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“Baby Driver”: não lembro de ter visto algo tão legal e original desde “Pulp Fiction” e “Clube da Luta”

Sabe quando você sai do cinema feliz e animado por ter visto um filme de ação criativo, divertido e cool pra c******?! Foi o que aconteceu quando vi “Em Ritmo de Fuga” (“Baby Driver” em inglês), filme em que Ansel Elgort (que chega ao Brasil daqui a alguns dias) interpreta um garoto que é um excelente motorista e faz trabalhos dirigindo para o crime organizado (o patrão dele é o Kevin Spacey de “House of Cards”).

Detalhe crucial: o personagem de Ansel, o Baby, só consegue dirigir ouvindo música. Outro detalhe maravilhoso: a música que toca sem parar não só ajuda a contar a história, como também dá ritmo às perseguições de carro e trocas de tiros. Pode esperar por clássicos da Motown, como Martha and the Vandellas e Commodores, e mil outros clássicos do rock e do soul tocando o filme inteiro.

Música é como se fosse um dos principais personagens do filme. Quem é apaixonado de verdade por música vai surtar na cadeira do cinema, assim como aconteceu comigo. Quando o protagonista Baby se apaixona por Debora, uma garçonete interpretada pela britânica Lily James (que fez “Cinderela”), eles discutem que mal existem músicas com Debora. Nessa hora, a gente ouve “Debra”, do Beck, e a música do T.Rex, “Deborah”.

Quando um “vilão”, digamos assim, não desiste de perseguir um determinado personagem, a gente ouve “Never, Never Gonna Give Ya Up”, do Barry White. Quando o protagonista lembra de sua mãe com carinho e amor, o filme traz o hit do Commodores, que é “Easy” como uma manhã de domingo. Tem também troca de tiros no ritmo perfeito de “Tequila”, do The Champs. Tudo jogada genial de cultura pop do diretor britânico Edgar Wright, famoso também pelas direções dos ótimos “Scott Pilgrim Contra o Mundo” e “Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead)”.

Já sabemos que é um cineasta que ama referências pop e faz filmes muito bem-humorados, mas nesse “Baby Driver” ele dá um upgrade, um salto de respeito com um roteiro espertíssimo, com atuações memoráveis no limite da caricatura de Jamie Foxx e John Hamm, que interpretam vilões do crime, e cenas de ação com uma criatividade que não se vê há muito tempo em Hollywood. Uma delícia do começo ao fim. Eu não lembro de ter visto algo tão legal e original no cinema desde “Pulp Fiction” e “Clube da Luta” e “Os Bons Companheiros”. Aliás, você vai ver referências e aparições de alguns desses filmes em “Baby Driver”.

Detalhe inútil, mas supernecessário: Ansel Elgort e Lily James fazem um casal lindoooo!

“Em Ritmo de Fuga” (“Baby Driver”) estreia nos cinemas brasileiros em 27 de julho.

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