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“Melodrama”: o que achamos do novo álbum da Lorde

Lorde, que deu uma entrevista aqui pro Papelpop esses dias, já tinha lançado “Green Light” como single, além de “Liability”, “Perfect Places” e “Sober”, que são canções promocionais, para dar um gostinho do que estava por vir. A Universal Music Brasil convidou o Papelpop para ouvir o “Melodrama” antes do lançamento oficial, e contamos aqui o que achamos do novo trabalho da neozelandesa.

Lá também nos mostraram em primeira mão o novo trabalho do Imagine Dragons, chamado “Evolve” (que está bem cativante e cheio de sintetizadores, o que eu adoro).

Mas vamos ao que você deve estar querendo saber: a menina Lorde conseguiu superar o “Pure Heroine”? SIM!

Okay, eu sou do tipo de fica chacoalhando a cabeça no trem ouvindo Lorde desde 2013. Mas tenho pontos muito convincentes, pra te fazer ouvir o álbum junto.

Vamos ao faixa-a-faixa?

“Green Light”

Um hinão da p*rra, que você já deve conhecer. Foi a primeira canção lançada do álbum, ainda em março. Um marco na mudança de som da cantora, já que é a primeira música dela que não foi produzida por Joel Little. Agora, a maior parte das canções tem a produção assinada por Jack Antonoff. Ele é um dos membros do Fun. (lembra de “We Are Young”?) e produtor do 1989 da Taylor Swift. Entre o tempo em que ele está fazendo música com esses outros artistas (que também incluem Troye Sivan, Sia, Fifth Harmony e Carly Rae Jepsen), Jack tem o projeto Bleachers.

“Sober”

A própria cantora define a canção como um pop que ela “nunca tinha ouvido antes, com essa mistura de ritmos e camadas de vocais”. A letra é sobre sair, ficar bêbado, beijar todo mundo… e depois se perguntar: e o que vai rolar quando estivermos sóbrios? Ora ora, ela cresceu mesmo.

“Homemade Dynamite”

Essa era a faixa pela qual eu estava mais ansioso. Por este simples motivo: escrita por Tove Lo. E ela tem mesmo uma letra bem a cara da sueca, sobre ser sincerona e se sentir bem à vontade com quem ela gosta. Adoro fortemente como o final tem uma pegada meio dramática, com um efeito de reverberação bem intenso nos vocais.

“The Louvre”

MINHA PREFERIDA. A faixa que mais ousou do álbum. Começa com uma sensação meio rock, só um vocal bem intimista e baixo. Só que tudo vai progredindo, com mais camadas de vocais, um sintetizador meio oitentista entra e… BOOM BOOM BOOM. Uma loucura. É tudo tão etéreo. Esse refrão grudou muito na minha cabeça. E tem produção assinada pelo Flume.

“Liability”

Aquela canção que foi direto pra nossa playlist da bad. Também já tinha sido lançada há algum tempo. Nela, a cantora fala sobre como se sente um peso para as outras pessoas, só podendo contar com ela mesma, mas sabe que isso um dia vai mudar.

“Hard Feelings/Loveless”

A primeira coisa que pensei: “nossa, essa melodia dos versos me lembra Long Live da Taylor”. Mas calma! Ela logo vira uma coisa completamente diferente. Junto com “The Louvre”, é a música mais sonoramente inovadora do “Melodrama”. Isso, porque são praticamente duas canções numa só, daí esse título.

A primeira parte é sobre a Lorde não saber se ainda está amando a pessoa, porque todos os sentimentos são muito difíceis. Tem uns samples bem estranhos, num estilo meio produções do Diplo, sabe? Esquisito e criativo. O instrumental lembra, também, uns sons do Troye Sivan. A próxima seção, que tem uma textura de som que parece cassete, nos faz entrar numa atmosfera bem mais enérgica, com letras que falam da geração atual e o fato de sermos “sem amor”. É a mais longa do álbum, mas nem parece.

“Sober II (Melodrama)”

Sim, a faixa-título. Apesar de ser uma espécie de continuação de “Sober”, a sonoridade é notavelmente diferente. Começa bem calminha, com um instrumental de orquestra, prometendo mais uma balada ao estilo “Liability”, mas logo se entrega a uma batida bem trip-hop/trap. O resultado é uma música bem Lana Del Rey no “Honeymoon”, sabe? Pra quem é fã das duas, que nem eu, TÁ LINDO.

“Writer In The Dark”

Achei Florence. Achei Lykke-Li. Achei muito diferente da Lorde que a gente (achava que) conhecia. Achei fantástica. Essa sensação de um pop mais barroco vem dos instrumentais de orquestra e das camadas de voz, que são sobrepostas de uma maneira que soa quase como um sentimento nostálgico. Adorei muito a frase “eu te amo até você chamar a polícia pra mim”. Lorde meio surtada fazendo a pessoa se arrepender de ter beijado ela, é mais ou menos que a letra fala.

“Supercut”

Começa com uma sensação meio música do Zedd. E é mais ou menos isso mesmo. A faixa mais normalzinha do disco, falando sobre um relacionamento amoroso meio turbulento e problemático. E é isso…

“Liability (Reprise)”

Na verdade, nem parece com a primeira Liability. Está mais para uma interlude mesmo. Traz vocais com aquela vibe Imogen Heap em “Hide and Seek”, sabe? Com harmonias meio robóticas, pelo menos no início. Vai progredindo para um ritmo mais marcado e animado, no qual a Lorde fica repetindo “você não é o que pensava ser”. Será que ela está falando da visão que tínhamos dela?

“Perfect Places”

Lorde escreve letras sinceras como ninguém e, no primeiro trabalho, elas eram muito sobre a vida de uma adolescente normal, que tem inseguranças e se diverte com os amigos no jeito que der. “Perfect Places” é a que mais se aproxima desses temas do “Pure Heroine”. Ela fala sobre como se sentir muito vívida com 19 anos, e como “certas substâncias”, podem até parecer te levar para esses “lugares perfeitos, mas que isso dura pouco. Essa indagação nos faz lembrar do conceito de “Sober”.

É fantástico ver que, apesar de novos temas e perspectivas nas canções, a Lorde não mudou de essência. Ela só… cresceu. Pessoalmente, é bem louco ver que, no “Pure Heroine” ela cantava sobre como é assustador se tornar adulto, o que me fazia sentir muito compreendido “ao auge” do fim do meu ensino médio. Agora, a menina compõe sobre outras coisas, envolvimento com outras pessoas, de outras formas. E é isso que faz o “Melodrama” ser tão cativante: ele é um registro sincero de vivências. Que nem as nossas. Só que acompanhado de dancinhas desajeitadas.

Já viu a nossa entrevista com a Lorde? É só dar play abaixo:

O “Melodrama” completo está disponível no Spotify; só dar play:

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