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Revista Time elege Selena, Aretha, Shonda, Ellen e mais como mulheres pioneiras que estão mudando o mundo

A famosa revista Time fez um projeto intitulado “Firsts: Woman Who Are Changing the World” — como o nome indica, foram eleitas mulheres pioneiras que estão mudando o mundo.

A lista tem nomes do meio artístico como Selena Gomez, Aretha Franklin, Shonda Rhimes, Ellen DeGeneres, Oprah Winfrey, Ava DuVernay e Issa Rae, entre várias outras mulheres de diferentes áreas.

Boa parte das escolhidas ganhou sua própria capa e todas têm uma pequena entrevista no site da revista. Vamos começar pela Selena, que é a primeira pessoa a conseguir 100 milhões de seguidores no Instagram:

“Quando eu comecei a trabalhar quando criança, minha mãe era a pessoa na minha vida que me guiou. Compreendi que atuar era um trabalho, que eu me divertiria, que eu iria gostar – e que se eu não gostasse mais, deveria parar. Eu também tinha que ir à escola. Essa é a base de como eu cresci. Houve momentos em que eu tinha que ser como uma adulta, mas quando eu estava no set de gravações, ainda me sentia como uma criança. Estou feliz por ter crescido na época na qual cresci. Acho que é muito difícil ser criança agora, especialmente com as redes sociais. Não consigo imaginar como seria crescer com isso. Já é difícil se levantar todos os dias e se sentir bem consigo mesmo sem ver as melhores partes da vida dos outros. É por isso que eu gosto de ser vulnerável com meus fãs nas mídias sociais. Eu gosto que eles tenham visto meus erros. Tento usar isso como uma maneira de me conectar com eles. Isso é tudo o que posso fazer. Espero que eles saibam que ter força não significa que você tenha que fingir ser alguém que não é. A força está em ser vulnerável.”

Aretha Franklin aparece como a primeira mulher a integrar o Hall da Fama do Rock ‘n Roll.

“Eu não achava que minhas músicas se tornariam hinos para as mulheres. Mas estou muito feliz. As mulheres provavelmente sentem compaixão imediatamente e se identificam com as letras. Todas nós podemos aprender um pouco com as outras, então acho ótima qualquer interpretação no que diz respeito a minha música. (…) As mulheres se deram bem na indústria da música, exceto naqueles bastiões masculinos: os escritórios executivos. Que eu saiba agora, não tivemos nenhuma executiva comandando qualquer grande gravadora nos Estados Unidos ou em outro lugar. Minha prima uma vez me disse para não levar as outras pessoas tão a sério. Sabe, ela estava certa. Especialmente no que diz respeito aos homens. E eu não acho que as mulheres precisam fazer nada além do que elas estão fazendo atualmente, e isso é avançar. Mover-se para a frente. Mover-se para os escritórios executivos. Mover-se para as áreas dominadas pelos homens. Estamos chegando.”

Shonda Rhimes, a diva da televisão, é a primeira mulher a criar três séries de sucesso com mais de 100 episódios em cada uma.

“Não assistia muita televisão antes de começar a escrever, e queria criar pessoas que eu tinha vontade de assistir. Fiquei muito surpresa ao descobrir que as pessoas achavam que Meredith Grey e Cristina Yang eram revolucionárias – elas eram como mulheres que conheci. Então eu olhei o panorama da televisão e percebi que muitas das mulheres eram ‘agradáveis’. Elas eram esposas, namoradas, e estavam mais interessadas ​​em ser mães do que em seus empregos. Tudo bem — há muitas mulheres assim na vida real, mas elas não eram mulheres que conheci. Por isso, foi interessante descobrir que havia uma questão sobre isso. O maior momento para nós foi quando tínhamos só um episódio. Minha parceira produtora Betsy Beers e eu fomos levadas a uma sala na Disney [a ABC, emissora das séries de Shonda, é subsidiária da Disney] – eu gosto de dizer que era a sala dos homens brancos e velhos. Alguém disse: ‘Ninguém vai querer ver essas mulheres. Eles não são agradáveis, e ninguém vai querer assistir a uma mulher que dorme com um homem na noite anterior ao primeiro dia de trabalho’. Eu não estava tentando fazer uma pessoa ‘agradável’, então isso foi muito estranho. Também não pensei em alguém ‘legal’.”

Ellen DeGeneres é a primeira mulher a interpretar uma personagem abertamente gay no horário nobre da televisão americana (na sitcom “Ellen”).

“Tudo na minha vida é exatamente perfeito nas coisas boas, e especialmente nas coisas ruins — elas me fizeram ser quem sou, e me fizeram uma pessoa mais compassiva. Então eu não mudaria nada na minha vida, incluindo a forma como eu me assumi. Eu estava carregando um medo em torno disso, achando que se as pessoas descobrissem que eu era gay, eu perderia tudo. Eu não queria ter um segredo. Os héteros não dizem: ‘Minha vida privada só diz respeito a mim’. Eles não deixam de responder essa pergunta. Havia algo de errado no fato de eu estar com vergonha da minha sexualidade. (…) Vender meu programa atual foi um longo processo. Tinha executivos que pensavam: ‘Ninguém vai assistir uma mulher gay durante o dia porque todos em casa são donas de casa com crianças’. Mas depois vendemos. Para estar sentada aqui 14 anos depois… eu não teria acreditado nisso. Tudo o que fiz foi voltar ao que eu comecei a fazer, que é querer alegrar as pessoas.”

