacionamentos no mundo digital, e surgiu como uma das novidades de 2017, ganhando até indicação ao Grammy como novo melhor artista.
Com o seu sexto álbum de estúdio, Demi Lovato foi elogiada até pela academia do Grammy na época do lançamento. “Tell Me You Love” tem hits pops, como “Sorry Not Sorry”, faixas sensuais, como “Sexy Dirty Love”, e sem a gente saber que era possível, explora ainda mais a grande capacidade vocal de Demi com uma pegada mais soul e R&B, como a faixa título e “You Don’t Do It For Me Anymore”.
Praticamente todo mundo acompanhou o drama que Kesha passou nos últimos anos, tentando se livrar do seu contrato com o Dr Luke, quem ela acusa de abuso físico e psicológico. Quando ela anunciou o lançamento de “Rainbow”, ficamos muito felizes que ela estava conseguindo levar seu trabalho adiante apesar de tudo. Este novo disco é com certeza o mais pessoal da carreira dela, deixando de lado um pouco o pop fritação, e praticamente dando um grito artístico de libertação poderoso.
Não podemos deixar de falar de duas faixas, o primeiro single “Praying”, em que ela fala sobre superou a depressão, e “Woman”, um grande hino empoderador.
Em seu 13º álbum de estúdio, JAY-Z dispensa apresentações. Desta vez ele abordou algumas questões bem pessoais no disco, chegando até a falar de sua família e as alegações de infidelidade com Beyoncé, um assunto que ganhou destaque depois da treta dele com Solange no elevador e das letras do “Lemonade”. A faixa-título do disco pode ser vista como uma grande carta de desculpas para a esposa.
No disco ele também matou o seu alter ego anterior, Jay Z (sem o hífen), falou dos seus problemas com Kanye West, sobre Prince, e discutiu o racismo e como é ser um negro na América, na faixa “The Story of O.J.”, até sobre sua mãe ser lésbica.
O único problema é que o disco está disponível apenas no Tidal ¯\_(ツ)_/¯
Uma das melhores novidades do ano foi SZA, que depois de compor canções para Nicki Minaj e Rihanna, resolveu lançar o seu primeiro disco de estúdio, o “Ctrl” (leia “control”). A voz de SZA é uma delícia de se ouvir, e as faixas trazem a mistura desse vocal poderoso, com deliciosas melodias lentas, e versos sobre auto-estima e juventude. “Ctrl” é um frescor e um dos melhores álbuns de R&B do ano.
Se teve alguém que dominou o cenário pop brasileiro neste ano foi Pabllo Vittar, que lançou seu álbum de estreia no comecinho do ano e continua poderosa até hoje. “Vai Passar Mal” é o maior lançamento pop nacional, e seus singles “Todo Dia”, “K.O.”, e “Corpo Sensual” ficaram na cabeça de todos, do Carnaval até o fim do ano, e eles são ótimos para dançarmos e curtirmos muito em qualquer tipo de festa. Isso sem contar a importância para a diversidade e representatividade de termos uma drag queen conquistando tanto espaço na mídia e no imaginário das pessoas.
Depois dos também ótimos “To Pimp a Butterfly” e “Untitled Unmastered”, lançados nos últimos dois anos, Kendrick Lamar nos presenteou com “DAMN.”, se firmando como uma das vozes mais fortes do rap atual. São tantas músicas boas no disco que fica difícil escolher uma para destacar: “DNA”, “Blood, “Humble”, “Feel”. E olha que nem estamos levando em consideração aqui os ótimos clipes que ele lançou também.
O disco já é grandioso com a voz crua de Kendrick, mas ainda tem grandes parcerias com Rihanna em “Loyalty”, e U2 em “XXX”. Neste disco, Kendrick mostra sua versatilidade e porque é um dos melhores compositores do gênero.
Entre os retornos de 2017, tivemos o de Lorde, e que retorno foi esse! A garotinha neozelandesa que surgiu em 2013 com a poderosa “Royals” e o “Pure Heroine” mostrou neste ano que não era apenas uma promessa passageira. No novo trabalho vemos o quanto ela amadureceu, com um álbum pop dramático, dinâmico, genuíno e íntimo ao mesmo tempo.
Desta vez, Lorde se uniu ao produtor Jack Antonoff e juntos criaram o Melodrama, que é uma mistura perfeita entre boas melodias de eletropop e boas letras. O novo trabalho de Lorde, com “Green Light”, “Perfect Places”, “Liability”, e “Louvre”, é aquele que demos play várias vezes em 2017, e não nos importamos de ouvir de novo e de novo.
Agora é a vez de vocês…
Estas foram as nossas escolhas dos melhores álbuns de 2017, mas agora chegou a vez de vocês nos contarem qual o trabalho preferido deste ano.
Só votar na enquete abaixo que depois revelaremos o resultado final.
Rápido. Sem trapacear abrindo seu perfil no Letterboxd. Por qualidade, bilheteria, prêmio, meme ou qualquer…
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