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2017 foi o ano das colaborações. Qual te marcou mais?
O ano está acabando e o ranking das músicas mais consumidas nos Estados Unidos apresentam algo em comum: as três primeiras posições da Billboard são de canções que contém participação especial de algum artista.
No topo da lista temos ‘Rockstar’, de Post Malone com 21 Savage – o rap de meio bilhão de plays no Spotify. A medalha de prata é de Camila Cabelo acompanhada de Young Thug em ‘Havana’- a novela mexicana que vimos no YouTube. O terceiro é uma versão acústica de Ed Sheeran para a música ‘Perfect’ com Beyoncé, lançada no último dia de novembro e que dispensa maiores apresentações. Definitivamente, 2017 foi um ano de boas colaborações no mundo da música.
A ideia de dividir a música com algum artista é algo que desperta curiosidade, invoca a fanbase de pelo menos dois públicos diferentes e potencializa a canção que poderia passar batida na tracklist de um álbum – como o consumo é em sua maior parte feito por playlists, ver alguma participação especial em um disco pode chamar mais atenção.
No Brasil, o ano começou com uma canção que se destacou no Carnaval, mas saiu de cena silenciosamente por conta de entraves jurídicos. Quem não cantou “Eu não espero o carnaval chegar pra ser vadia“, hit de Pabllo Vittar e Rico Dalasam? Uma pena os dois não terem entrado em algum acordo, pois quem quer ouvir esta música hoje tem que apelar para versões com o áudio ruim, muito ruim. Na sequência tivemos ‘K.O.’ e, para encerrar com chave de ouro, ‘Corpo Sensual’ – que tem a participação de Matheus Carrilho.
Se no cenário pop trazer algum convidado é algo realmente especial e causa furor entre os fãs, no sertanejo é algo que acontece a todo momento. Nem um pouco especial, pois parece ser uma regra para cada DVD lançado do segmento: precisam vários artistas broders para compor. Quem fugiu do óbvio teve um desempenho tão bom quanto João Neto e Frederico escalou o MC Kevinho para cantar ‘Cê Acredita’ e Gustavo Lima trouxe o Hungria Hip-Hop para a música ‘Eu Vou te Buscar’.
O maior nome brasileiro do mundo do entretenimento também mexeu os seus pauzinhos para ter nomes de relevância em suas músicas. No ano passado, a Anitta já tinha demonstrado a que veio com Maluma em ‘Sim ou Não’. Apesar de não lançar um disco desde 2015, a cantora é uma figura constante nos charts por conta de seus singles – que normalmente vem acompanhada. Podemos citar Major Lazer, Pabllo Vittar, Alesso e J Balvin só em 2017.
Ainda nesta temporada era para sair mais uma música de Anitta, mas com o sucesso internacional de ‘Downtown’, ficou para daqui algumas semanas. A nova música de Anitta foi mirada para o carnaval e chama ‘Vai Malandra’ com a participação do MC Zaac, funkeiro conhecido por ‘Vai Embrazando e Jurupinga’. Esta combinação tem tudo para fazer bonito para o Carnaval.
Não podemos falar de 2017 sem citar ‘Despacito’, certo? A faixa de Luis Fonsi e Daddy Yankee foi lançada no dia 12 de janeiro e acumula recordes pomposos até o presente momento, com mais de quatro bilhões de visualizações no YouTube – ou seja, o vídeo mais visto de todos os tempos na plataforma.
Por mais que insistam em colocar a culpa de um grande sucesso em algum algoritmo, ‘Despacito’ é uma canção que impregna ao ouvir pela primeira vez, é dançante e tem um refrão fácil. Faz sucesso com latinos, ganhou uma projeção absurda com o remix de Justin Bieber e ficou no topo das parada de lugares inóspitos como Luxemburgo, Polônia e Filipinas.
A cada semana temos uma porção de colaborações novas para o nosso deleite e deve dar um baita trabalho até chegar em nossos ouvidos. Gravar apenas uma música sem algum artista já é algo árduo até o resultado final. Imagina dividir com duas, três cabeças a mais no processo?
O artista tem que se identificar com a música que vai assinar, ensaiar, compor em cima da base que recebeu e estar disposto a tocar ao vivo esta obra. Sem contar na hora de dividir direitos autorais e falar de dimdim… Mesmo assim, eu espero que a próxima temporada venha com a mesma pegada de colaborações. Gente lançando coisa nova não vai falar, pois já temos Camila Cabello, Franz Ferdinand, Owl City, Toni Braxton, MGMT…
Fita Cassete é o alterego de Brunno quando ele fala sobre o assunto.
Quer falar com ele? Twitter: @brunno.
* A opinião do colunista Brunno Constante não necessariamente representa a opinião do Papelpop. No entanto, por aqui, todas as opiniões são bem-vindas. :)