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“Thor: Ragnarok” é muito colorido, muito divertido, delicioso e cheio de surpresas

Está chegando nos cinemas brasileiros, antes de estrear nos EUA, o novo filme do Thor. Sim, é aquele que traz um nova versão do herói, que aparece mais colorido, mais legal, mais videogame, mais anos 80, mais divertido, mais descolado com novo cabelin e menos chato, existencialista e mala como nos filmes anteriores. Funciona.

Se o objetivo da Disney e da Marvel era fazer a gente achar o Deus do Trovão um cara legal, leve e “diboua”, com “Thor: Ragnarok” eles conseguiram. O grande responsável pela mudança é o diretor neozeolandês Taika Waititi, responsável pelo ótimo filme independente “Hunt for the Wilderpeople”. Tudo se sai muito bem na história.

No novo filme, Thor, Hulk, Loki e uma guerreira Valquíria se unem para enfrentar a vilã poderosíssima e amedrontadora Hela, interpretada de forma impecável (já era de se esperar) por Cate Blanchett. Ela quer destruir Asgard e a galera precisa se virar pra não deixar isso acontecer.

O grande problema é que Thor está distante de seu mundo. Ele foi parar do outro lado do universo, num lugar bizarro e colorido que até lembra um pouco o mundo de “O Quinto Elemento”, do Luc Besson. Nesse planeta liderado pelo louco e excêntrico Grandmaster, vivido de forma divertidíssima pelo Jeff Goldblum, Thor aparece sem o seu martelo (destruído pela vilã) e ainda virando atração de uma arena de gladiadores, tendo que enfrentar um Hulk completamente surtado (e também hilário, por incrível que pareça).

Não tem como colocar defeito no novo filme do Thor. A história é fácil de entender, a motivação dos personagens também, a interação entre eles é ótima, as falas são divertidas, o Hulk está extremamente carismático como nunca visto antes, a vilã Hela é um acerto, a participação do Doutor Estranho funciona muito bem e a cena sem camisa do Chris Hemsworth, meus queridos, é um ABSURDO ao ponto de você ficar torcendo pra ele se vestir logo porque tá pornô demais kkkkk.

Se existe um problema em “Thor: Ragnarok” é que o filme talvez tenha comido açúcar demais. Sabe aquela expressão “sugar high”, que os EUA usam muito quando alguém surta de tanto rir porque ingeriu açúcar demais? Tudo, tudo, tudo, tudo é muito divertido. O filme não para de rir até o confronto final (mesmo assim, tem cenas divertidas por lá também).

É legal um filme não se levar muito a sério e isso é o que garante o sucesso do novo Thor, mas por conta disso uma coisa incomoda e causa estranheza: até a vilã de Cate Blanchett, que precisa ser assustadora para criar conflito, medo e tensão na história, solta umas piadas boas zoando o pessoal. Fica meio confuso. Se a personagem dela possui tamanho ódio, raiva e rancor a ponto de acabar com Asgard e matar todo mundo, fica difícil vê-la com senso de humor. O ideal não era rirem da cara dela e não a própria fazer isso?

Se a gata consegue rir de certas coisas e mandar uns “shades”, por que ela não larga mão de destruir tudo e vai curtir com a galera?

De qualquer forma, é um detalhe bobo que não estraga o filme. “Thor: Ragnarok” é pipoca garantida, divertida, cheia de cenas de ação muuuuito boas e surpresas que vão arrancar gargalhadas da plateia. E o Thor sem martelo é tão incrível quanto o Thor com martelo, queria avisar, como mostra o GIF abaixo…

Outra coisa: a participação de Stan Lee, como sempre acontece nos filmes da Marvel, é uma das melhores e mais debochadas que já vi até agora. E mais: o mundo colorido e oitentista liderado por Jeff Goldblum é um acerto e a direção de Taika Waititi matadora.

É um filme de super-herói sem chatice, sem crise existencialista, sem protagonista mala sofrendo, sem cafonice e sem vacilos. É delicioso.

Ah, como todo bom filme da Marvel, esse também tem cenas pós-créditos. Duas. Uma no começo dos créditos e outra no finalzão.

“Thor: Ragnarok” estreia no Brasil na próxima quinta-feira, dia 26 de outubro.

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