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“Dunkirk” é um filme grandioso e uma verdadeira experiência de cinema

Seis soldados caminham por um vilarejo deserto da França enquanto panfletos caem do céu mostrando que eles estão cercados pelo inimigo. Poucos segundos depois, muitos tiros começam a ser disparados e eles tentam escapar dali, em uma cena com uma fotografia e trilha-sonora frenética que te prendem na cadeira.

O comecinho de “Dunkirk” já dita como vai ser o ritmo da nova produção de Christopher Nolan, que é um dos melhores filmes de guerra recentes. Não assistia a uma produção do gênero tão boa desde “Falcão Negro em Perigo” (2001) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998).

O roteiro é original e escrito por Christopher Nolan, baseado em fatos reais. “Dunkirk” conta a história da retirada das tropas britânicas da praia de Dunkirk, na França, na Segunda Guerra Mundial, enquanto os nazistas cercam toda a região.

A história do longa segue três fronts. A primeira focada em soldados que estão na praia, tentando entrar em um navio para escaparem para a Inglaterra (é nesta parte em que estão o sobrevivente da primeira cena e Harry Styles). A segunda traz o personagem de Mark Rylance, um inglês que é convocado pela marinha a ir com seu barco civil ajudar no resgate. E a última acompanha três pilotos, incluindo Farrier, interpretado por Tom Hardy, batalhando sobre o Canal da Mancha.

Mas como o filme é de Christopher Nolan, existe uma brincadeirinha com o tempo, como já vimos em “A Origem”, “Amnésia”, e “Interestelar” (E não, isso não é spoiler, pois já aparece logo nos letreiros que situam cada parte, no começo do filme). Cada uma das narrativas ocorre em um espaço diferente do tempo: a da praia leva uma semana para acontecer, a do barquinho dura um dia, e a dos aviões apenas uma hora. Mas o diretor consegue amarrar e editar tudo muito bem, até a hora em que elas começam a se interligar. Em certos momentos, a trama de um personagem já indica o que vai acontecer com o próximo, e, apesar de acabar com o efeito surpresa, só dá mais vontade de saber os eventos que levaram àquilo.

Este não é um filme para acompanhar um personagem e saber sua historinha. É muito raro ouvirmos os nomes deles, principalmente os soldados, o que torna o longa praticamente sem protagonista. Alguns podem considerar que Tommy (Fionn Whitehead), o soldado lá da primeira cena, assumiria este papel, mas o mais importante em todo o roteiro é a própria guerra, e a luta pela sobrevivência em um ambiente tão desesperador.

E o desespero é constante no filme. A trilha-sonora feita pelo poderoso Hans Zimmer domina algumas cenas e vai te deixando cada vez mais ansioso durante a batalha, sem conseguir despregar os olhos da tela. Sem contar o espetáculo visual que é a fotografia do filme, mesmo nas cenas de maior ação. Vale a pena investir em uma sala Imax com um sistema de som foda para aproveitar o máximo deste filme!

“Dunkirk” é uma experiência de cinema mesmo, e já entra para a lista de melhores filmes do ano.

 

“Dunkirk” estreia nos cinemas brasileiros em 27 de julho.

Ps.: Para quem estava curioso, Harry Styles aparece sim por uma boa parte do filme, e não é apenas uma pontinha.

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