Como sobrevivi ao terror do Halloween Horror Nights, do Universal Studios

Como já assumi nesta entrevista com o diretor de “O Chamado 3”, eu sempre preferi assistir a “O Diabo Veste Prada” várias vezes seguidas a ter que passar 45 minutos apreensivo com um episódio que fosse de “American Horror Story”. Muito medrosinha, sim.

Mesmo assim, a convite do PapelPop, lá fui eu pra Orlando para curtir o Halloween Horror Nights, que neste ano chegou a sua 27ª edição no Universal Studios. Como tudo por lá, cada mínimo detalhe das nove casas do terror é pensado usando referências do mundo das séries e do cinema. Desde a decoração do parque até a concepção criativa de cada um desses “castelos do terror”.

O Iluminado

Neste ano, a grande atração do Halloween (além de curtir o parque após o pôr-do-sol) é a casa/labirinto de “O Iluminado”, clássico do terror dirigido por Stanley Kubrik que, mesmo após vários plays, sempre mexe um pouco com a nossa cabeça.

Se só de assistir a gente já fica meio perturbado, imagine só estar dentro do filme. Sem exageros, é essa a sensação que se tem ao passar por uma cortina preta e, de repente, dar de cara com um labirinto verde cheio de neve. Daí em diante, o “passeio” se torna um misto de angústia (de querer sair correndo) com surpresa (pela qualidade da produção).

Enquanto algumas casas entretêm pelo horror aos monstros, deformados e aparentemente nojentos, a de “O Iluminado” se vale dos códigos visuais marcantes do filme para criar, além de uma ambientação convincente, um clima de suspense tão denso que te faz esquecer que aquilo é só uma atração de um parque de diversões.

Espelhos infinitos criam corredores imensos com papeis de parede e tapetes iguaizinhos aos do filme, assim como os figurinos, idênticos aos usados no cinema. O ápice do “não é possível que fizeram isso” rola na parte em que eles recriaram a cena do sangue jorrando do elevador (e, óbvio, parece de verdade!) e uma sala de espelhos que te deixa perdido sem saber o que é caminho/saída, e o que é ilusão.

“Nossa intenção é fazer a pessoa se sentir no filme, como se fosse o próprio Danny Boy”, explicou Charles Gray, diretor criativo do Halloween Horror Nights, que já trabalha na concepção do Halloween 2018 – mas não revela nenhuma vírgula sobre o que vem por aí. “Gostamos de sempre ter um clássico entre as casas, e já queríamos fazer a de ‘O Iluminado’ há um tempo. Já o ano que vem, é surpresa!”

American Horror Story


A mesma sensação de imersão é sentida na casa de “American Horror Story”, que mesmo não tendo padrões visuais tão fortes quanto os de “O Iluminado”, te leva para dentro das séries com personagens-símbolos muito bem caracterizados e ambientados.

Enquanto fuça seus cadáveres, Dr. Oliver, de “Asylum”, cumprimenta todos os visitantes do seu “consultório”; depois ver os horrores do porão de Madame Delphine, ela mesma te diz um sorridente “até breve” – o “empurrãozinho” que faltava pra você sair correndo dali.

Até mesmo “Roanoke” e “Cult”, as temporadas mais recentes da série (esta última está em exibição atualmente) têm suas referências e personagens na casa de AHS. Sim! A condesa Elizabeth está por lá. Pena que não é a Lady Gaga quem faz! Hahahaha

Mais casas

Além das casas “estrelinhas”, quem for ao Halloween Horror Nights não pode perder a casa “Horrors of Blumhouse”, que junta referência de três grandes longas do estúdio fundado por Jason Blum: “Sobrenatural”, “A Entidade” e “Uma Noite de Crime” – imagina só o susto que aquelas mascaras dão! A Blumhouse é uma das maiores casas dessa edição, com mais de três minutos de percurso e várias ilusões de ótica feitas com luzes negras e estrobos.

Além das casas do terror baseados em filmes e séries, o Universal Studios também investiu no que eles chamam de “casas originais”, baseadas em histórias que eles mesmos criaram. Mas não se engane: apesar de não terem o mesmo apelo que as casas famosas, elas assustam tanto ou até mais que as “concorrentes”.

Enquanto a casa de “Jogos Mortais” não causa tanto asco quanto os filmes (talvez por ter ambientes muito iluminados), casas originais como a “Scarecrow”, uma fazenda abandonada após a Grande Depressão, e a “Dead Waters”, uma casa mal-assombrada em que o chão é completamente irregular, te fazem gritar igual criancinha.

Só mais uma dica:
Para curtir o Halloween, é necessário comprar um ingresso diferente daquele que dá acesso ao parque durante o dia (ou pagar para ficar lá um pouco mais, após o cair da noite). Mas o negócio vale a pena até para os medrosos: algumas atrações concorridas do parque, como o simulador do Transformers e a montanha-russa RockIt! ficam abertos durante o Halloween, com filas bem menores que o habitual.

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