O Papelpop acabou de bater um papo por telefone com a Iggy Azalea. E, obviamente, não deixamos de conversar sobre como foi trabalhar com Anitta (ou Anira para os gringos). A rapper contou que fica muito feliz de ver a brasileira buscando sucesso no exterior, mas que acredita que Anitta terá muito mais trabalho do que ela para se destacar nos Estados Unidos.
“Quando eu vim, eu não era nem um pouco famosa na Austrália. Anitta já é extremamente popular no Brasil. Acredito que vai ser mais difícil porque ela é bem preocupada com os fãs dela no Brasil e precisa deixar todos contentes.”
Nós também perguntamos sobre qual será o destino do clipe de “Switch” após o vazamento de uma versão não finalizada, e para nossa tristeza, o vídeo será completamente descartado.
“Este clipe foi muito caro. Nos custou também muito trabalho. É muito custoso fazer algo novo. Acho que não teremos nada mesmo.”
Sobre vir para o Brasil, a rapper falou que está negociando, mas que quer muito vir divulgar a música por aqui.
“Anitta tem uma agenda super cheia, ainda mais que está divulgando o seu próprio single. Estamos conversando sobre quando ela estaria disponível para se apresentar comigo talvez em algum programa de televisão.”
O novo álbum de Iggy Azalea, “Digital Distortion”, estava agendado para ser lançado no dia 30 de junho. No fim de maio, a cantora disse que a sua gravadora suspendeu a data novamente. Mas durante a entrevista, a rapper falou que o disco sairá no fim deste mês, e que está trabalhando para que não passe disso.
Papelpop: Eu queria começar já perguntando sobre “Switch”. Você já decidiu qual será o destino do clipe após o vazamento?
Iggy Azalea: Eu não acho que teremos um clipe depois do vazamento.
Então você vai descartar tudo?
Sim!
Não pensa nem em fazer algo diferente, ou mesmo outro vídeo?
Não. Este clipe foi muito caro. Nos custou também muito tempo, muito trabalho. É muito custoso fazer algo novo. Acho que não teremos nada mesmo.
Sobre o seu novo álbum, “Digital Distortion”, alguma ideia de quando será lançado?
Ainda estamos trabalhando para que saia no fim de junho. A gravadora está bem mais receptiva ao meu trabalho. Não acredito que vá levar muito tempo para que o álbum seja lançado. Acredito que no fim de junho conseguirei lançar.
Algumas pessoas acusaram você mesma de ter vazado algumas músicas no álbum após a gravadora postergar o lançamento dele mais uma vez. Tem algo a dizer sobre isso?
As pessoas adoram chegar a essa conclusão. [Risos] Não foi uma experiência legal.
Você disse que pretende vir ao Brasil para promover “Switch” junto com a Anitta. Já tem alguma data, local, ou o quê pretende fazer por aqui?
Ainda estamos discutindo isso. Anitta tem uma agenda super cheia, ainda mais que está divulgando o seu próprio single, que está bombando aí no Brasil. Eu quero ir aí para promover o nosso single, mas agora estamos ainda conversando sobre qual seria a melhor opção, e quando ela estaria disponível para se apresentar comigo, talvez em algum programa de televisão. Este é o plano que eu gostaria muito que acontecesse, mas ainda estamos conversando sobre como torná-lo realidade.
Você sabia que os fãs brasileiros eram tão eufóricos na internet antes de anunciar que gravaria com a Anitta?
[Risos] Eles são mesmo, mas eu também sou. [Risos] Eu estou muito feliz que os brasileiros gostaram da música. Eu percebo há um tempo que tenho muitos fãs no Brasil, que apoiam muito a minha música. Este foi um dos motivos principais pelos quais eu decidi colaborar com a Anitta, mesmo eu não falando português [risos]. Eu realmente queria trabalhar com alguém do Brasil, que os brasileiros também amam, e fazer algo especial para vocês.
Anitta tentou te ensinar alguma coisa em português?
Ela tentou! [Risos] É muito difícil. Nós estávamos no estúdio e eu ajudava ela com o inglês e depois ela vinha: ‘Agora é a sua vez de falar isso em português’. Eu tentava, e ela ria de mim [risos]. Infelizmente eu não lembro de nada que ela tentou me ensinar. Eu acho que ela estava tentando me ensinar alguns palavrões [risos].
Você escolheu trabalhar com uma cantora latina, e o reggaeton vem se popularizando, inclusive com “Despacito” no topo do ranking da Billboard. Acredita que este é o momento da música latina?
Acho que sim. Este é outro motivo por eu ter escolhido a Anitta. É muito fácil se influenciar pela música latina, mas eu não acho que há muitos artistas que ganham destaque aqui na América, e acho que os americanos não gostam muito desse tipo de música. Com a Anitta eu quis que as pessoas passassem a conhecer um pouco mais sobre uma artista feminina latina. É um grande desafio. Ela é muito talentosa, e precisa aproveitar essa oportunidade, porque ela vai enfrentar uma grande jornada para ganhar popularidade na América. Fico feliz de poder ajudá-la.
Você mesma já passou por esse desafio de ser uma estrangeira tentando fazer sucesso nos Estados Unidos, um caminho que Anitta está tentando percorrer agora. Quão difícil foi para atingir o sucesso atual?
Foi extremamente difícil. Eu acredito que para Anitta vai ser ainda mais difícil do que para mim. Quando eu vim para os Estados Unidos, eu não era nem um pouco famosa na Austrália, onde eu cresci. Anitta já é extremamente popular no Brasil. Acredito que vai ser mais difícil pra ela, porque ela é bem preocupada com os fãs dela no Brasil não podendo vê-la em shows por aqui. Anitta terá um trabalho maior porque ela terá que se dividir entre seu sucesso aí, e expandir sua carreira na busca por novos fãs aqui, e deixar todos contentes. Um trabalho bem maior do que o que eu tive. Mas ela é uma garota muito esperta.
O seu primeiro álbum falava justamente sobre as suas experiências ao ir para os Estados Unidos e tentar fazer sucesso com sua música. “Digital Distortion” será sobre o quê?
“Digital Distortion” fala sobre fama e mídia, especialmente na internet. Eu acredito que também fala sobre outsiders conseguindo influenciar e criar. Vou também mostrar mais da minha personalidade e vida. Este álbum é a minha oportunidade de contar as minhas próprias histórias, enquanto a mídia tenta contar a versão deles sobre o que acontece comigo. É a oportunidade de eu mostrar a minha verdade.
Junho é o mês do orgulho LGBT e aqui no Brasil, na próxima semana, nós teremos a nossa maior Parada do Orgulho LGBT. Você gostaria de enviar uma mensagem para os seus fãs da comunidade LGBT?
Eu acho muito infeliz que hip-hop não seja tão inclusivo, ao falar sobre sexualidade. Mas acredito que isto vá mudar. Eu mesma sou uma espécie de outsider no mundo do hip-hop. E o que eu mais admiro na comunidade LGBT, especialmente neste mês, é poder celebrar quem você é verdadeiramente, sem se importar com o que as pessoas pensam. Por isso este mês é um dos meus favoritos, e gostaria de celebrar com meus fãs.
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