A poderosa Oprah Winfrey é a primeira mulher a ter e produzir seu próprio talk-show.

“(…) Foi só no primeiro ‘Oprah Winfrey Show’ passando no país inteiro que eu lembro de ter pensado em uma espécie de visão do que o programa representava, principalmente porque eu estava tentando explicar ao público americano, que não acompanhava junto com a audiência de Chicago durante quase dois anos, quem eu era e o que o programa era. Lembro de ter dito que uma das razões pelas quais eu quero fazer esse programa era fazer com que você saiba que não está sozinho, não importa onde você esteja em sua vida. Porque é o que eu descobri ao fazer o programa. Aprendi muito sobre mim por meio de outros convidados. Lembro de ter sentido durante muitos anos que eu era a única pessoa que havia sido abusada sexualmente. Eu não sabia que esse era o termo. Mas quando eu ouvi no meu programa alguém dizendo as mesmas palavras e descrevendo o mesmo que tinha acontecido comigo, eu senti: ‘Uau, eu não sou a única’. E com o passar do tempo, mais uma vez eu escutaria as pessoas contando histórias e sentimentos que eu tinha vivenciado. A plataforma surgiu do meu desejo de fazer com que as pessoas soubessem que não estão sozinhas, que não há nada que aconteceu com você que não aconteceu com pelo menos mil, talvez com um milhão de outras pessoas, e o sentimento é o mesmo.”

Ava DuVernay, por sua vez, é a primeira mulher negra a dirigir um longa indicado ao Oscar de melhor filme: “Selma”.

“Como publicitária, estive em sets de gravações onde ninguém conhecia meu nome. Meu trabalho não foi avaliado além do produto. Então, como cineasta, eu gosto de conhecer os integrantes da minha equipe. A experiência de fazer algo se incorpora na imagem. Quando vejo um filme, posso dizer quando foi feito sem alegria. Eu tento ter alegria no meu cinema. Se a pessoa que começa a contar a história é sempre um só tipo de pessoa, se as imagens dominantes que vemos ao longo de nossas vidas, a vida de nossas mães, a vida de nossas avós, têm sido dominadas por um tipo de pessoa, e assistimos a isso? Nós as internalizamos. Nós as aceitamos como verdade, como fato. As imagens em nossas mentes que compõem nossas memórias são contadas por um tipo de pessoa, um tipo de background. Não deve ser assim. Isso é um déficit para nós. Um déficit para a cultura.”

Issa Rae também está na lista — ela é a primeira mulher negra a criar e protagonizar uma série na televisão paga americana (“Insecure”, da HBO).

“Quero criar personagens com os quais as pessoas se identifiquem. Durante muito tempo os executivos de entretenimento disseram que não escolhem atores não-brancos porque não são identificáveis nas telas. É uma mentalidade muito segregacionista, e eu sempre soube que era falsa. A primeira vez que vi um filme com o qual me senti intimamente envolvida e que provocou um sentimento em querer criar algo foi com ‘Além dos Limites’. Lembro de ver uma história normal de amor e querer fazer parte daquilo, querer criar aquilo. Eu sempre falo da cultura dos anos 90: [as séries] ‘Martin’, ‘Living Single’, ‘Um Maluco no Pedaço’. Ver uma representação diversa de criadores me influenciou e me fez sentir como se eu pudesse fazer isso. Há tanta sutileza no sexismo e no racismo nesta indústria que você ou denuncia isso e corre o risco de ser excluído, ou passa por cima e encontra sua própria entrada. Definitivamente estou na última categoria. Eu ignoro: ‘Não! Eu vou fazer isso de qualquer maneira ou encontrar outro caminho’.”

Outra pioneira do entretenimento é Rita Moreno, a primeira latina a ganhar o EGOT: Emmy, Grammy, Oscar e Tony.

“Eu não tinha nenhuma inspiração. Não havia ninguém que eu pudesse admirar e dizer, ‘Essa pessoa é como eu’. Não havia tal pessoa. O que provavelmente é o motivo pelo qual agora sou conhecida na minha comunidade como La Pionera: a pioneira. Eu realmente não penso em mim como uma inspiração. Mas sou isso para uma grande parte da comunidade hispânica. Não apenas na indústria do entretenimento, mas na vida. Mas é o que acontece quando você é a primeira, certo? Posso dizer com sinceridade que tenho inveja da nova geração de atrizes latinas, porque elas não tiveram que passar pelo que eu passei. E às vezes eu realmente digo a mim mesma, sendo bem honesta, ‘Isso não é justo’. (…) Estou tentando o máximo que posso para continuar quebrando as barreiras do que uma mulher é capaz de fazer. E acaba que há um monte de coisas que podemos fazer. Podemos falar sobre muitas coisas. A maneira como somos vistas ainda é algo dos tempos antigos, mas acho que estamos no caminho certo. Agora nos sentimos muito fortes e temos o direito de sentir o que queremos, seja lá o que for. Ninguém vai me dizer como fazer minhas próprias escolhas. Por muitos anos, todos me disseram o que dizer, o que fazer e como ser.”

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