Mahershala Ali está todo lindo estampando a última capa da americana GQ. Mas o clima solar do photoshoot não impediu que assuntos espinhosos fossem trazidos à tona no perfil publicado na revista.
O ator, vencedor do Oscar de melhor ator por “Moonlight”, é negro e islâmico. Ele se converteu em 1999, depois de visitar uma mesquita com Amatus Sami-Karim, que viria a ser sua esposa e mãe de sua recém-nascida filha. O seu primeiro nome, Mahershalalhashbaz, tem origem hebraica, enquanto o sobrenome, Ali, é de origem árabe — o que fez com que ele fosse parar numa lista de suspeitos de terrorismo pós-11 de setembro.
Ele não teve medo de fazer comentários duros sobre o que é ser um afro-americano.
“Eu acho que afro-americanos têm uma relação muito conturbada com o patriotismo”, explicou. “O fato é que nós somos, essencialmente, crianças que foram abusadas. Nós ainda amamos os pais, mas não podemos ignorar o fato de que tivemos uma relação muito conturbada com eles. Eu absolutamente amo este país, mas como muitas pessoas, tenho algumas dúvidas e preocupações reais sobre como as coisas rolaram com o passar dos anos e onde nós estamos. E isso vindo de um lugar de amor, porque eu quero que este país seja o que ele diz ser”.
Ali também conta de episódios em que foi vítima de racismo, indo de ser perseguido em uma loja Barneys a notar pessoas escondendo jóias de valor quando ele entrava no metrô. “São essas experiências que você começa a ter a partir dos dez anos, quando você passa a perceber essas pequenas mensagens de que você é algo a ser temido”.
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